E além da confiança? : uma investigação sobre a deontologia dos relações públicas portugueses na interação com os jornalistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sampaio, Rita Luís Sampaio Monteiro Ferreira de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/29531
Resumo: A presente dissertação explora a temática das relações profissionais estabelecidas entre os Relações Públicas e os jornalistas portugueses, sobretudo as regras e princípios que as regulam (ou deveriam regular), passando pelas questões identitárias e profissionalizantes das RP. A investigação segue os moldes de um estudo de caso e tem nas entrevistas em profundidade o método de pesquisa adotado. Entrevistaram-se profissionais de Relações Públicas, Consultores de Comunicação e Assessores de Imprensa, em cargos de liderança, cuja contribuição foi muito relevante para as conclusões da investigação. Os estudos que têm por base a relação entre estes dois profissionais do mundo da Comunicação sendo, ainda, algo parcos e recentes, não permitem encontrar resultados conclusivos sobre os imperativos éticos e deontológicos que regem esta interação. A investigação sobre a temática da profissionalização das Relações Públicas em Portugal é, igualmente recente, tendo-se verificado uma evolução lenta e pouco regular. Também a figura do Relações Públicas permanece um pouco indefinida e incompreendida, tanto para os próprios profissionais, como para os seus pares e até, para o público em geral. Na sociedade portuguesa atual, permanece vívida a conceção do RP “porteiro de discoteca” e “organizador de eventos”. Porém, este estratega da comunicação acaba por exercer uma influência sobre a construção da agenda pública, na medida em que lida com clientes, jornalistas e diversos stakeholders que não se confundem com os públicos a que, normalmente, é associado. Em Portugal, o setor das Relações Públicas foi-se institucionalizando a partir dos anos 70 num processo, porém, pouco linear. Principalmente, quando comparado aos movimentos profissionalizantes e associativistas dos jornalistas, cuja função social parece ter ficado, desde o seu nascimento, mais clara para todos. Todavia, observa-se a crescente importância da função do profissional de RP em Portugal que foi fazendo depender a atividade jornalística - cada vez mais precária e sujeita a variadíssimas pressões -, do seu trabalho. 4 Tendo-se estabelecido um modus operandi que consiste no envio de press releases, de um lado, e na publicação de notícias, do outro, resta saber como se entendem profissionais que desempenham funções fundamentalmente distintas. Um, atuando em prol do interesse público e outro, agindo, sobretudo, com o intuito de corresponder às ambições e objetivos traçados pelos seus clientes. A partir da recolha e análise dos dados, pôde verificar-se que nem nos dias de hoje se tornou mais clara a definição de RP para os profissionais da área, permanecendo a sua identidade incompreendida também aos olhos da sociedade. A união setorial também não parece não estar no horizonte das RP portuguesas graças às questões concorrenciais que assolam a profissão. Ainda, a regular a sua interação quotidiana com os jornalistas, os inquiridos afirmam não ser necessário um código deontológico que imponha regras e limites, bastando: não mentir, não faltar aos compromissos e ser honesto para que a relação seja duradoura.
