A identidade na pós-modernidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duque, Eduardo
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/15084
Resumo: O problema da identidade foi abordado, ao longo da história, de muitas e variadas perspectivas. Heraclito sentenciava a impossibilidade de banhar-se duas vezes no mesmo rio, isto é, a radical negação da conservação da identidade do rio e do próprio homem consigo mesmo, tudo estando mergulhado num eterno devir. Nada permanece constante. Nada pode ser idêntico, pois quando alguma propriedade poderia ser compartilhada por dois objectos, estes já se transformaram. Também Parménides, apesar de oposto a Heraclito, faz considerações interessantes, pois concebe o Ser parado e eterno, sempre idêntico a si mesmo. Platão, por sua vez, analisando os sentidos do verbo ser, no diálogo Sofista, foi o primeiro a reconhecer a necessidade de uma diferenciação nos usos de “é” como cópula e como “idêntico a”, pois essa falta de clareza gerou, por parte dos sofistas, muitos paradoxos. Mais tarde, Kant discute a identidade com o exemplo das duas gotas de água na vidraça, onde é possível abstrair totalmente de qualquer diferença interna (de qualidade e de quantidade), mas basta que elas sejam intuídas, simultaneamente em lugares diferentes, para as considerar numericamente diferentes. No século XX, o austríaco Ludwig Wittgenstein tratou bastante bem o problema da identidade, ao fazer as suas observações ao seu antigo professor Bertrand Russell, autor da obra Principia Mathematica1. Enfim, todas estas e demais abrangentes referências servem, no nosso trabalho, para apontar as inúmeras motivações que esta temática envolve.
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