Hepatite C crónica : do diagnóstico ao tratamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Gisela Cristiana de Oliveira
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/30873
Resumo: A infecção pelo vírus da hepatite C é causa de cerca de 40% das doenças crónicas do fígado no ocidente, sendo a indicação mais frequente para transplante de fígado nos EUA. À escala global, mais de 170 milhões de pessoas estarão infectadas com o vírus da hepatite C. Actualmente, estima-se que um terço dos casos de carcinoma hepatocelular nos EUA e 90% dos casos de carcinoma hepatocelular no Japão está associado a hepatite C crónica; a incidência desta associação triplicou nos EUA e quadruplicou no Japão na última década. Em Portugal, a hepatite C e/ou o alcoolismo são as principais causas de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular, estimando-se mais de 100.000 infectados, pelo que também entre nós é fundamental a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento da hepatite C. As consequências da hepatite C a longo prazo prevêem mortalidade e morbilidade substanciais, com custos elevados para o Sistema Nacional de Saúde. Isso justifica plenamente um plano nacional para as hepatites virais. Por não haver vacina para a hepatite C, há um conjunto de atitudes que devem ser postas em prática para baixar a incidência da hepatite C crónica para além do rastreio da infecção pelo vírus da hepatite C em dadores de sangue, e que incluirá a educação da população, o evitar de comportamentos de risco e o diagnóstico precoce dos portadores do vírus.Ao longo dos últimos 20 anos, foi imenso o progresso no que diz respeito ao diagnóstico e ao tratamento da hepatite C, conseguindo-se passar de pouco mais de 5% Hepatite C crónica- Do Diagnóstico Ao Tratamento FMUC- 2010 6 para mais de 50% de casos de erradicação viral com o tratamento. Actualmente o padrão é a associação de peginterferão e ribavirina, com esquemas adaptados ao genótipo, à carga viral e à evolução durante o tratamento. No entanto, cerca de metade dos doentes não responde ao tratamento, que tem efeitos secundários consideráveis e um custo elevado. Nestes casos têm sido ensaiados protocolos mais agressivos e espera-se a introdução de novos fármacos, como os inibidores da protease e da polimerase, que têm apresentado resultados promissores em ensaios clínicos. Para além de variáveis clínicas e laboratoriais, o grau e o estádio histológico são importantes para o estabelecimento do prognóstico e para a decisão terapêutica. Discutiremos o tipo e a duração de tratamento antiviral, de acordo com as características do vírus e do doente.
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As consequências da hepatite C a longo prazo prevêem mortalidade e morbilidade substanciais, com custos elevados para o Sistema Nacional de Saúde. Isso justifica plenamente um plano nacional para as hepatites virais. Por não haver vacina para a hepatite C, há um conjunto de atitudes que devem ser postas em prática para baixar a incidência da hepatite C crónica para além do rastreio da infecção pelo vírus da hepatite C em dadores de sangue, e que incluirá a educação da população, o evitar de comportamentos de risco e o diagnóstico precoce dos portadores do vírus.Ao longo dos últimos 20 anos, foi imenso o progresso no que diz respeito ao diagnóstico e ao tratamento da hepatite C, conseguindo-se passar de pouco mais de 5% Hepatite C crónica- Do Diagnóstico Ao Tratamento FMUC- 2010 6 para mais de 50% de casos de erradicação viral com o tratamento. Actualmente o padrão é a associação de peginterferão e ribavirina, com esquemas adaptados ao genótipo, à carga viral e à evolução durante o tratamento. No entanto, cerca de metade dos doentes não responde ao tratamento, que tem efeitos secundários consideráveis e um custo elevado. Nestes casos têm sido ensaiados protocolos mais agressivos e espera-se a introdução de novos fármacos, como os inibidores da protease e da polimerase, que têm apresentado resultados promissores em ensaios clínicos. Para além de variáveis clínicas e laboratoriais, o grau e o estádio histológico são importantes para o estabelecimento do prognóstico e para a decisão terapêutica. Discutiremos o tipo e a duração de tratamento antiviral, de acordo com as características do vírus e do doente.Infection with hepatitis C virus is the cause of about 40% of chronic liver disease in the West, and the most frequent indication for liver transplantation in the United States. Globally, more than 170 million people are infected with hepatitis C virus. Currently it is estimated that one third of cases of hepatocelular carcinoma in the U.S. and 90% of hepatocellular carcinoma cases in Japan are associated with chronic hepatitis C, the incidence of this association has tripled in the U.S. and in Japan quadrupled in the last decade. In Portugal, hepatitis C and / or alcoholism are the main causes of liver cirrhosis and hepatocellular carcinoma, estimated more than 100,000 infected, so that among us it is fundamental the prevention, early diagnosis and treatment of hepatitis C. The consequences of hepatitis C predict long-term mortality and substantial morbidity, alongside with high costs to the National Health System. This fully justifies a national plan for viral hepatitis. Because there is no vaccine for hepatitis C, there is a set of measures that must be implemented to lower the incidence of chronic hepatitis C in addition to the screening of hepatitis C virus infection in blood donors, and will include education of the population, avoid risky behavior and early diagnosis of virus carriers. Over the past 20 years there has been a great progress with regard to diagnosis and treatment of hepatitis C that was able to rise from just over 5% to over 50% of cases of viral eradication with implemented treatment. Currently the standard treatment is the combination of peginterferon and ribavirin, with schemes designed to the genotype, viral load and the type of response during treatment.However, about half of patients do not respond to treatment, which has considerable side effects and a high cost. In these cases there have been tested more aggressive protocols and it is hoped the introduction of new drugs such as protease inhibitors and polymerase inhibitors, which have shown promising results in clinical trials. In addition to clinical and laboratory variables, the histological grade and stage are important for establishing the prognosis and therapeutic decision. We will discuss the type and duration of antiviral therapy, according to the characteristics of the virus and the patient.2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/30873http://hdl.handle.net/10316/30873porFerreira, Gisela Cristiana de Oliveirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-25T01:34:24Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/30873Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:37.705581Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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