A telemedicina em Portugal no contexto epidémico de Covid-19: um retrato de teleconsulta sob o ponto de vista dos médicos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/134714 |
Resumo: | Em Portugal, a saúde e as tecnologias de informação e comunicação caminham de mãos dadas há mais de duas décadas (Centro Nacional de Telesaúde, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, 2019). Com a chegada da pandemia provocada por Covid-19, a inovação nos modelos de cuidado foi determinante para a continuação da prestação dos serviços saúde, em particular nos centros de saúde. Embora se tenha vivido tempos de incerteza e instabilidade, a pandemia potenciou o desenvolvimento da telemedicina, trazendo a debate a importância das interações pessoais, da relação e da comunicação entre o médico e os utentes durante as consultas à distância. Os estudos mostram que a telemedicina veio para ficar (Malhotra, Sakthivel, Gupta et al., 2020; Orazem, Oblak, Spanic et al., 2020), contudo a investigação sobre a implementação da teleconsulta e sobre os respetivos desafios de comunicação ainda está numa fase inicial, pelo que a informação sobre o impacto das tecnologias na relação terapêutica ainda carece de muito estudo. Por essa razão, é cada vez mais importante perceber a percepção de todos os atores envolvidos neste processo. Através de uma perspetiva no âmbito da comunicação estratégica (Broom & Sha, 2013; Falkheimer & Heide, 2018; Grunig & Grunig, 2000), esta dissertação propõe uma análise das perceções dos médicos de Medicina Geral e Familiar do Sistema Nacional de Saúde, com o objetivo de compreender os desafios e oportunidades da adoção da teleconsulta nos cuidados de saúde primários, durante o surto epidémico em Portugal. O estudo oferece uma análise qualitativa temática de entrevistas semiestruturadas realizadas a alguns médicos de família do Agrupamento de centros de saúde do Grande Porto, de Matosinhos e de Lisboa Ocidental e Oeiras. Os desafios assinalados pelos profissionais foram analisados para a compreensão dos principais riscos e limitações técnico-funcionais, comunicacionais e organizacionais, que podem estar a impactar as interações com os utentes. Através da mesma metodologia foram analisadas as principais oportunidades assinaladas pelos profissionais, com o objetivo de identificar estratégias eficazes para a implementação da teleconsulta em Portugal. Os resultados deste estudo mostraram fortes limitações ao nível da comunicação não-verbal, da baixa literacia e das fracas competências comunicacionais dos utentes, que, atualmente, não possibilitam a prestação de cuidados de saúde primários eficazes. Ao nível das unidades de saúde, as limitações institucionais e organizacionais foram algumas das barreiras mais apontadas à implementação da teleconsulta. O caminho para o reconhecimento da teleconsulta como ferramenta sustentável, segura e de qualidade é ainda longo. Ainda assim, as preocupações e sugestões apontadas pelos médicos representam um ponto de partida para a construção de um plano estratégico de implementação da teleconsulta em Portugal, capaz de ter em conta as exigências salientadas pelos profissionais de saúde. |
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A telemedicina em Portugal no contexto epidémico de Covid-19: um retrato de teleconsulta sob o ponto de vista dos médicosTelemedicinaPortugalCovid-19Comunicação em saúdeComunicação EstratégicaTeleconsultaTelemedicineHealth CommunicationStrategic CommunicationTeleconsultationDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências da ComunicaçãoEm Portugal, a saúde e as tecnologias de informação e comunicação caminham de mãos dadas há mais de duas décadas (Centro Nacional de Telesaúde, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, 2019). Com a chegada da pandemia provocada por Covid-19, a inovação nos modelos de cuidado foi determinante para a continuação da prestação dos serviços saúde, em particular nos centros de saúde. Embora se tenha vivido tempos de incerteza e instabilidade, a pandemia potenciou o desenvolvimento da telemedicina, trazendo a debate a importância das interações pessoais, da relação e da comunicação entre o médico e os utentes durante as consultas à distância. Os estudos mostram que a telemedicina veio para ficar (Malhotra, Sakthivel, Gupta et al., 2020; Orazem, Oblak, Spanic et al., 2020), contudo a investigação sobre a implementação da teleconsulta e sobre os respetivos desafios de comunicação ainda está numa fase inicial, pelo que a informação sobre o impacto das tecnologias na relação terapêutica ainda carece de muito estudo. Por essa razão, é cada vez mais importante perceber a percepção de todos os atores envolvidos neste processo. Através de uma perspetiva no âmbito da comunicação estratégica (Broom & Sha, 2013; Falkheimer & Heide, 2018; Grunig & Grunig, 2000), esta dissertação propõe uma análise das perceções dos médicos de Medicina Geral e Familiar do