Psilocibina – Potencial terapêutico em Psiquiatria
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/11315 |
Resumo: | Introdução: O uso de substâncias psicadélicas por parte do ser humano remonta há milhares de anos atrás, fazendo parte dos costumes de determinadas culturas indígenas, que utilizam os psicadélicos em contexto ritualístico, com fins religiosos e terapêuticos. Uma destas moléculas, a psilocibina, foi isolada em laboratório e sintetizada em 1958, tornando-se um importante alvo de investigação científica na psiquiatria durante a década de 60. O contexto do uso recreativo exponencial, juntamente ao movimento de contracultura e à crise socio-política estadunidense, culminou na promulgação da Lei Federal de Controlo de Substâncias de 1970, que visou a ilegalização dos psicadélicos. A pesquisa científica neste âmbito foi interrompida, tendo ressurgido no final do século XX. Considerando o panorama epidemiológico atual de diversas patologias psiquiátricas, que manifestam ser resistentes aos tratamentos e cujos fármacos demonstram ineficácia, uma ação demorada e numerosos efeitos adversos, a psilocibina emerge novamente como terapia promissora. Esta revisão bibliográfica foca-se na farmacologia, neurobiologia e potencial aplicação terapêutica da psilocibina, considerando a sua importância histórica e interesse científico recente. Objetivos: Analisar a evidência científica existente acerca da farmacologia, efeitos fisiológicos e neurobiológicos em pessoas saudáveis, efeitos terapêuticos na psiquiatria e perfil de segurança e tolerabilidade da psilocibina. Métodos: Revisão bibliográfica de artigos indexados na base de dados PubMed e Google Scholar até abril de 2021, utilizando as palavras-chave “psilocybin”, “psychedelics”, “psilocybin and psychiatry”, “psilocybin and pharmacology”, “psilocybin and healthy humans”, “psilocybin and neurobiology”, “psilocybin and treatment”, “psychedelic therapy”, “psilocybin and neuroimaging” e “microdosing”. Resultados: Num ambiente controlado e em contexto de ensaio clínico randomizado, a psilocibina pode ser administrada com segurança, aparentando ter efeitos antidepressivos e ansiolíticos rápidos e persistentes na perturbação depressiva e perturbação da ansiedade derivadas de doença oncológica terminal, assim como na perturbação depressiva major. Conclusão: Os dados terapêuticos promissores revelados em ensaios clínicos, juntamente com o seu perfil de segurança e tolerabilidade aceitável, posicionam a psilocibina como uma potencial terapêutica para múltiplas patologias psiquiátricas, assim como uma ferramenta de estudo da neurobiologia e consciência humana. No entanto, a evidência ainda é preliminar, tornando fundamental a realização de mais estudos para uma melhor compreensão da farmacologia, toxicidade e eficácia terapêutica da psilocibina. |
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Psilocibina – Potencial terapêutico em PsiquiatriaNeurobiologiaPotencial TerapêuticoPsicadélicosPsilocibinaPsiquiatriaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: O uso de substâncias psicadélicas por parte do ser humano remonta há milhares de anos atrás, fazendo parte dos costumes de determinadas culturas indígenas, que utilizam os psicadélicos em contexto ritualístico, com fins religiosos e terapêuticos. Uma destas moléculas, a psilocibina, foi isolada em laboratório e sintetizada em 1958, tornando-se um importante alvo de investigação científica na psiquiatria durante a década de 60. O contexto do uso recreativo exponencial, juntamente ao movimento de contracultura e à crise socio-política estadunidense, culminou na promulgação da Lei Federal de Controlo de Substâncias de 1970, que visou a ilegalização dos psicadélicos. A pesquisa científica neste âmbito foi interrompida, tendo ressurgido no final do século XX. Considerando o panorama epidemiológico atual de diversas patologias psiquiátricas, que manifestam ser resistentes aos tratamentos e cujos fármacos demonstram ineficácia, uma ação demorada e numerosos efeitos adversos, a psilocibina emerge novamente como terapia promissora. Esta revisão bibliográfica foca-se na farmacologia, neurobiologia e potencial aplicação terapêutica da psilocibina, considerando a sua importância histórica e interesse científico recente. Objetivos: Analisar a evidência científica