Da Primeira Grande Guerra às guerras de quinta geração. A transformação da guerra e as novas ameaças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barata, Pedro Gabriel da Silva
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Piedade, João Carlos Lourenço da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/3343
Resumo: O período entre a 1ª Grande Guerra e a 2ª Guerra Mundial representou uma alteração na ordem mundial, em parte devido à implosão dos Impérios Austrohúngaro, Russo, Alemão e Otomano, que fez emergir novos Estados ou levou à formação de alianças, com vista à invasão de outros estados. Era a guerra de atrição, com recurso ao confronto direto de exércitos em massa, como foi o caso da intervenção da França-Inglaterra na Guerra Civil russa. Por outro lado, a revolução industrial, a consequente modernização da tecnologia militar e a globalização, alteraram a natureza da guerra, demonstrando que a conflitualidade poderia alargar-se à escala global. A 2ª Guerra Mundial representou um outro tipo de ameaça à soberania e ao sistema internacional - o desrespeito por quaisquer regras, o confronto de ideologias, os genocídios, o antissemitismo - desencadeando o aparecimento de organizações, como a Organização das Nações Unidas ou a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, normativo internacional regulador do comportamento dos Estados, no sistema internacional. No mundo bipolar da Guerra Fria, dois blocos viveram em constante competição pela corrida e pela proliferação do armamento nuclear que, perante o receio de destruição mútua, de alguma forma pautou a constância e a previsibilidade das ameaças. O fim da Guerra-Fria não significou, per se, um mundo mais estável ou seguro; se por um lado o espectro da catástrofe nuclear parecia afastado, novas ameaças surgiram no seu lugar. A emergência dos nacionalismos e das hostilidades, étnica e religiosa, o ressurgimento do racismo e da xenofobia e a multiplicação dos conflitos localizados, evidenciaram a componente de instabilidade introduzida pela decadência das velhas superpotências, tendo sido os seus efeitos ampliados pela globalização e pelas redes da Era da Informação. Neste sistema internacional, outros intervenientes, que não os Estados, usurparam o uso da violência, a tecnologia desempenha um papel dominante, e o próprio conceito de segurança alarga-se a outras dimensões, para além da militar.
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