Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Damas, Ana Leonor Ortin
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/23395
Resumo: Dada a situação em que o sector da construção civil se encontra, atravessando algumas dificuldades no que diz respeito a novas obras, surge cada vez mais um outro foco de interesse: o mercado da reabilitação de edifícios. De facto, com o aparecimento de novos estudos de caracterização de argamassas antigas e com a integração de novos materiais eco-eficientes na formulação de argamassas de revestimento para reabilitação de edifícios antigos, surge um novo fôlego na construção e novos e importantes desafios se colocam neste campo. Um dos mais típicos revestimentos portugueses é o revestimento azulejar. Para além de acompanhar a história portuguesa há seis séculos, é considerado património histórico e uma marca da cultura portuguesa. Este tipo de revestimento não se destaca apenas pelo seu importante valor estético: quando bem aplicado, a sua longevidade constitui uma das mais importantes e atrativas características o que aumenta a preferência e a procura por este tipo de revestimento. A argamassa de assentamento utilizada nessa aplicação desempenha um papel fundamental para o correto funcionamento do revestimento no seu todo e, por isso, para a sua correta conservação é indispensável numa primeira fase o seu estudo e caracterização bem detalhada e aprofundada. No âmbito do projeto DB-HERITAGE - Base de dados de materiais de construção com interesse histórico e patrimonial –foi realizada uma exaustiva recolha de informação, na literatura, relativa às características de argamassas de assentamento de azulejos dos séculos XVI a XX, abrangendo as regiões de Aveiro, Évora, Santarém e Porto. Para complementar essa informação, foi realizada a caracterização física, mecânica, química e mineralógica de um conjunto de 40 argamassas antigas de assentamento de azulejos, dos séculos XVI a XIX, provenientes de Lisboa e Coimbra, disponibilizadas pelo Museu Nacional do Azulejo. Da correlação dos dados obtidos na literatura com os resultados obtidos da campanha experimental realizada verificou-se que existe uma grande diversidade na formulação das argamassas de assentamento de azulejos entre os séculos XVI e XX, não sendo possível a sua tipificação por épocas. Porém, verificou-se que a formulação deste tipo de argamassas varia de região para região, muito possivelmente pela utilização de materiais locais na sua composição. Este facto foi comprovado pela análise dos resultados obtidos onde se concluiu que todas as argamassas analisadas são típicas de cal aérea, em Lisboa calcítica e em Coimbra dolomítica. Também o tipo de edifício tem influência na formulação destas argamassas, constatando-se que as de edifícios religiosos apresentam um traço mais forte em ligante do que as de edifícios do tipo residencial/palacete. Através da análise efetuada verificou-se também uma grande semelhança entre a composição e características das argamassas de assentamento de azulejos exteriores (de fachada) e argamassas de assentamento de azulejos interiores, o que leva a crer que não era feita especial distinção na formulação deste tipo de argamassas para exterior e interior, hipótese a averiguar em estudos futuros. Considera-se que esta informação é útil para a prescrição de futuras intervenções de conservação neste tipo de revestimentos azulejares.
id RCAP_21363e5cbe263adbdeddec2d97da6956
oai_identifier_str oai:run.unl.pt:10362/23395
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentosArgamassa de assentamento de azulejoArgamassa antigaCaracterizaçãoReabilitação de edifícioConservaçãoPatrimónioDomínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia CivilDada a situação em que o sector da construção civil se encontra, atravessando algumas dificuldades no que diz respeito a novas obras, surge cada vez mais um outro foco de interesse: o mercado da reabilitação de edifícios. De facto, com o aparecimento de novos estudos de caracterização de argamassas antigas e com a integração de novos materiais eco-eficientes na formulação de argamassas de revestimento para reabilitação de edifícios antigos, surge um novo fôlego na construção e novos e importantes desafios se colocam neste campo. Um dos mais típicos revestimentos portugueses é o revestimento azulejar. Para além de acompanhar a história portuguesa há seis séculos, é considerado património histórico e uma marca da cultura portuguesa. Este tipo de revestimento não se destaca apenas pelo seu importante valor estético: quando bem aplicado, a sua longevidade constitui uma das mais importantes e atrativas características o que aumenta a preferência e a procura por este tipo de revestimento. A argamassa de assentamento utilizada nessa aplicação desempenha um papel fundamental para o correto funcionamento do revestimento no seu todo e, por isso, para a sua correta conservação é indispensável numa primeira fase o seu estudo e caracterização bem detalhada e aprofundada. No âmbito do projeto DB-HERITAGE - Base de dados de materiais de construção com interesse histórico e patrimonial –foi realizada uma exaustiva recolha de informação, na literatura, relativa às características de argamassas de assentamento de azulejos dos séculos XVI a XX, abrangendo as regiões de Aveiro, Évora, Santarém e Porto. Para complementar essa informação, foi realizada a caracterização física, mecânica, química e mineralógica de um conjunto de 40 argamassas antigas de assentamento de azulejos, dos séculos XVI a XIX, provenientes de Lisboa e Coimbra, disponibilizadas pelo Museu Nacional do Azulejo. Da correlação dos dados obtidos na literatura com os resultados obtidos da campanha experimental realizada verificou-se que existe uma grande diversidade na formulação das argamassas de assentamento de azulejos entre os séculos XVI e XX, não sendo possível a sua tipificação por épocas. Porém, verificou-se que a formulação deste tipo de argamassas varia de região para região, muito possivelmente pela utilização de materiais locais na sua composição. Este facto foi comprovado pela análise dos resultados obtidos onde se concluiu que todas