Extratos marinhos e de Voacanga africana como agentes anticancerígenos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Figueiredo, Helena Beatriz dos Mártires
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/161128
Resumo: Embora tenham ocorrido inúmeros progressos científicos ao longo dos anos, o cancro continua a ser uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, tendo um enorme impacto na sociedade, não só na saúde como em questões económicas, ambientais e sociais. Assim a procura incessante por terapias que permitam um combate rápido e eficaz desta doença aliado a uma maior sustentabilidade tem sido um dos principais focos do trabalho dos investigadores. Neste sentido estudou-se a citotoxicidade de 44 extratos marinhos e de 4 extratos de Voacanga africana, e os mecanismos de ação dos extratos mais promissores analisados. O efeito antiproliferativo dos extratos foi avaliado nas linhas celulares tumorais humanas provenientes de carcinoma do ovário (A2780), colorretal sensível (HCT116) e resistente à doxorrubicina (HCT116Dox) e, numa linha celular humana não tumoral, os fibroblastos. Dessa análise percebeu-se que os extratos mais promissores são mais citotóxicos nas células A2780 (EM08 e VA4), HCT116 (VA1) e HCT116Dox (EM30) (menor IC50). Os IC50 dos extratos EM08 e EM30 foram igualmente comparados em culturas 3D (esferoides), modelos mais aproximados aos sistemas in vivo, tendo-se constatado que era necessária uma concentração muito superior comparativamente à requerida em modelos 2D. Os mecanismos de morte celular responsáveis pela citotoxicidade desses extratos foram a apoptose (intrínseca e extrínseca) e a autofagia. Dos estudos de interação dos extratos marinhos verificou-se que apenas o extrato EM30 interage com o DNA plasmídico, que ambos interagem com a albumina do soro bovino e que o extrato EM30 interfere com o ciclo celular. O ensaio de migração celular permitiu aferir que os extratos marinhos são anti-metásticos, e o ensaio in vivo recorrendo a embriões de galinha demonstrou que são anti-angiogénicos. Do estudo do efeito antiproliferativo das frações do extrato EM30 percebeu-se que o mesmo deverá conter na sua constituição um composto altamente citotóxico.
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O efeito antiproliferativo dos extratos foi avaliado nas linhas celulares tumorais humanas provenientes de carcinoma do ovário (A2780), colorretal sensível (HCT116) e resistente à doxorrubicina (HCT116Dox) e, numa linha celular humana não tumoral, os fibroblastos. Dessa análise percebeu-se que os extratos mais promissores são mais citotóxicos nas células A2780 (EM08 e VA4), HCT116 (VA1) e HCT116Dox (EM30) (menor IC50). Os IC50 dos extratos EM08 e EM30 foram igualmente comparados em culturas 3D (esferoides), modelos mais aproximados aos sistemas in vivo, tendo-se constatado que era necessária uma concentração muito superior comparativamente à requerida em modelos 2D. Os mecanismos de morte celular responsáveis pela citotoxicidade desses extratos foram a apoptose (intrínseca e extrínseca) e a autofagia. Dos estudos de interação dos extratos marinhos verificou-se que apenas o extrato EM30 interage com o DNA plasmídico, que ambos interagem com a albumina do soro bovino e que o extrato EM30 interfere com o ciclo celular. O ensaio de migração celular permitiu aferir que os extratos marinhos são anti-metásticos, e o ensaio in vivo recorrendo a embriões de galinha demonstrou que são anti-angiogénicos. Do estudo do efeito antiproliferativo das frações do extrato EM30 percebeu-se que o mesmo deverá conter na sua constituição um composto altamente citotóxico.Despite countless scientific advances over the years, cancer continues to affect millions of people worldwide, with a massive impact on society, not only in terms of health but also economically, environmentally, and socially. Therefore, the relentless pursuit of therapies that enable a swift and effective fight against this disease, coupled with greater sustainability, has become a primary focus of researchers' efforts. In this context, the cytotoxicity of 44 marine extracts and 4 extracts from African Voacanga was examined, and the mechanisms of action of the most promising extracts were analysed. The antiproliferative potential of the extracts was analysed in human tumour cell lines, including ovarian (A2780), sensitive colorectal (HCT116), and doxorubicin resistant (HCT116DOX) carcinoma cell lines, as well as in a non-tumour human cell line, fibroblasts. This analysis revealed that the most promising extracts (EM08 and VA4 for A2780, VA1 for HCT116, and EM30 for HCT116Dox) exhibited higher cytotoxicity with lower IC50 values. The IC50 values of the EM08 and EM30 extracts were also compared in 3D cultures (spheroids), which are models more akin to in vivo systems. It was observed that a much higher concentration was required compared to what was needed in 2D models. The cell death mechanisms responsible for the cytotoxicity of these extracts included apoptosis (both intrinsic and extrinsic pathways) and autophagy. Interaction studies of marine extracts revealed that only the EM30 extract interacts with plasmid DNA, while both extracts interact with bovine serum albumin. Additionally, the EM30 extract was found to interfere with the cell cycle. Cell migration assays confirmed the anti-metastatic properties of the marine extracts, and in vivo tests using chicken embryos demonstrated their anti-angiogenic effects. Furthermore, the study of the antiproliferative effect of EM30 extract fractions indicated the presence of a highly cytotoxic compound within its composition.Fernandes, Maria AlexandraRojas, OscarRUNFigueiredo, Helena Beatriz dos Mártires2023-12-052026-01-01T00:00:00Z2023-12-05T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/161128porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:43:56Zoai:run.unl.pt:10362/161128Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:58:22.967485Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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