A importância da civilidade em contexto laboral no engagement e na saúde mental dos profissionais de saúde em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Videira, Inês Miguel
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/6319
Resumo: A situação pandémica que se atravessa atualmente, é incontestavelmente traumática para toda a população, contudo, poderá ser especialmente difícil para os profissionais que se encontram na linha da frente, e com alta possibilidade de se vir a desenvolver perturbações como stress pós-traumático e depressão (Afonso, 2020). Durante a pandemia, foi possível apurar, num estudo com profissionais de saúde, que 53.1% apresentou altos níveis de burnout relacionados com o trabalho, sendo ainda que 66.9% dos profissionais de saúde, demonstrou níveis de ansiedade, 70.6% depressão e 63.4% stress (Duarte et al., 2020). Apresentaram também, níveis mais elevados de exaustão emocional e despersonalização, e níveis mais baixos de realização pessoal, o que indica um aumento do burnout entre os profissionais de saúde e por consequência uma maior desmotivação no local de trabalho e baixos níveis de engagement (Nishimura et al., 2021). A civilidade refere-se a um conjunto de comportamentos interpessoais que contribui para a adoção de uma atitude positiva no local de trabalho, tem um impacto na redução dos níveis de stress entre a equipa, promove uma maior eficácia no local de trabalho, e também um maior bem-estar a nível da saúde mental e da qualidade de vida (Babore et al., 2020). O engagement, surge da psicologia positiva, frequentemente associado a um estado de saúde mental no trabalho, que corresponde a uma visão positiva e de realização e satisfação com o trabalho realizado (Abidin et al., 2021), bem como, um bom desempenho da sua própria função (Walt, 2018). Este estudo pretende verificar se a civilidade contribui positivamente para a saúde mental dos profissionais de saúde, sendo esta relação medida pelo engagement. Para tal, utilizamos a versão portuguesa da escala de civilidade, ECT (Nitzsche, 2015), versão original WCS (Osatuke et al., 2009), utilizamos a escala de engagement, UWES (Schaufeli & Bakker, 1999) adaptada a poulação portuguesa UWES (Nitzsche, 2015) e a escala de saúde mental, MHI-38 (Veit & Ware, 1983) na versão portuguesa (Ribeiro, 2001). Os resultados do estudo, na nossa amostra, evidenciaram que a civilidade contribui significativamente para a saúde mental e para o engagement, e ainda que o engagement explica em 43% da variação da relação entre civilidade e saúde mental.
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