Exercício aquático na reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Henriques, Moisés; Médico Naval, Centro de Medicina Naval, Alfeite, Portugal; Médico Interno de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Henriques, Ricardo; Especialista em Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal, Mirco, Teresa; Especialista em Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25759/spmfr.93
Resumo: Introdução: A paralisia cerebral é uma patologia que surge na idade pediátrica e implica necessidades de reabilitação ao longo da vida. O exercício físico, nomeadamente o aquático, ganhou importância no processo de reabilitação das crianças e adolescentes com paralisia cerebral. Contudo, os seus verdadeiros efeitos não foram ainda definidos. Métodos: Pesquisou-se a expressão (“cerebral palsy” AND “aquatic”) OR (“children” AND “aquatic exercise”) nas bases de dados PubMed, PEDro e Cochrane e analisaram-se os dados relativos à população, intervenção terapêutica, controlo e resultados em 13 artigos. Resultados: 102 crianças/adolescentes com paralisia cerebral foram submetidos a um programa de exercício aquático. As amostras variaram entre um e 46 elementos com 5 a 21 anos de idade; todos eles apresentavam um padrão espástico de paralisia cerebral, sendo a forma de apresentação variável. Todos os artigos incluíram no programa de exercício aquático atividades para desenvolver a resistência aeróbia; alguns deles incluíram ainda atividades de fortalecimento muscular e/ou de outras variantes da aptidão física. As intervenções duraram 30 a 60 minutos (1-3 vezes/semana) num período de 6 semanas a 8 meses. Nenhum dos artigos procedeu à randomização da amostra e apenas quatro compararam grupos com intervenções distintas. A metodologia de avaliação dos resultados foi diversa, abrangendo as repercussões do programa de exercício aquático na funcionalidade. Discussão: As particularidades do meio aquático conferem uma vantagem para a reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral tendo em conta o espectro de apresentação da doença. Apesar das evidências de eficácia e segurança do exercício aquático na reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral serem ainda limitadas, este tipo de exercício enquadra-se como uma boa alternativa para melhorar os níveis de aptidão física, parâmetro fundamental no processo de reabilitação desta população. A diversidade das arquiteturas dos estudos já realizados não permite aglutinar evidências quanto à eficácia do exercício aquático na reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral mas permite avançar com sugestões para tentar ultrapassar esta limitação. Conclusões: O exercício aquático revela-se uma opção válida para as crianças e adolescentes com paralisia cerebral alcançarem alguns dos benefícios de uma vida ativa, otimizarem a sua funcionalidade e melhorarem a sua qualidade de vida. Os próximos estudos sobre programas de exercício aquático na reabilitação da paralisia cerebral deverão, entre outros aspetos, recrutar indivíduos pela classificação no Sistema de Classificação da Função Motora Global, utilizar escalas de avaliação consensuais e tecer considerações sobre barreiras à participação, adequação do programa de reabilitação e segurança do ambiente aquático. Palavras-chave: Exercício; Reabilitação; Criança; Adolescente; Paralisia Cerebral. 
