Sofrimento Fetal Agudo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Mariana Salomé Pereira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/10757
Resumo: Introdução: O sofrimento fetal agudo é das principais e, potencialmente preveníveis, causas de morte e morbilidade neonatal. Ocorre maioritariamente durante o trabalho de parto, mas pode ocorrer anteparto. Caracteriza-se por redução abrupta das trocas gasosas materno-fetais, podendo conduzir a lesões irreversíveis no Recém-Nascido. Objetivos: Avaliar fatores de risco na gravidez e parto associados a sofrimento fetal agudo, bem como as implicações no Recém-Nascido e atitudes periparto. Metodologia: Estudo transversal retrospetivo. Recorreu-se à análise de processos clínicos, obtendo-se uma amostra de 531 partos e 539 recém-nascidos, no ano de 2018, no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira. Foram consideradas as variáveis relativas a: características maternas, gestacionais, trabalho de parto e neonatais. A análise foi realizada através do software estatístico SPSS, versão 25.0. Realizou-se análise descritiva dos dados e utilizaram-se métodos de estatística inferencial, considerando-se uma significância de 5%. Resultados: Das 531 gestações, houve 150 casos de Sofrimento Fetal Agudo. Dos 539 neonatos, houve 31 com asfixia perinatal. O sofrimento fetal agudo e asfixia perinatal apresentaram relação significativa (p<0,001). Observa-se que as mães multíparas com cesariana anterior apresentam 7 vezes maior probabilidade de sofrimento fetal agudo, quando comparadas com as que tiveram partos vaginais eutócicos (OR=7,453). O sofrimento fetal agudo apresentou relação significativa (p<0,05) com restrição do crescimento intrauterino, ameaça de parto prematuro, alterações no volume de líquido amniótico e anestesia geral. Houve um aumento na probabilidade de sofrimento fetal agudo quando ocorrem cesarianas (OR=26,596) e partos vaginais distócicos (OR=7,342), quando comparados com situações de parto foi vaginal eutócico. A ausência de progressão do trabalho de parto (OR=3,895), alterações na dinâmica uterina (OR=9,778), febre intraparto (OR=22,290), líquido amniótico meconial (OR=3,850) e circulares cervicais nos recémnascidos (OR=1,840) também estiveram associados a aumento na possibilidade de sofrimento fetal agudo. Diversas complicações neonatais apresentaram relação significativa (p<0,05) com sofrimento fetal agudo e asfixia perinatal, nomeadamente dificuldades alimentares, complicações neurológicas, respiratórias e metabólicas. A acidose na gasometria do cordão umbilical apresentou relação significativa com asfixia perinatal (p<0,001). Conclusão: Neste estudo, concluímos que diversos fatores de risco anteparto e intraparto podem influenciar a possibilidade de hipoxia perinatal. Os fatores intraparto, como alterações na dinâmica uterina, ausência de progressão do trabalho de parto e febre são alguns dos principais determinantes de sofrimento fetal agudo. O sofrimento fetal agudo prolongado pode levar a asfixia perinatal, que se traduz em diversas complicações neonatais, nomeadamente neurológicas e respiratórias. A acidose na gasometria do cordão umbilical é o principal marcador de asfixia perinatal.
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spelling Sofrimento Fetal AgudoFatores de Risco e ImplicaçõesAsfixia PerinatalFatores de Risco Anteparto e IntrapartoRecém-NascidoSofrimento Fetal AgudoDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: O sofrimento fetal agudo é das principais e, potencialmente preveníveis, causas de morte e morbilidade neonatal. Ocorre maioritariamente durante o trabalho de parto, mas pode ocorrer anteparto. Caracteriza-se por redução abrupta das trocas gasosas materno-fetais, podendo conduzir a lesões irreversíveis no Recém-Nascido. Objetivos: Avaliar fatores de risco na gravidez e parto associados a sofrimento fetal agudo, bem como as implicações no Recém-Nascido e atitudes periparto. Metodologia: Estudo transversal retrospetivo. Recorreu-se à análise de processos clínicos, obtendo-se uma amostra de 531 partos e 539 recém-nascidos, no ano de 2018, no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira. Foram consideradas as variáveis relativas a: características maternas, gestacionais, trabalho de parto e neonatais. A análise foi realizada através do software estatístico SPSS, versão 25.0. Realizou-se análise descritiva dos dados e utilizaram-se métodos de estatística inferencial, considerando-se uma significância de 5%. Resultados: Das 531 gestações, houve 150 casos de Sofrimento Fetal Agudo. Dos 539 neonatos, houve 31 com asfixia perinatal. O sofrimento fetal agudo e asfixia perinatal apresentaram relação significativa (p<0,001). Observa-se que as mães multíparas com cesariana anterior apresentam 7 vezes maior probabilidade de sofrimento fetal agudo, quando comparadas com as que tiveram partos vaginais eutócicos (OR=7,453). O sofrimento fetal agudo apresentou relação significativa (p<0,05) com restrição do