Propranolol nos hemangiomas infantis – casuística nacional com 30 doentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Saraiva de Melo, Isabel
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Gonçalves, Vivian, Anjos, Rui
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2012.929
Resumo: Introdução Os hemangiomas infantis são tumores vasculares comuns no lactente. Têm habitualmente uma evolução favorável, mas podem surgir complicações: ulceração, compromisso visual, obstrução da via aérea, insuficiência cardíaca de alto débito, dificuldade alimentar ou desfiguração permanente. As terapêuticas disponíveis até recentemente tinham eficácia marginal e efeitos acessórios consideráveis. O propranolol tem surgido como alternativa eficaz e segura. Metodologia Incluímos lactentes e crianças com diagnóstico de hemangioma infantil que num período de 32 meses foram referenciados a Cardiologia Pediátrica e medicados com propranolol. Avaliação prévia incluiu ECG e ecocardiograma; a dose foi aumentada gradualmente em ambulatório. Registámos retrospectivamente dados demográficos, localização das lesões, resposta à terapêutica e eventuais efeitos adversos. Resultados Identificámos 30 casos, 20 do sexo feminino. A localização mais frequente foi na cabeça (63%), seguida do tronco (20%), membros superiores (10%), hepáticos (7%) e períneo (7%); sete eram orbitários; cinco ulcerados. A idade mediana no início da terapêutica foi quatro meses e a duração mediana nove meses. A resposta foi favorável na cor em 100%, no volume em 96%, na superfície em 81%. Em 44% houve involução completa (idade inferior a seis meses ou hepáticos). Registámos dois casos de sibilância recorrente pós-bronquiolite que suspenderam o propranolol. Discussão / Conclusão: Na medida do nosso conhecimento, esta é a maior série nacional de propranolol nos hemangiomas infantis. O protocolo revelou-se seguro, exequível em ambulatório e com resultados favoráveis, sobretudo quando iniciado precocemente. Uma avaliação multidisciplinar envolvendo em tempo útil pediatras, médicos de família, dermatologistas e cardiologistas pediátricos é fundamental nesta patologia.
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