Viver com um irmão com doença oncológica : estudo qualitativo sobre o impacto psicológico em idade pediátrica e repercussões no jovem adulto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Maria Teresa da Silva Caio Gonçalves
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/42133
Resumo: As doenças oncológicas são a principal causa de morte em crianças e jovens com idade superior a um ano de idade. Por esse motivo, as investigações têm procurado compreender o processo de luto dos irmãos saudáveis face à perda de um irmão doente, sendo mais escassa a literatura focada no impacto psicológico que uma doença oncológica pode ter no desenvolvimento de um irmão saudável, quando o irmão sobrevive. Neste sentido, o presente estudo teve como principal objetivo compreender qual o impacto que a doença oncológica de um irmão, vivida durante a fase infantojuvenil de ambos, teve no processo de desenvolvimento e suas repercussões na vida do jovem adulto. A amostra foi constituída por jovens adultos entre os 23 e 28 anos de idade que, durante a infância, tiveram um irmão, também menor de idade, com doença oncológica, à qual sobreviveu. Os dados foram recolhidos através de uma entrevista a que os participantes responderam por escrito, incluindo dados sociodemográficos e perguntas abertas para exploração de diferentes temas. Os resultados evidenciaram que ter um irmão com doença oncológica durante a fase infantojuvenil tem consequências para o irmão saudável a curto, médio e longo prazo. Maioritariamente, os participantes identificaram terem experimentado dificuldades de gestão emocional, aumento do número de conflitos no ciclo familiar e uma tendência para o desenvolvimento de sintomas de ansiedade. Alguns participantes identificaram esta fase como sendo potencializadora de maior união fraternal e familiar, tendo permitido que, com acompanhamento psicológico e abertura familiar, fosse possível o desenvolvimento de uma melhor capacidade empática e de estratégias de autorregulação emocional.
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