Foto-identificação de tartarugas marinhas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Miguel Vanzeller Gonçalves
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/32816
Resumo: A seleção de indivíduos dentro de uma população de determinada espécie é um processo crucial para estimar dados ecológicos, como densidade populacional, padrões comportamentais ou sobrevivência. Métodos de Captura-Marcação-Recaptura (CMR) consistem na marcação de indivíduos e têm sido utilizados para monitorizar espécies elusivas, como é o caso da megafauna marinha. As tartarugas-marinhas são répteis que possuem uma elevada longevidade e grande parte do seu ciclo de vida é efetuado no mar. Contudo, aquando do período de reprodução, as fêmeas habitualmente acabam por regressar às praias onde nasceram para depositarem as suas posturas, o que representa uma clara oportunidade para as marcar. Tradicionalmente, a marcação das fêmeas é efetuada com a aplicação de marcadores externos, como as etiquetas (plásticas ou de metal), os microchips PIT ou dispositivos de deteção remota. No entanto estes marcadores podem ser muito dispendiosos, provocar lesões nos tecidos dos animais, impedir o movimento natural e geralmente não satisfazem a necessidade de monitorizar os espécimes a longo prazo. Em contrapartida, a foto-identificação é um processo não intrusivo e menos invasivo, que consiste na identificação de indivíduos com base nos padrões e marcações naturais dos mesmos. É propósito desta dissertação elaborar uma síntese do estado-da-arte acerca desta temática, focando as vantagens e limitações da sua utilização. Utilizaram-se algumas ilustrações de perfis faciais de tartarugas-olivácea (Lepidochelys olivacea) e tartarugas-comum (Caretta caretta), bem como perfis dorsais da cabeça de indivíduos de tartaruga-verde (Chelonia mydas) de forma a comparar e distinguir os indivíduos, exemplificando o processo subjacente à metodologia. Estudou-se também a possibilidade de se utilizarem as manchas brancas presentes nas tartarugas-de-couro (Dermochelys coriacea) para fins de foto-identificação. Com a análise dos perfis faciais, foi possível observar que os indivíduos poderiam ser diferenciados pela variação das escamas pós-oculares e timpânicas, enquanto pela análise dos perfis dorsais da cabeça observaram-se diferenças nas escamas frontais e pré-frontais de cada indivíduo. Analisando as pontuações brancas no perfil dorsal da cabeça de um indivíduo de tartaruga-de-couro, tornou-se claro que as pontuações são distintas o suficiente para poderem ser utilizadas nestes estudos. A análise dos padrões e marcações deve ser complementada com recurso a programas de identificação fotográfica, de forma que este processo seja mais fidedigno e imparcial. A adoção de novas formas tecnológicas em estudos de ecologia e a modernização das práticas de campo pode aproximar as comunidades locais e permitir a aquisição de uma maior quantidade de informação ecológica, servindo para a fomentar e promover conservação das tartarugas marinhas.
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Tradicionalmente, a marcação das fêmeas é efetuada com a aplicação de marcadores externos, como as etiquetas (plásticas ou de metal), os microchips PIT ou dispositivos de deteção remota. No entanto estes marcadores podem ser muito dispendiosos, provocar lesões nos tecidos dos animais, impedir o movimento natural e geralmente não satisfazem a necessidade de monitorizar os espécimes a longo prazo. Em contrapartida, a foto-identificação é um processo não intrusivo e menos invasivo, que consiste na identificação de indivíduos com base nos padrões e marcações naturais dos mesmos. É propósito desta dissertação elaborar uma síntese do estado-da-arte acerca desta temática, focando as vantagens e limitações da sua utilização. Utilizaram-se algumas ilustrações de perfis faciais de tartarugas-olivácea (Lepidochelys olivacea) e tartarugas-comum (Caretta caretta), bem como perfis dorsais da cabeça de indivíduos de tartaruga-verde (Chelonia mydas) de forma a comparar e distinguir os indivíduos, exemplificando o processo subjacente à metodologia. Estudou-se também a possibilidade de se utilizarem as manchas brancas presentes nas tartarugas-de-couro (Dermochelys coriacea) para fins de foto-identificação. Com a análise dos perfis faciais, foi possível observar que os indivíduos poderiam ser diferenciados pela variação das escamas pós-oculares e timpânicas, enquanto pela análise dos perfis dorsais da cabeça observaram-se diferenças nas escamas frontais e pré-frontais de cada indivíduo. Analisando as pontuações brancas no perfil dorsal da cabeça de um indivíduo de tartaruga-de-couro, tornou-se claro que as pontuações são distintas o suficiente para poderem ser utilizadas nestes estudos. A análise dos padrões e marcações deve ser complementada com recurso a programas de identificação fotográfica, de forma que este processo seja mais fidedigno e imparcial. A adoção de novas formas tecnológicas em estudos de ecologia e a modernização das práticas de campo pode aproximar as comunidades locais e permitir a aquisição de uma maior quantidade de informação ecológica, servindo para a fomentar e promover conservação das tartarugas marinhas.Identifying certain individuals within a population is a vital step to produce ecological estimates, such as density, behavioural patterns and survivability. Capture-Mark-Recapture methods consist of marking each individual so that it could be studied throughout time and have been useful to study elusive species, which is the case of marine megafauna. Sea turtles are reptiles that possess high longevity, and most of their lifecycle is bound to the sea. However, females usually come to nest on beaches and lay their postures, which presents an opportunity to mark them. This process is traditionally followed by the application of external markers, such as metal or plastic flipper tags, PIT microchips and satellite transmitters. However, the application of these objects can be very costly for researchers and can cause several injuries in the animal, impede their natural movement, and may be insufficient for researchers to adopt long term monitorization projects. In contrast, photographic identification (Photo-ID) is a non-intrusive and less invasive method that consists of the identification of individuals based on their natural patterns and markings. The purpose of this study is to synthesize the state-of-the-art regarding this subject, focusing the advantages and limitations of its use. Illustrations of facial profiles from olive ridleys (Lepidochelys olivacea) and loggerhead turtles (Caretta caretta) and dorsal head profiles from loggerheads and green turtles (Chelonia mydas) were used in order to compare and distinguish individuals of each species, exemplifying the process of the methodology. The possibility to identify different individuals of leatherbacks (Dermochelys coriacea) based on their white spots was also addressed. Through the analysis of the facial profiles, it was possible to observe variances mainly in the tympanic and post-ocular scales between individuals, while in the comparison of dorsal head profiles, it was clear that the frontal and pre-frontal scales varied between individuals. By analysing the white spots on an individual leatherback’s dorsal head profile, it was clear that these spots are sufficiently distinct to be used in Photo-ID studies. The analysis of natural patterns and markings should be complemented by computer-aided Photo-ID programs, allowing photo-matching to be more reliable and impartial. The usage of new technological methods in ecology and the modernization of field surveys could captivate local communities and allow a wider array of ecological information, boosting and promoting the conservation of sea turtle species.2022-12-10T00:00:00Z2021-12-06T00:00:00Z2021-12-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/32816porRodrigues, Miguel Vanzeller Gonçalvesinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:03:15Zoai:ria.ua.pt:10773/32816Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:04:23.455014Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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