existente acerca da farmacologia, efeitos fisiológicos e neurobiológicos em pessoas saudáveis, efeitos terapêuticos na psiquiatria e perfil de segurança e tolerabilidade da psilocibina. Métodos: Revisão bibliográfica de artigos indexados na base de dados PubMed e Google Scholar até abril de 2021, utilizando as palavras-chave “psilocybin”, “psychedelics”, “psilocybin and psychiatry”, “psilocybin and pharmacology”, “psilocybin and healthy humans”, “psilocybin and neurobiology”, “psilocybin and treatment”, “psychedelic therapy”, “psilocybin and neuroimaging” e “microdosing”. Resultados: Num ambiente controlado e em contexto de ensaio clínico randomizado, a psilocibina pode ser administrada com segurança, aparentando ter efeitos antidepressivos e ansiolíticos rápidos e persistentes na perturbação depressiva e perturbação da ansiedade derivadas de doença oncológica terminal, assim como na perturbação depressiva major. Conclusão: Os dados terapêuticos promissores revelados em ensaios clínicos, juntamente com o seu perfil de segurança e tolerabilidade aceitável, posicionam a psilocibina como uma potencial terapêutica para múltiplas patologias psiquiátricas, assim como uma ferramenta de estudo da neurobiologia e consciência humana. No entanto, a evidência ainda é preliminar, tornando fundamental a realização de mais estudos para uma melhor compreensão da farmacologia, toxicidade e eficácia terapêutica da psilocibina.Background: Psychedelic substances have been used by human beings since thousands of years ago, being part of some indigenous cultures traditions, which use psychedelics in a ritualistic context, with religious and therapeutic purposes. One of these molecules, psilocybin, was isolated in lab and synthesized in 1958, becoming an important target of scientific investigation in psychiatry during the sixties. Exponential recreational use, together with the counterculture movement and the american sociopolitical crisis, peaked with the Controlled Substances Act of 1970, which prohibited psychedelics. Scientific research in this field was halted, having resurfaced in the end of the twentieth century. Considering the present epidemiological landscape of multiple psychiatric diseases, which are treatment resistant and whose therapies show inneficacy, delayed action and numerous side effects, psilocybin arises again as a promising medicine. This literature review focuses on pharmacology, neurobiology and potencial therapeutic usage of psilocybin, considering its historic value and recent scientific attention. Aim: To analyse available scientific evidence on pharmacology, physiological and neurobiological effects in healthy humans, therapeutic effects in psychiatry and the safety and tolerability profile of psilocybin. Methods: Literature review of indexed articles in PubMed and Google Scholar databases, by April 2021, using the keywords “psilocybin”, “psychedelics”, “psilocybin and psychiatry”, “psilocybin and healthy humans”, “psilocybin and neurobiology”, “psilocybin and treatment”, “psychedelic therapy”, “psilocybin and neuroimaging” and “microdosing”. Results: In a controlled environment and randomized clinical trial setting, psilocybin can be safely administered, and studies suggest it has rapid and persistent antidepressive and anxyolitic effects on depressive and anxiety disorders secondary to terminal cancer disease, as well as on major depressive disorder. Conclusion: Therapeutic promising data from clinical trials, in conjunction with an acceptable safety and tolerability profile, place psilocybin as a potencial medicine for multiple psychiatric disorders, in addition to being a study tool for human neurobiology and conscience. However, evidence is still preliminary, making it essential to carry out more trials to better understand the pharmacology, toxicity and therapeutic efficacy of psilocybin.Cerejeira, Joaquim Manuel SoaresuBibliorumCarneiro, António Dias2021-11-22T17:17:38Z2021-07-052021-04-302021-07-05T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11315TID:202788830porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:45Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11315Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:08.335784Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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