Sistema Nacional de Saúde, com o objetivo de compreender os desafios e oportunidades da adoção da teleconsulta nos cuidados de saúde primários, durante o surto epidémico em Portugal. O estudo oferece uma análise qualitativa temática de entrevistas semiestruturadas realizadas a alguns médicos de família do Agrupamento de centros de saúde do Grande Porto, de Matosinhos e de Lisboa Ocidental e Oeiras. Os desafios assinalados pelos profissionais foram analisados para a compreensão dos principais riscos e limitações técnico-funcionais, comunicacionais e organizacionais, que podem estar a impactar as interações com os utentes. Através da mesma metodologia foram analisadas as principais oportunidades assinaladas pelos profissionais, com o objetivo de identificar estratégias eficazes para a implementação da teleconsulta em Portugal. Os resultados deste estudo mostraram fortes limitações ao nível da comunicação não-verbal, da baixa literacia e das fracas competências comunicacionais dos utentes, que, atualmente, não possibilitam a prestação de cuidados de saúde primários eficazes. Ao nível das unidades de saúde, as limitações institucionais e organizacionais foram algumas das barreiras mais apontadas à implementação da teleconsulta. O caminho para o reconhecimento da teleconsulta como ferramenta sustentável, segura e de qualidade é ainda longo. Ainda assim, as preocupações e sugestões apontadas pelos médicos representam um ponto de partida para a construção de um plano estratégico de implementação da teleconsulta em Portugal, capaz de ter em conta as exigências salientadas pelos profissionais de saúde.In Portugal, health and communication technologies have gone hand-in-hand for more than two decades (National Center for Telehealth, Ministry of Health Shared Services, 2019). With the arrival of the pandemic caused by Covid-19, innovation in care models was decisive for the continuation of the provision of healthcare services, particularly in healthcare centers. Even although times of uncertainty and instability have been experienced, the pandemic boosted the development of telemedicine, bringing to debate the importance of personal interactions, the relationships and communications between physicians and users during long-distance consultations. Studies show that telemedicine came to stay (Malhotra, Sakthivel, Gupta et al., 2020; Orazem, Oblak, Spanic et al., 2020), however research into the implementation of teleconsultation and communication challenges is an early stage, so information about the impact of technologies on the therapeutic relationship still needs much study. For this reason, it’s important to perceive the perception of all actors involved in this process. Through a perspective within the scope of strategic communication (Broom & Sha, 2013; Falkheimer & Heide, 2018; Grunig & Grunig, 2000), this dissertation proposes an analysis of the perceptions of General and Family Medicine doctors in the National Health System. During the epidemic outbreak in Portugal, the objective is to understand the challenges and opportunities of adopting teleconsultation in primary healthcare. The study offers a qualitative thematic analysis of semi-structured interviews carried out with some family doctors from the Healthcarre Centers Group of Grande Porto, Matosinhos and Lisboa Ocidental and Oeiras. The challenges highlighted by the professionals have been analyzed to understand the main risks and technical-functional, communication and organizational limitations, which may be impacting interactions with users. Using the same methodology, the main opportunities identified by professionals will be analyzed, with the aim of identifying effective strategies for the implementation of teleconsultation in Portugal. The results of this study showed strong limitations in terms of non-verbal communication, low literacy and poor communication skills of users, which currently do not allow the provision of effective primary healthcare. At the level of healthcare units, institutional and organizational limitations were some of the barriers most frequently identified to the implementation of teleconsultation. The path to the recognition of teleconsultation as a sustainable, safe and quality tool is still longer. Even so, the concerns and suggestions pointed out by the doctors represent a starting point for the construction of a strategic plan for the implementation of teleconsultation in Portugal, capable of taking into account the demands highlighted by health professionals.Rossi, Maria GraziaRUNRodrigues, Mariana Laura Carrasco2022-12-16T01:31:46Z2021-12-162021-08-302021-12-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/134714TID:202858880porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:13:12Zoai:run.unl.pt:10362/134714Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:48:13.121730Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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