Estudo de perigos biológicos presentes na superfície de frutos de casca rija e nas folhas de produtos frescos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/9495 |
Resumo: | Os frutos e vegetais consumidos crus tornam-se potenciais veículos de transmissão de microrganismos patogénicos, devido à impossibilidade da aplicação de tratamentos térmicos, que reduzem consideravelmente os perigos biológicos. A alface é um dos legumes mais consumidos em Portugal e o aproveitamento dos seus nutrientes é favorecido pelo consumo cru das suas folhas, as quais permanecem a descoberto desde a produção até à fase de distribuição. Os frutos possuem uma barreira física, a casca, que os protege da invasão e proliferação microbiana. No entanto, muitos contêm cascas rugosas e com texturas muito pronunciadas que podem contribuir para um aumento significativo da carga microbiana transportada e, por conseguinte, resultar na contaminação da parte interna durante o processo de descasque. Desta forma, o objectivo do presente trabalho foi avaliar a carga microbiana existente na superfície de frutos de cascas rugosas e com fendas pronunciadas, designadamente ananases e meloas, e também em folhas de alfaces, analisando as variedades, origens e locais de distribuição dos produtos hortofrutícolas referidos. Para cada amostra foi efectuada a enumeração de microrganismos totais, de Enterobacteriaceae, de Escherichia coli, de Staphylococcus coagulase positiva e pesquisa de Listeria monocytogenes e Salmonella spp.. Nas alfaces verificaram-se diferenças significativas relativas aos locais de distribuição, sendo que as amostras adquiridas em supermercados apresentaram contagens de E. coli mais baixas do que as dos restantes estabelecimentos. Observou-se contaminação fecal em 47,5 % das alfaces analisadas e 15 % continham L. monocytogenes. Nas cascas dos frutos constataram-se diferenças significativas relativas aos países de origem e locais de distribuição. Os ananases provenientes do Equador e as meloas oriundas de Marrocos demonstraram contagens de microrganismos totais e de Enterobacteriaceae superiores, respectivamente, em relação aos outros países. Obtiveram-se, de forma geral, contagens bacterianas mais baixas para os frutos adquiridos em hipermercados, comparando com os outros estabelecimentos. 5 % dos ananases apresentaram contaminação fecal e 2,5 % estavam contaminados com L. monocytogenes. Nas meloas não foram encontradas E. coli, L. monocytogenes ou Staphylococcus coagulase positiva. As estirpes de L. monocytogenes isoladas pertenciam aos serogrupos 2 (1/2c ou 3c) ou 4 (4b, 4d ou 4e) e nenhuma mostrou ser resistente aos fármacos habitualmente utilizados na terapia de listeriose. Todos os isolados Staphylococcus coagulase positiva obtidos possuíam características semelhantes e nenhum demonstrou ser multirresistente a antibióticos. Não foi detectada Salmonella spp. nos produtos hortofrutícolas analisados. |
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Estudo de perigos biológicos presentes na superfície de frutos de casca rija e nas folhas de produtos frescosOs frutos e vegetais consumidos crus tornam-se potenciais veículos de transmissão de microrganismos patogénicos, devido à impossibilidade da aplicação de tratamentos térmicos, que reduzem consideravelmente os perigos biológicos. A alface é um dos legumes mais consumidos em Portugal e o aproveitamento dos seus nutrientes é favorecido pelo consumo cru das suas folhas, as quais permanecem a descoberto desde a produção até à fase de distribuição. Os frutos possuem uma barreira física, a casca, que os protege da invasão e proliferação microbiana. No entanto, muitos contêm cascas rugosas e com texturas muito pronunciadas que podem contribuir para um aumento significativo da carga microbiana transportada e, por conseguinte, resultar na contaminação da parte interna durante o processo de descasque. Desta forma, o objectivo do presente trabalho foi avaliar a carga microbiana existente na superfície de frutos de cascas rugosas e com fendas pronunciadas, designadamente ananases e meloas, e também em folhas de alfaces, analisando as variedades, origens e locais de distribuição dos produtos hortofrutícolas referidos. Para cada amostra foi efectuada a enumeração de microrganismos totais, de Enterobacteriaceae, de Escherichia coli, de Staphylococcus coagulase positiva e pesquisa de Listeria monocytogenes e