Vulnerabilidade ao estresse no trabalho: estudo de caso com membros do Ministério Público de Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Renato Kern
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/7122
Resumo: O estresse é um dos problemas mais estudados na literatura que trata da saúde do trabalhador. Quando se realizam pesquisas acerca da qualidade de vida no trabalho ou sobre clima organizacional, ele costuma aparecer em primeiro lugar dentre os principais transtornos no ambiente laboral. Isso foi demonstrado ao longo do presente trabalho, apoiado em fontes bibliográficas brasileiras e de outros países. No Ministério Público – MP, órgão responsável pelo oferecimento da denúncia de crimes dolosos contra vida, dentre outros delitos graves, a vulnerabilidade ao estresse se mostrou, também, bastante presente. As responsabilidades e, até mesmo, a autoridade de que o Promotor de Justiça é imbuído, o expõem a um ambiente de pressão que pode deixá-lo sujeito a consequências na sua saúde mental. Apesar desta problemática, poucos estudos se dedicam ao tema no ambiente jurídico. Por esta razão, por meio de uma pesquisa caracterizada como descritiva (quanto ao objetivo) e estudo de caso (quanto ao procedimento), o presente trabalho aplicou, nas Promotorias de Justiça de Santa Catarina, a Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho (EVENT) aos membros do Ministério Público, com o objetivo de identificar a vulnerabilidade ao estresse na amostra e relacioná-la com diversos fatores sócio demográficos e de trabalho. Como resultado, concluiuse que 68% dos Promotores que adoeceram, relataram a atividade laboral como causa. Constatou-se que o fator “Pressão no Trabalho” é o que mais torna os membros do MP vulneráreis ao estresse, seguido pelo fator “Infraestrutura e Rotina”. Já o fator “Clima e Funcionamento Organizacional” parece não afetar esses membros de forma significativa. Constatou-se, também, que a pressão no trabalho afeta em maior proporção os promotores do sexo feminino. Os membros que atuam na coletividade, que têm até dez anos de carreira ou estão em entrâncias finais, são, também, os mais afetados, bem como os substitutos. Finalmente, variáveis como o fato de morar ou não com a família, o número de membros na comarca e o estado civil foram testadas, não tendo sido encontradas relações significativas entre elas e a vulnerabilidade ao estresse no trabalho. A principal conclusão é, pois, que o adoecimento em virtude da atividade laboral, em Promotores de Justiça, está relacionado a níveis elevados de vulnerabilidade ao estresse no trabalho, vulnerabilidade esta decorrente de alguns fatores, sendo o mais relevante, o que se refere à pressão no trabalho.
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As responsabilidades e, até mesmo, a autoridade de que o Promotor de Justiça é imbuído, o expõem a um ambiente de pressão que pode deixá-lo sujeito a consequências na sua saúde mental. Apesar desta problemática, poucos estudos se dedicam ao tema no ambiente jurídico. Por esta razão, por meio de uma pesquisa caracterizada como descritiva (quanto ao objetivo) e estudo de caso (quanto ao procedimento), o presente trabalho aplicou, nas Promotorias de Justiça de Santa Catarina, a Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho (EVENT) aos membros do Ministério Público, com o objetivo de identificar a vulnerabilidade ao estresse na amostra e relacioná-la com diversos fatores sócio demográficos e de trabalho. Como resultado, concluiuse que 68% dos Promotores que adoeceram, relataram a atividade laboral como causa. Constatou-se que o fator “Pressão no Trabalho” é o que mais torna os membros do MP vulneráreis ao estresse, seguido pelo fator “Infraestrutura e Rotina”. Já o fator “Clima e Funcionamento Organizacional” parece não afetar esses membros de forma significativa. Constatou-se, também, que a pressão no trabalho afeta em maior proporção os promotores do sexo feminino. Os membros que atuam na coletividade, que têm até dez anos de carreira ou estão em entrâncias finais, são, também, os mais afetados, bem como os substitutos. Finalmente, variáveis como o fato de morar ou não com a família, o número de membros na comarca e o estado civil foram testadas, não tendo sido encontradas relações significativas entre elas e a vulnerabilidade ao estresse no trabalho. A principal conclusão é, pois, que o adoecimento em virtude da atividade laboral, em Promotores de Justiça, está relacionado a níveis elevados de vulnerabilidade ao estresse no trabalho, vulnerabilidade esta decorrente de alguns fatores, sendo o mais relevante, o que se refere à pressão no trabalho.Stress is one of the most studied problems in the literature dealing with health at work. When researches about quality of life at work or about organizational climate are done, stress usually appears on the top among the main disorders in the work environment. This has been demonstrated throughout the present work, supported by bibliographic sources from Brazil and other countries. In the Public Prosecutor's Office (MP), the agency responsible for offering report about intentional crimes against life, among other serious crimes, vulnerability to stress was also present. The responsibilities and even the authority that the Prosecutor is imbued, exposes him to an environment of pressure that can leave him subject to mental health consequences. Despite this problem, few studies focus it on the legal environment. For this reason, through a research characterized as descriptive (regarding the objective) and case study (regarding the procedure), the present work applied, in the Prosecutor's Office of Santa Catarina, the Occupational Stress Vulnerability Scale (EVENT ) to the members of the Public Prosecutor's Office, in order to identify the vulnerability to stress in the sample and relate it to socio-demographic variables and work factors. As a result, it was concluded that 68% of the Promoters who had any kind of sickness, reported that work activity caused it. It was found that the factor "Pressure at Work" is what makes MP members more vulnerable to stress, followed by the "Infrastructure and Routine" factor and, finally, the "Climate and Organizational Functioning" factor. It was also verified that the pressure at work affects in greater extent the female promoters. The members who work in the community, have up to ten years of career or are in final stages, are also the most affected, as well as the substitutes. Finally, variables such as whether or not they lived with the family, the number of members in the county and the marital status were tested, and no significant relationships were found between them and vulnerability to stress at work. The main conclusion is, therefore, that the sickness due to the work activity, in Promoters of Justice, is related to high levels of vulnerability to work stress, vulnerability is due to some factors, being the most relevant, which refers to the pressure at work.Barros, CarlaRepositório Institucional da Universidade Fernando PessoaGomes, Renato Kern2018-12-24T12:42:45Z2018-12-18T00:00:00Z2018-12-18T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10284/7122porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-06T02:06:30Zoai:bdigital.ufp.pt:10284/7122Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:44:01.071257Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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