as argamassas analisadas são típicas de cal aérea, em Lisboa calcítica e em Coimbra dolomítica. Também o tipo de edifício tem influência na formulação destas argamassas, constatando-se que as de edifícios religiosos apresentam um traço mais forte em ligante do que as de edifícios do tipo residencial/palacete. Através da análise efetuada verificou-se também uma grande semelhança entre a composição e características das argamassas de assentamento de azulejos exteriores (de fachada) e argamassas de assentamento de azulejos interiores, o que leva a crer que não era feita especial distinção na formulação deste tipo de argamassas para exterior e interior, hipótese a averiguar em estudos futuros. Considera-se que esta informação é útil para a prescrição de futuras intervenções de conservação neste tipo de revestimentos azulejares.Veiga, Maria do RosárioFaria, PaulinaRUNDamas, Ana Leonor Ortin2017-09-19T14:01:30Z2017-062017-062017-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/23395TID:202322726porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:08:53Zoai:run.unl.pt:10362/23395Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:26:59.982436Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos
title Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos
spellingShingle Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos
Damas, Ana Leonor Ortin
Argamassa de assentamento de azulejo
Argamassa antiga
Caracterização
Reabilitação de edifício
Conservação
Património
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia Civil
title_short Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos
title_full Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos
title_fullStr Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos
title_full_unstemmed Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos
title_sort Caracterização de argamassas de assentamento de azulejo antigas: contributo para a conservação deste tipo de revestimentos
author Damas, Ana Leonor Ortin
author_facet Damas, Ana Leonor Ortin
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Veiga, Maria do Rosário
Faria, Paulina
RUN
dc.contributor.author.fl_str_mv Damas, Ana Leonor Ortin
dc.subject.por.fl_str_mv Argamassa de assentamento de azulejo
Argamassa antiga
Caracterização
Reabilitação de edifício
Conservação
Património
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia Civil
topic Argamassa de assentamento de azulejo
Argamassa antiga
Caracterização
Reabilitação de edifício
Conservação
Património
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia Civil
description Dada a situação em que o sector da construção civil se encontra, atravessando algumas dificuldades no que diz respeito a novas obras, surge cada vez mais um outro foco de interesse: o mercado da reabilitação de edifícios. De facto, com o aparecimento de novos estudos de caracterização de argamassas antigas e com a integração de novos materiais eco-eficientes na formulação de argamassas de revestimento para reabilitação de edifícios antigos, surge um novo fôlego na construção e novos e importantes desafios se colocam neste campo. Um dos mais típicos revestimentos portugueses é o revestimento azulejar. Para além de acompanhar a história portuguesa há seis séculos, é considerado património histórico e uma marca da cultura portuguesa. Este tipo de revestimento não se destaca apenas pelo seu importante valor estético: quando bem aplicado, a sua longevidade constitui uma das mais importantes e atrativas características o que aumenta a preferência e a procura por este tipo de revestimento. A argamassa de assentamento utilizada nessa aplicação desempenha um papel fundamental para o correto funcionamento do revestimento no seu todo e, por isso, para a sua correta conservação é indispensável numa primeira fase o seu estudo e caracterização bem detalhada e aprofundada. No âmbito do projeto DB-HERITAGE - Base de dados de materiais de construção com interesse histórico e patrimonial –foi realizada uma exaustiva recolha de informação, na literatura, relativa às características de argamassas de assentamento de azulejos dos séculos XVI a XX, abrangendo as regiões de Aveiro, Évora, Santarém e Porto. Para complementar essa informação, foi realizada a caracterização física, mecânica, química e mineralógica de um conjunto de 40 argamassas antigas de assentamento de azulejos, dos séculos XVI a XIX, provenientes de Lisboa e Coimbra, disponibilizadas pelo Museu Nacional do Azulejo. Da correlação dos dados obtidos na literatura com os resultados obtidos da campanha experimental realizada verificou-se que existe uma grande diversidade na formulação das argamassas de assentamento de azulejos entre os séculos XVI e XX, não sendo possível a sua tipificação por épocas. Porém, verificou-se que a formulação deste tipo de argamassas varia de região para região, muito possivelmente pela utilização de materiais locais na sua composição. Este facto foi comprovado pela análise dos resultados obtidos onde se concluiu que todas as argamassas analisadas são típicas de cal aérea, em Lisboa calcítica e em Coimbra dolomítica. Também o tipo de edifício tem influência na formulação destas argamassas, constatando-se que as de edifícios religiosos apresentam um traço mais forte em ligante do que as de edifícios do tipo residencial/palacete. Através da análise efetuada verificou-se também uma grande semelhança entre a composição e características das argamassas de assentamento de azulejos exteriores (de fachada) e argamassas de assentamento de azulejos interiores, o que leva a crer que não era feita especial distinção na formulação deste tipo de argamassas para exterior e interior, hipótese a averiguar em estudos futuros. Considera-se que esta informação é útil para a prescrição de futuras intervenções de conservação neste tipo de revestimentos azulejares.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-09-19T14:01:30Z
2017-06
2017-06
2017-06-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10362/23395
TID:202322726
url http://hdl.handle.net/10362/23395
identifier_str_mv TID:202322726
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137899013210112