Salmonella spp.. Nas alfaces verificaram-se diferenças significativas relativas aos locais de distribuição, sendo que as amostras adquiridas em supermercados apresentaram contagens de E. coli mais baixas do que as dos restantes estabelecimentos. Observou-se contaminação fecal em 47,5 % das alfaces analisadas e 15 % continham L. monocytogenes. Nas cascas dos frutos constataram-se diferenças significativas relativas aos países de origem e locais de distribuição. Os ananases provenientes do Equador e as meloas oriundas de Marrocos demonstraram contagens de microrganismos totais e de Enterobacteriaceae superiores, respectivamente, em relação aos outros países. Obtiveram-se, de forma geral, contagens bacterianas mais baixas para os frutos adquiridos em hipermercados, comparando com os outros estabelecimentos. 5 % dos ananases apresentaram contaminação fecal e 2,5 % estavam contaminados com L. monocytogenes. Nas meloas não foram encontradas E. coli, L. monocytogenes ou Staphylococcus coagulase positiva. As estirpes de L. monocytogenes isoladas pertenciam aos serogrupos 2 (1/2c ou 3c) ou 4 (4b, 4d ou 4e) e nenhuma mostrou ser resistente aos fármacos habitualmente utilizados na terapia de listeriose. Todos os isolados Staphylococcus coagulase positiva obtidos possuíam características semelhantes e nenhum demonstrou ser multirresistente a antibióticos. Não foi detectada Salmonella spp. nos produtos hortofrutícolas analisados.Fruits and vegetables eaten raw are potential vehicles of pathogens due to the impossibility of applying thermal treatments, which would considerably reduce biological hazards that might be present. Lettuce is one of the most consumed salad vegetables in Portugal and absorption of nutrients is favoured by the consumption of raw leaves, which remain uncovered from production to the distribution phase. Fruits have a physical barrier, the peel, which protects them from microbial contamination and proliferation. However, many fruits possess rough peels and very pronounced textures that can contribute to a significant increase in microbial load transported and therefore result in contamination of the interior of the fruit during peeling. The aim of this study was to evaluate the microbial load on the surface of fruits with rough and very pronounced textured peels, namely pineapples and melons, as well as leaf lettuce, analyzing the varieties, countries of origin and distribution sites of these products. Enumeration of total microorganisms, Enterobacteriaceae, Escherichia coli and coagulase-positive staphylococci, as well as detection of Listeria monocytogenes and Salmonella spp., were performed for all samples. Significant differences were observed in lettuce samples according to distribution sites: samples purchased at supermarkets showed lower E. coli counts than those of other establishments. Faecal contamination was found in 47.5 % of lettuce samples and 15 % were contaminated with L. monocytogenes. Significant differences were observed in fruit peels according to country of origin and distribution sites. Pineapples from Ecuador and melons from Morocco had higher total microorganism and Enterobacteriaceae counts, respectively, than other countries. The fruits purchased in hypermarkets showed lower bacterial counts when compared with other establishments. 5 % of pineapples presented faecal contamination and 2.5 % were contaminated with L. monocytogenes. Melon samples were negative for E. coli, L. monocytogenes and coagulase-positive staphylococci. L. monocytogenes isolates belonged to serogroups 2 (1/2c or 3c) or 4 (4b, 4d and 4e) and none were found to be resistant to antibiotics commonly used in therapy of listeriosis. All coagulase-positive staphylococci had similar characteristics and none exhibited multidrug resistance. Salmonella spp. was not detected in fruits and vegetables analyzed in this study.Teixeira, PaulaSilva, JoanaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaNoronha, Maria Lúcia Fernandes de Oliveira e Brito de2012-12-04T12:30:12Z2011-11-0820112011-11-08T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/9495porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-01T23:50:15Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/9495Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:08:26.746403Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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