O design como facilitador para a inclusão de pessoas com surdez
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/17665 |
Resumo: | A escolha do tema deste estudo tem como inegável ponto de partida o facto de o seu autor ser surdo o que, desde logo, leva ao conhecimento, em primeira mão, de vários dos obstáculos a transpor ao longo da vida por pessoas com a mesma situação. A vontade de contribuir para que futuras gerações de outros surdos possam beneficiar de alguma investigação sobre o tema foi importante e, neste caso concreto, tratando-se dum trabalho de projeto, que daí resulte a criação de materiais concretos que facilitem a aprendizagem, desde a infância, destas pessoas. É certo que um dos fatores mais preponderantes, nas últimas décadas, porque fundamental no apoio a pessoas com surdez, tem sido a imensa evolução da eletrónica e tecnológica, respetivamente, nas diversas ajudas técnicas disponíveis no mercado, e nas novas formas de comunicação criadas. No entanto, não obstante esta inegável realidade, nesta reflexão gostar-se-ia, sobretudo, de referir o outro lado, não o clínico, não o da evolução da eletrónica, mas o do Design, pelo papel que desempenha em todas as nossas vidas e aqui, particularmente, pela importância que pode assumir na abertura de horizontes e mentalidades quer para o próprio surdo, quer para os ouvintes que o rodeiam, pelo contributo otimista e pedagógico que pode trazer para esta realidade. Neste sentido, o trabalho de projeto a apresentar coloca então o Design ao serviço da pessoa surda, concretamente na aprendizagem da língua gestual na infância, como forma de facilitação da comunicação e de apreensão de conceitos, sobretudo no domínio da abstração. A este propósito, demonstra-se, neste exercício de investigação, as virtudes que a criação de materiais para esse efeito pode ter, num mercado em que os mesmos são praticamente inexistentes, explicando os fundamentos da sua utilização e a vantagem para a população surda. Salienta-se a propósito que o modo de utilização da LGP – língua gestual portuguesa no ensino tem constituído questão polémica ao longo de várias gerações: o signatário desta investigação, ele próprio surdo, não é apologista da sua exclusividade, e nem sequer é fluente na sua prática, mas reconhece a sua importância e utilidade num ensino idealmente bilingue, em que se aperfeiçoe tanto a sua aprendizagem, como o treino da oralidade, uma vez que o surdo está inserido num mundo maioritariamente ouvinte, desde logo na sua família (em 95% dos casos provém de famílias ouvintes), e, mais tarde, no mercado laboral e nas suas relações sociais. |
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No entanto, não obstante esta inegável realidade, nesta reflexão gostar-se-ia, sobretudo, de referir o outro lado, não o clínico, não o da evolução da eletrónica, mas o do Design, pelo papel que desempenha em todas as nossas vidas e aqui, particularmente, pela importância que pode assumir na abertura de horizontes e mentalidades quer para o próprio surdo, quer para os ouvintes que o rodeiam, pelo contributo otimista e pedagógico que pode trazer para esta realidade. Neste sentido, o trabalho de projeto a apresentar coloca então o Design ao serviço da pessoa surda, concretamente na aprendizagem da língua gestual na infância, como forma de facilitação da comunicação e de apreensão de conceitos, sobretudo no domínio da abstração. A este propósito, demonstra-se, neste exercício de investigação, as virtudes que a criação de materiais para esse efeito pode ter, num mercado em que os mesmos são praticamente inexistentes, explicando os fundamentos da sua utilização e a vantagem para a população surda. Salienta-se a propósito que o modo de utilização da LGP – língua gestual portuguesa no ensino tem constituído questão polémica ao longo de várias gerações: o signatário desta investigação, ele próprio surdo, não é apologista da sua exclusividade, e nem sequer é fluente na sua prática, mas reconhece a sua importância e utilidade num ensino idealmente bilingue, em que se aperfeiçoe tanto a sua aprendizagem, como o treino da oralidade, uma vez que o surdo está inserido num mundo maioritariamente ouvinte, desde logo na sua família (em 95% dos casos provém de famílias ouvintes), e, mais tarde, no mercado laboral e nas suas relações sociais.The theme’s choice for this study has as undeniable starting point the fact of its author being deaf, a reality that allows to know, in first hand, many of the obstacles needed to be surpassed by people with the same situation throughout life. The will to contribute with some research on the topic that, in any way, could benefit future generations of deaf people was important as well as, in this case, being a project work, the creation of concrete materials to facilitate their learning since childhood. It is true that one of the most valuable factors in recent decades in supporting people with deafness, has been the immense evolution of electronic and technology, in various technical aids available on the market and new ways of communicating. Nevertheless, despite this undeniable reality, in this study I would like specially to refer to a particular factor, not the medical, not the electronic, but the one of design and the role it may play in all our lives and particularly in deaf people, opening horizons and minds to the deaf and also to earing community around them, by bringing an optimistic and educational contribution to this reality. This research exercise, being a project work, intends to demonstrate the virtues of design when serving deaf people, specifically in sign language learning in childhood, as a way of facilitating mental and communication development. Aiming this purpose, the creation of useful teaching materials, in a market where they are practically non-existent, also intends to-explain the foundation for its use and utility for deaf population. It is also highlighted that the use of sign language in deaf education has been a controversial issue over several generations: by the way, the author of this investigation, though being deaf, is by no means apologist for its use in exclusivity, and is not even fluent in their practice, but recognizes its importance and usefulness in an ideally perfect bilingual education in which is trained both signing and orality, since the deaf is born in a mostly hearing world, first in his family (in 95% of cases deaf come from earing families), and later in its professional and social life.Ferreira, Ana MargaridaRepositório ComumMarques, Hugo de Andrade2018-01-23T01:30:13Z2016-12-01T00:00:00Z2016-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/17665201557215porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T14:39:17Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/17665Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:13:14.127978Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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