A igreja e confraria de Nossa Senhora das Dores de Monte Gordo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.1/18295 |
Resumo: | É bem conhecida a vocação do Algarve para a atividade piscatória, sublinhada pela exposição geográfica da sua costa ente Sagres e o Guadiana. Todas as fontes apontam de facto, desde a Antiguidade, para a íntima relação entre este território e um mar prenhe de pescarias continuamente aproveitadas por autóctones e imigrantes. Com uma configuração diferente a barlavento e a sotavento, a costa oriental desenha-se em curva amena desde o Cabo de Santa Maria até Espanha, como continuação do chamado Golfo de Cádis. De Faro até Cacela apresentando-se com o cordão dunar que constitui a Ria Formosa, a partir da qual “começa uma formosa baía que se estende pelo espaço de quatro léguas pela costa contra levante até dar na foz do rio Guadiana, na qual há continuamente muitos pescadores com as suas cabanas onde chamam Monte Gordo e se toma nele muito pescado”, segundo a descrição de Frei João de São José na sua Corografia do Algarve de 15771. As referências a Monte Gordo apontam todavia para a idade média, tendo João de Almeida escrito em 1947 haver vestígios de uma fortaleza medieval, que no entanto nunca foi até hoje identificada, podendo tratar-se de um mero ponto de vigia de outra época e que se manteve até ao século XX, como tantos outros disseminados pela costa com guarnições da guarda fiscal2. Mas pela documentação oficial sabemos que D. Duarte atribuiu ao Infante D. Henrique os direitos sobre “a dízima nova de todo o pescado que pescarem quaisquer pessoas no mar de Monte Gordo”3 e que D. Manuel em 1497 concedeu aos pescadores de Monte Gordo o privilégio de terem como juiz privativo o juiz de Castro Marim4. |
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