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As amostras variaram entre um e 46 elementos com 5 a 21 anos de idade; todos eles apresentavam um padrão espástico de paralisia cerebral, sendo a forma de apresentação variável. Todos os artigos incluíram no programa de exercício aquático atividades para desenvolver a resistência aeróbia; alguns deles incluíram ainda atividades de fortalecimento muscular e/ou de outras variantes da aptidão física. As intervenções duraram 30 a 60 minutos (1-3 vezes/semana) num período de 6 semanas a 8 meses. Nenhum dos artigos procedeu à randomização da amostra e apenas quatro compararam grupos com intervenções distintas. A metodologia de avaliação dos resultados foi diversa, abrangendo as repercussões do programa de exercício aquático na funcionalidade. Discussão: As particularidades do meio aquático conferem uma vantagem para a reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral tendo em conta o espectro de apresentação da doença. Apesar das evidências de eficácia e segurança do exercício aquático na reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral serem ainda limitadas, este tipo de exercício enquadra-se como uma boa alternativa para melhorar os níveis de aptidão física, parâmetro fundamental no processo de reabilitação desta população. A diversidade das arquiteturas dos estudos já realizados não permite aglutinar evidências quanto à eficácia do exercício aquático na reabilitação de crianças e adolescentes com paralisia cerebral mas permite avançar com sugestões para tentar ultrapassar esta limitação. Conclusões: O exercício aquático revela-se uma opção válida para as crianças e adolescentes com paralisia cerebral alcançarem alguns dos benefícios de uma vida ativa, otimizarem a sua funcionalidade e melhorarem a sua qualidade de vida. Os próximos estudos sobre programas de exercício aquático na reabilitação da paralisia cerebral deverão, entre outros aspetos, recrutar indivíduos pela classificação no Sistema de Classificação da Função Motora Global, utilizar escalas de avaliação consensuais e tecer considerações sobre barreiras à participação, adequação do programa de reabilitação e segurança do ambiente aquático. Palavras-chave: Exercício; Reabilitação; Criança; Adolescente; Paralisia Cerebral. Introduction: Cerebral palsy is a condition that arises in pediatric age and implies rehabilitation needs along life. Exercise, in particular aquatic one, gained importance in the rehabilitation process of children and adolescents with cerebral palsy. Still, their real effects are yet to be proven. Methods: The expression (“cerebral palsy” AND “aquatic”) OR (“children” AND “aquatic exercise”) was searched in PubMed, PEDro and Cochrane databases; and an analysis of data on population, therapeutic intervention, control and results was made within 13 studies. Results: 102 children/adolescents with cerebral palsy engaged on an aquatic exercise program. Samples ranged between one and 46 elements aged between 5 and 21 years-old; all them had a pattern of spastic cerebral palsy with a variable form of presentation. All articles included a program of aquatic exercise to develop aerobic endurance and some of them also included muscle strengthening activities and/or other variants of physical fitness. Interventions lasted 30-60 minutes (1-3 times per week) for a period of 6 weeks to 8 months. None of the articles conducted sample randomization and only four compared groups with different interventions. The methodology used to evaluate the outcomes was diverse, but all included the effects of aquatic exercise program on functionality. Discussion: The characteristics of the aquatic environment provide an advantage for the rehabilitation of children and adolescents with cerebral palsy taking into account the spectrum of disease presentation. Despite the limited evidences of efficacy and safety of aquatic exercise on rehabilitation of children and adolescents with cerebral palsy, this type of exercise is a good alternative to improve levels of fitness, a basic parameter in the rehabilitation process of this population. The diversity of studies architectures difficult the demonstration of the aquatic exercise effectiveness in the rehabilitation of children and adolescents with cerebral palsy, but gives suggestions to overcome this limitation. Conclusions: Aquatic exercise reveals itself as a valid option for children and adolescents with cerebral palsy reach some benefits of active life style, optimize their functionality e improve their quality of life. Future studies about aquatic exercise programs on cerebral palsy rehabilitation should, among other aspects, recruit subjects by Gross Motor Function Classification System, use consensual evaluation scales e make considerations about participation barriers, rehabilitation program adequacy and aquatic environment safety. Keywords: Exercise Therapy; Rehabilitation; Child; Adolescent; Cerebral Palsy. Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação2013-10-14T00:00:00Zjournal articlejournal articleinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://doi.org/10.25759/spmfr.93oai:ojs.spmfrjournal.org:article/93Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação; v. 23, n. 1 (2013): Ano 21; 43-520872-9204reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/93https://doi.org/10.25759/spmfr.93https://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/93/74Henriques, Moisés; Médico Naval, Centro de Medicina Naval, Alfeite, Portugal; Médico Interno de Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, PortugalHenriques, Ricardo; Especialista em Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, PortugalMirco, Teresa; Especialista em Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugalinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-09-20T15:28:45Zoai:ojs.spmfrjournal.org:article/93Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:51:20.413707Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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