Mário Soares e a Europa : pensamento e acção

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sebastião, Dina Sofia Neves
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/18136
Resumo: Dissertação de mestrado em História Contemporânea: economia, sociedade e relações internacionais (Construção Europeia e Relações Internacionais) apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
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spelling Mário Soares e a Europa : pensamento e acçãoHistória de PortugalUnião EuropeiaSoares, Mário, 1924-Integração europeiaEuropaDissertação de mestrado em História Contemporânea: economia, sociedade e relações internacionais (Construção Europeia e Relações Internacionais) apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de CoimbraÉ conhecido por todos os portugueses que Mário Soares foi o rosto político que levou Portugal à integração europeia, com a adesão à CEE, em 1985. Um marco da história de Portugal, que ficou gravado na memória de todos quantos assistiram à assinatura do Tratado de Adesão, no Mosteiro dos Jerónimos, talvez o monumento mais simbólico da cultura nacional, evocativo da epopeia dos Descobrimentos, situado na beira de Portugal, como que a dar as boas-vindas ao mar. Por isso, o encontro da assinatura do Tratado de Adesão à CEE com este local, esculpido pela odisseia marítima portuguesa, leva-nos a questionar se não terá sido um contra-senso a escolha de tal sítio para consumar a viragem de país para a Europa. Ao consolidar a sua vertente continental na política externa, não estaria Portugal a cortar com um passado atlântico? Imediatamente, esta questão leva-nos a outra: o que significa a Europa para Soares e que lugar deve ela ocupar na política externa portuguesa? São estas interrogações que nos impulsionam, ao longo das próximas páginas, a mergulhar no fundamento da ideia de Soares para a integração europeia de Portugal e no seu pensamento sobre a Europa. Ao entendermos as motivações ideológicas e políticas do socialista português para lançar a proposta e consumar a adesão de Portugal à CEE, iremos perceber se aquele dia 12 de Junho de 1985 terá representando a negação do simbolismo dos Jerónimos, isto é, uma ruptura com a identidade histórica e cultural nacional ou, pelo contrário, a sua continuidade da forma menos óbvia. Para chegarmos a tais respostas, não basta cingir-nos aos anos da vida de Soares que circundaram a época da adesão. É necessário recuar aos tempos da sua juventude activista e atravessar com ele a oposição ditatorial, acompanhar a sua formação ideológica, para entrar na génese do seu pensamento, de modo a descortinar as suas motivações políticas. Com base nisto, iremos também tentar desmontar o alicerce ideológico da sua oposição ao Estado Novo, tentando perceber se o seu antagonismo político a Salazar se articula, de alguma forma, com o rumo europeu que imprimiu a Portugal após o 25 de Abril. Como intuito final, neste trabalho, além da dissecação da sua acção política, pretendemos aprofundar o seu pensamento ideológico sobre Portugal e a Europa. A base científica deste trabalho assenta na análise de documentos institucionais e, maioritariamente, de discursos e textos escritos do próprio Mário Soares, assim como de outros políticos que com ele se cruzaram. Para cumprir o propósito desta dissertação, delineámos um limite temporal vasto para a análise documental, que vai desde a iniciação política de Soares no PCP, finais da década de 30, até à actualidade. Ressalve-se, porém, que a análise da sua acção política apenas se faz de forma exaustiva até às eleições de 1976, e em moldes mais sucinta até 1985, ano da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias. Porém, sendo uma das componentes importantes deste trabalho a caracterização ideológica do pensamento soarista, de modo a tentar perceber o fundamento da sua ideia de integração europeia, entendemos necessário continuar a avaliar o seu discurso posterior ao marco político da integração, dado que, após deixar os cargos executivos, nomeadamente na Presidência da República e depois de retirado da vida política activa, se sente mais liberto de uma estratégia política para ser fiel ao seu genuíno pensamento. Ora, estudar as suas palavras mais recentes, permite-nos fazer paralelismos históricos, de modo a melhor perceber as entrelinhas do seu discurso mais antigo e as intenções por detrás da sua estratégia política de oposição ao Estado Novo. Com estes critérios de análise, pretendemos responder às interrogações que inicialmente estabelecemos, retirar conclusões sobre o papel de Mário Soares na evolução da história de Portugal, nomeadamente sobre a sua influência para o país que temos hoje. Trataremos tais conclusões de forma historicamente integrada - tentando perceber paralelismos e antagonismos de opções políticas ao longo da história nacional - mas também de um modo prospectivo, que encontre na explicação do passado, a base da opção política de um rumo futuro para o país. Ao fazermos este cruzamento entre passado, presente e futuro, poderemos, finalmente, concluir se Soares conseguiu inscrever nas linhas arquitectónicas do Mosteiro dos Jerónimos o encontro da odisseia marítima portuguesa com a epopeia da Velha Europa. E se, nesse caso, o monumento mais emblemático dos lusitanos poderá ser, simultaneamente, a melhor porta europeia para o Atlântico.2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/18136http://hdl.handle.net/10316/18136porSEBASTIÃO, Dina Sofia Neves - Mário Soares e a Europa : pensamento e acção. 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