A experiência de pessoas com AVC com o modelo de prática centrada na pessoa: um estudo qualitativo

• Autor(a) principal: Duarte, Rodrigo Samuel Ferreira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/48658
• topic: AVC; Fisioterapia; Prática centrada na pessoa; Stroke; Physiotherapy; Person-centred care

Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade, com impacto significativo a vários níveis, para o próprio e respetivas famílias. Apesar da recomendação de uma prática centrada nas pessoas com AVC, estudos internacionais prévios sugerem que esta não é efetivamente implementada e que os cuidados tendem a ser descoordenados e insuficientes. Atualmente, desconhece-se a realidade em Portugal acerca do modelo de prática na fisioterapia após AVC. Neste sentido, este estudo teve como objetivos compreender as perspetivas das pessoas com AVC acerca do modelo de cuidados de fisioterapia recebido, bem como que atitudes e fatores, são associados ao modelo de prática centrada na pessoa com AVC. Métodos: Foi realizado um estudo qualitativo de análise temática híbrida com pessoas adultas portuguesas, com diagnóstico de AVC, que tivessem realizado fisioterapia e se encontrassem inseridas na comunidade. Foi utilizada amostragem intencional, com inclusão de 16 participantes (média das idades=50±11), dos quais três com problemas de comunicação. Os dados foram recolhidos através de grupos focais, como método principal e entrevistas semiestruturadas individuais para pessoas com alterações da comunicação. Foi utilizada uma abordagem híbrida, combinando uma análise dedutiva e indutiva dos dados. Resultados: Da análise dos resultados foram identificados três temas do modelo de Prática Centrada na Pessoa em Reabilitação. Dos resultados obtidos, a díade pessoa-fisioterapeuta foi caracterizada num modelo centrado na pessoa. Os principais fatores reportados relacionam-se com o respeito pela pessoa com AVC, a relação terapêutica e as tomadas de decisão partilhadas. No que diz respeito aos níveis microssistema e macrossistema, estes parecem não se enquadrar num modelo centrado na pessoa. No nível microssistema, fatores associados à inclusão de pessoas significativas, a existência de equipas interdisciplinares e o ambiente da fisioterapia foram abordados. Já no nível macrossistema, a organização da equipa de fisioterapeutas e a preparação do planeamento da alta foram as principais características abordadas pelos participantes. Conclusão: Este estudo demonstrou aspetos importantes a ter em conta, para uma prática centrada na pessoa com AVC, nos vários níveis associados à fisioterapia. O respeito pela individualidade de cada pessoa, a inclusão de pessoas relevantes com objetivos e limites definidos, uma equipa interdisciplinar centrada na pessoa, a organização da equipa de fisioterapeuta e o processo de alta são fatores a considerar para que o modelo de prática da fisioterapia seja centrado na pessoa com AVC.