O depósito do bronze final de Alqueva e a tipologia das lanças do bronze final português

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardoso, João Luís
Data de Publicação: 1992
Outros Autores: Guerra, M. F., Gil, Fernando Bragança
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.2/3844
Resumo: Estudam-se três peças de bronze - uma ponta de lança e dois contos de lança - provenientes de pequeno abrigo ou cavidade localizada na margem direita do Guadiana, no eixo da futura barragem de Alqueva (Concelho de Moura). Faziam parte de um depósito, constituído originalmente talvez por maior número de peças. A ponta de lança integra-se no grupo das pontas de lança com alvado e de nervura central simples; neste grupo, consideraram-se os seguintes tipos, com base em inventariação que se julga exaustiva para o nosso País: 1 - pontas de lança do tipo Vénat; 2 pontas de lanças do tipo Baiões; 3 - pontas de lança do tipo Penha; 4 pontas de lança do tipo língua de carpa; 5 - pontas de lança de aletas convexas, alargadas no base; 6 - pontas de lança de folha larga, com aletas regularmente arredondadas. Os três primeiros tipos foram definidos por COFFYN (1983); os restantes constituem designações correntes adentro da terminologia das pontas de lança do Bronze Final. O exemplar estudado pertence ao tipo Baiões. Contos de lança do mesmo tipo dos estudados foram referenciados anteriormente em Portugal por COFFYN (1983). Demonstram, pela tipologia particular, o regionalismo das produções, aliás já evidenciadas pelas composições das ligas (não obstante o escasso número de análises até agora realizadas). Independentemente da motivação que presidiu à sua deposição - esconderijo ou depósito ritual- os materiais agora estudados devem ser considerados no contexto das relações comerciais que no fim da Idade do bronze (século IX-VIII a.c.) se estabeleceram entre o mundo oeste-europeu e a cultura tartéssico-fenícia, de raíz semítica. A situação geográfica do achado, sobre a principal via que, do interior da Meseta Sul conduz ao Oceano, é, sob este ponto de vista, bastante significativa.
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