Epilepsia na gravidez: terapêutica farmacológica na mulher e implicações no desenvolvimento fetal

• Autor(a) principal: Guerreiro, Joana Raquel das Neves
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/20383
• topic: Epilepsia; Fármacos antiepiléticos; Gravidez; Malformações fetais; Teratogenicidade; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Outras Ciências Médicas

A epilepsia é uma doença neurológica crónica de natureza progressiva que surge em qualquer idade e sexo. É uma das doenças neurológicas mais comuns em todo o mundo afetando um elevado número de mulheres em idade fértil. A doença manifesta-se através da ocorrência de crises convulsivas com tendência recorrente, implicando muitas vezes o recurso a medicação crónica. Os riscos maternos e fetais durante a gravidez na mulher epilética são relativamente superiores quando comparados com mulheres saudáveis. Este risco deve-se não só aos episódios convulsivos que podem ocorrer, mas também advém da terapia realizada pela mulher antes e durante a gestação. A escolha do fármaco antiepilético adequado deve basear-se no histórico clínico da doente e considerar os diferentes fatores que podem influenciar o desenvolvimento fetal e a recorrência dos episódios epiléticos durante a gravidez. As alterações fisiológicas no decurso da gestação também irão apresentar implicações na cinética dos fármacos, sendo frequentemente necessário o ajuste das doses para garantir o controlo da doença e a segurança clínica. A suplementação alimentar com ácido fólico é aconselhada de modo a diminuir o risco associado à utilização dos fármacos antiepiléticos, bem como a análise cuidada das vantagens e desvantagens da realização de mono- e politerapia, uma vez que, o risco de teratogenicidade aumenta quando o regime politerapêutico é implementado. O fármaco antiepilético considerado mais teratogénico é o ácido valpróico, devendo ser evitado na mulher grávida. As malformações congénitas major mais comuns são as cardíacas, neurológicas, fendas orais e hipospadias. Estas malformações surgem devido a mecanismos de teratogenicidade como a epoxidação e stress oxidativo provocados por fármacos antiepiléticos. Desta forma, a presente monografia apresenta uma revisão bibliográfica acerca da classificação, diagnóstico e fisiopatologia da epilepsia e farmacoterapia da doença, com maior enfoque na mulher grávida epilética. Bem como, revisão dos mecanismos teratogénicos e malformações resultantes da exposição do feto aos fármacos antiepiléticos.