Agrimonia eupatoria L. e Equisetum telmateia Ehrh.: perfil polifenólico e capacidade de captação de espécies reactivas de oxigénio
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/15817 |
Resumo: | A Agrimonia!eupatoria!L.!(Rosaceae) e o Equisetum!telmateia!Ehrh.!(Equisetaceae) são duas plantas usadas na medicina tradicional, pelas suas propriedades anti-inflamatórias, sob a forma de extractos hidro-alcoólico e aquoso, respectivamente. Em situações inflamatórias, as células fagocíticas activadas, formam e libertam quantidades elevadas de espécies reactivas de oxigénio!(ROS), que protegem o organismo contra agentes nocivos. No entanto, o excesso de ROS é responsável pela destruição celular e tecidular, que pode ocorrer por acção directa, por degradação oxidativa de componentes celulares essenciais; ou por acção indirecta, por alteração do equilíbrio normal proteases/antiproteases. É sabido que, compostos com actividade antioxidante, nomeadamente, os polifenóis, captam as espécies reactivas de oxigénio e reduzem, deste modo, o stresse oxidativo responsável pela destruição celular, podendo contribuir para a prevenção ou retardamento das situações inflamatórias. Os polifenóis estão presentes em muitas plantas superiores, mas a sua estrutura molecular influencia marcadamente as diversas actividades farmacológicas que lhe têm sido atribuídas. O objectivo do presente estudo, foi verificar se a actividade anti-inflamatória atribuída à agrimónia e ao equisetum estaria relacionada com a sua capacidade de captar espécies reactivas de oxigénio, envolvidas em processos inflamatórios, e tentar estabelecer uma relação entre a composição polifenólica e a actividade antioxidante. Assim, prepararam-se fracções de acetato de etilo, a partir dos respectivos extractos, que foram quimicamente caracterizadas, por cromatografia líquida de alta resolução!(HPLC) acoplada a detecção por díodos!(DAD), a espectrometria de massa!(MS) e com detecção, “on-line”, após reacção química com o p-dimetilaminocinamaldeído!(DMACA). A análise por HPLC/DAD/ESI-MS permitiu concluir que a Agrimonia!eupatoria!L. é constituída, essencialmente, por catequina, procianidinas diméricas!(B1, B2, B3, B6, B7), triméricas!(EEC, C1, C2) e algumas tetraméricas; por glicosilflavonóis derivados da quercetina!(quercetina 3-O-glucósido, quercetina 3-O-galactósido) e do canferol!(canferol 3-O-glucósido), assim como por um derivado acetilado do canferol![canferol 3-O-(6’’-p -cumaroíl)glucósido]; por C-glicosilflavonas, nomeadamente a isovitexina!(6–C–glucosilapigenina); e por ácidos fenólicos!(ácido protocatéquico e ácido p-cumárico). A identificação das procianidinas foi confirmada por reacção química pós-coluna, com o DMACA. No Equisetum!telmateia!Ehrh., a análise por HPLC/DAD/ESI-MS permitiu associar os principais polifenóis presentes a proantocianidinas do tipo!A, derivados da (epi)afzelequina, procianidinas B2 e C1; e a derivados do canferol!(canferol acetil-di-hexose, canferol ramnósido-glucósido, canferol 3-O-glucósido, canferol 3-O-acetilglucósido e canferol acetilglucósido-ramnósido). Paralelamente, os extractos e as fracções foram testados relativamente à sua capacidade de captar espécies reactivas de oxigénio. Ambos, extractos e fracções, apresentaram um elevado potencial antioxidante, como demonstrado pela capacidade de reduzir o radical livre DPPH. Posteriormente, verificou-se que possuíam capacidade para reagir com o O2˙¯, ˙OH, H2O2, HOCl, ONOO¯ e ROO˙, tal como foi avaliado pela inibição da redução do azul de nitrotetrazolio, diminuição da degradação da desoxi-ribose, diminuição da formação do tetraguaiacol, pela protecção da actividade da elastase e pela diminuição da oxidação da di-hidro-rodamina e da R-ficoeritrina, respectivamente. Adicionalmente, inibiram a peroxidação lipídica, como demonstrado pela inibição da formação dos dienos conjugados. De um modo geral, as fracções exibiram actividades significativamente superiores à dos respectivos extractos, apontando para um potencial antioxidante superior. As diferenças de actividades entre extractos e fracções sugerem um envolvimento, dos polifenóis presentes nas fracções, na captação das espécies reactivas, o que nos leva a sugerir que a actividade anti-inflamatória proposta para a Agrimonia!eupatoria!L. e para o Equisetum!telmateia!Ehrh. se deve, pelo menos em parte, à presença de compostos, com significativa actividade antioxidante, como aqueles identificados neste trabalho. No entanto, trabalhos futuros, realizados in!vitro e in!vivo, são necessários para confirmar a actividade antioxidante como mecanismo de protecção dos processos inflamatórios |
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É sabido que, compostos com actividade antioxidante, nomeadamente, os polifenóis, captam as espécies reactivas de oxigénio e reduzem, deste modo, o stresse oxidativo responsável pela destruição celular, podendo contribuir para a prevenção ou retardamento das situações inflamatórias. Os polifenóis estão presentes em muitas plantas superiores, mas a sua estrutura molecular influencia marcadamente as diversas actividades farmacológicas que lhe têm sido atribuídas. O objectivo do presente estudo, foi verificar se a actividade anti-inflamatória atribuída à agrimónia e ao equisetum estaria relacionada com a sua capacidade de captar espécies reactivas de oxigénio, envolvidas em processos inflamatórios, e tentar estabelecer uma relação entre a composição polifenólica e a actividade antioxidante. Assim, prepararam-se fracções de acetato de etilo, a partir dos respectivos extractos, que foram quimicamente caracterizadas, por cromatografia líquida de alta resolução!(HPLC) acoplada a detecção por díodos!(DAD), a espectrometria de massa!(MS) e com detecção, “on-line”, após reacção química com o p-dimetilaminocinamaldeído!(DMACA). A análise por HPLC/DAD/ESI-MS permitiu concluir que a Agrimonia!eupatoria!L. é constituída, essencialmente, por catequina, procianidinas diméricas!(B1, B2, B3, B6, B7), triméricas!(EEC, C1, C2) e algumas tetraméricas; por glicosilflavonóis derivados da quercetina!(quercetina 3-O-glucósido, quercetina 3-O-galactósido) e do canferol!(canferol 3-O-glucósido), assim como por um derivado acetilado do canferol![canferol 3-O-(6’’-p -cumaroíl)glucósido]; por C-glicosilflavonas, nomeadamente a isovitexina!(6–C–glucosilapigenina); e por ácidos fenólicos!(ácido protocatéquico e ácido p-cumárico). 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Posteriormente, verificou-se que possuíam capacidade para reagir com o O2˙¯, ˙OH, H2O2, HOCl, ONOO¯ e ROO˙, tal como foi avaliado pela inibição da redução do azul de nitrotetrazolio, diminuição da degradação da desoxi-ribose, diminuição da formação do tetraguaiacol, pela protecção da actividade da elastase e pela diminuição da oxidação da di-hidro-rodamina e da R-ficoeritrina, respectivamente. Adicionalmente, inibiram a peroxidação lipídica, como demonstrado pela inibição da formação dos dienos conjugados. De um modo geral, as fracções exibiram actividades significativamente superiores à dos respectivos extractos, apontando para um potencial antioxidante superior. 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