crescimento intrauterino, ameaça de parto prematuro, alterações no volume de líquido amniótico e anestesia geral. Houve um aumento na probabilidade de sofrimento fetal agudo quando ocorrem cesarianas (OR=26,596) e partos vaginais distócicos (OR=7,342), quando comparados com situações de parto foi vaginal eutócico. A ausência de progressão do trabalho de parto (OR=3,895), alterações na dinâmica uterina (OR=9,778), febre intraparto (OR=22,290), líquido amniótico meconial (OR=3,850) e circulares cervicais nos recémnascidos (OR=1,840) também estiveram associados a aumento na possibilidade de sofrimento fetal agudo. Diversas complicações neonatais apresentaram relação significativa (p<0,05) com sofrimento fetal agudo e asfixia perinatal, nomeadamente dificuldades alimentares, complicações neurológicas, respiratórias e metabólicas. A acidose na gasometria do cordão umbilical apresentou relação significativa com asfixia perinatal (p<0,001). Conclusão: Neste estudo, concluímos que diversos fatores de risco anteparto e intraparto podem influenciar a possibilidade de hipoxia perinatal. Os fatores intraparto, como alterações na dinâmica uterina, ausência de progressão do trabalho de parto e febre são alguns dos principais determinantes de sofrimento fetal agudo. O sofrimento fetal agudo prolongado pode levar a asfixia perinatal, que se traduz em diversas complicações neonatais, nomeadamente neurológicas e respiratórias. A acidose na gasometria do cordão umbilical é o principal marcador de asfixia perinatal.Introduction: Acute fetal distress is one of the main and potentially preventable causes of death and neonatal morbidity. It occurs mostly during labour but may occur during pre-labour. It is characterized by an abrupt reduction in maternal-fetal gas exchange and may lead to irreversible injuries in the newborn. Objectives: To evaluate risk factors in pregnancy and childbirth associated with acute fetal distress, as well as the implications for the newborn and peripartum attitudes. Methodology: Cross-sectional retrospective study. A sample of 531 deliveries and 539 newborns was obtained in 2018 at the Cova da Beira Hospital University Center. The variables related to: maternal, gestational, labor and neonatal characteristics were considered. The analysis was performed using the statistical software SPSS, version 25.0. Descriptive analysis of the data was performed, and inferential statistical methods were used, considering a significance of 5%. Results: Of the 531 pregnancies, there were 150 cases of acute fetal distress. Of the 539 neonates, there were 31 with perinatal asphyxia. Acute fetal distress and perinatal asphyxia presented a significant relationship (p<0.001). It was observed that multiparous mothers with previous cesarean sections presented an 8-fold increase (OR=7.453) in the probability of acute fetal distress, compared to those with previous eutocic vaginal deliveries. Acute fetal distress showed a significant relationship (p<0.05) with intrauterine growth restriction, threat of premature birth, changes in amniotic fluid volume and general anesthesia. There was an increase in the probability of acute fetal distress when cesarean sections (OR=26,596) and dystocic vaginal deliveries (OR=7,342) occur, when compared to situations in which the delivery was eutocic vaginal. The absence of progression of labor (OR=3,895), changes in uterine dynamics (OR=9,778), intrapartum fever (OR=22,290), meconium-stained amniotic fluid (OR=3,850) and cervical circulars in newborns (OR=1,840) were also associated with increased possibility of acute fetal distress. Several neonatal complications presented a significant relationship (p<0.05) with acute fetal distress and perinatal asphyxia, namely feeding difficulties, neurological, respiratory and metabolic complications. Acidosis in gasometry of umbilical cord presented a significant relationship with perinatal asphyxia (p<0.001). Conclusion: In this study, we concluded that several antepartum and intrapartum risk factors can influence the possibility of perinatal hypoxia. Intrapartum factors, such as changes in uterine dynamics, absence of progression of labor and fever are some of the main determinants of acute fetal distress. Prolonged acute fetal distress can lead to perinatal asphyxia, which translates into several neonatal complications, including neurological and respiratory. Acidosis in gasometry of umbilical cord is the main marker of perinatal asphyxia.Jorge, Arminda Maria MiguelNunes, Célia Maria PintoMendes, Joana Sofia Pereira PinheirouBibliorumMartins, Mariana Salomé Pereira2020-12-17T16:45:27Z2020-06-172020-05-052020-06-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/10757TID:202548872porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:52:44Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/10757Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:50:38.515045Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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