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Os estudos que têm por base a relação entre estes dois profissionais do mundo da Comunicação sendo, ainda, algo parcos e recentes, não permitem encontrar resultados conclusivos sobre os imperativos éticos e deontológicos que regem esta interação. A investigação sobre a temática da profissionalização das Relações Públicas em Portugal é, igualmente recente, tendo-se verificado uma evolução lenta e pouco regular. Também a figura do Relações Públicas permanece um pouco indefinida e incompreendida, tanto para os próprios profissionais, como para os seus pares e até, para o público em geral. Na sociedade portuguesa atual, permanece vívida a conceção do RP “porteiro de discoteca” e “organizador de eventos”. Porém, este estratega da comunicação acaba por exercer uma influência sobre a construção da agenda pública, na medida em que lida com clientes, jornalistas e diversos stakeholders que não se confundem com os públicos a que, normalmente, é associado. Em Portugal, o setor das Relações Públicas foi-se institucionalizando a partir dos anos 70 num processo, porém, pouco linear. Principalmente, quando comparado aos movimentos profissionalizantes e associativistas dos jornalistas, cuja função social parece ter ficado, desde o seu nascimento, mais clara para todos. Todavia, observa-se a crescente importância da função do profissional de RP em Portugal que foi fazendo depender a atividade jornalística - cada vez mais precária e sujeita a variadíssimas pressões -, do seu trabalho. 4 Tendo-se estabelecido um modus operandi que consiste no envio de press releases, de um lado, e na publicação de notícias, do outro, resta saber como se entendem profissionais que desempenham funções fundamentalmente distintas. Um, atuando em prol do interesse público e outro, agindo, sobretudo, com o intuito de corresponder às ambições e objetivos traçados pelos seus clientes. A partir da recolha e análise dos dados, pôde verificar-se que nem nos dias de hoje se tornou mais clara a definição de RP para os profissionais da área, permanecendo a sua identidade incompreendida também aos olhos da sociedade. A união setorial também não parece não estar no horizonte das RP portuguesas graças às questões concorrenciais que assolam a profissão. Ainda, a regular a sua interação quotidiana com os jornalistas, os inquiridos afirmam não ser necessário um código deontológico que imponha regras e limites, bastando: não mentir, não faltar aos compromissos e ser honesto para que a relação seja duradoura.The present dissertation elaborates the topic of professional relationships established between Portuguese Public Relations practitioners and journalists, namely, the rules and principles that govern them (or should regulate them), including the identity and professionalization issues of PR. This investigation follows the framework of a case study and is, therefore, constituted by in-depth interviews covered by the conducted research method. We interviewed Public Relations professionals, Communication Consultants and Press Advisers in leadership positions, whose contribution was a key element to the research findings. Studies regarding the relationship between these two professionals from the world of communication, being somewhat scarce and recent, do not allow to find conclusive results concerning the ethical and deontological imperatives that govern this interaction. Research on the subject of Public Relations professionalization in Portugal is also recent, having been verified a slow and uneven evolution. The figure of PR itself also remains a little undefined and misunderstood, both for the professionals themselves, for their peers, and even for the general public. In the current Portuguese society, the concept of PR as the “disco doorman” and “event organizer” remains vivid. However, this communication strategist has an influence on the construction of the public agenda, as it deals with clients, journalists and various stakeholders that are not to be mistaken with the publics with whom it is usually associated with. In Portugal, Public Relations’ sector started to be institutionalized from the 70’s onwards, but in a little linear process. Mainly when compared to the professionalizing and associative movements of journalists, whose social function seems to have become clearer to all since its birth. However, there is a growing importance of the role of the PR professional in Portugal, that has turned the journalistic activity - increasingly precarious and subject to various pressures - dependent of its work. 6 Having established a modus operandi which consists of sending press releases on the one hand and publishing news on the other, one must understand how these professionals relate with each other, while performing fundamentally different functions. One, acting on behalf of public’s interest and the other, mainly acting with the intention of meeting the ambitions and objectives set by its clients. Bearing in mind the conducted data collection and analysis, one was able to verify that even nowadays the definition of Public Relations for the professionals of the area has not become clearer, and their identity is still misunderstood on the eyes of society. Furthermore, the sectoral union also does not seem to be in the horizon of the Portuguese PR, due to the competitive issues that plague the profession. Moreover, regarding the regulation of public relations practitioners’ daily interaction with journalists, the respondents state that there is no need for a code of ethics which imposes rules and limits, and that it would suffice not to lie and to avoid missing appointments for the relationship to last.Arêas, Camila CabralVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaSampaio, Rita Luís Sampaio Monteiro Ferreira de2020-02-13T08:55:28Z2020-01-0820192020-01-08T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/29531TID:202384250porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:35:05Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/29531Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:23:43.017038Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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description A presente dissertação explora a temática das relações profissionais estabelecidas entre os Relações Públicas e os jornalistas portugueses, sobretudo as regras e princípios que as regulam (ou deveriam regular), passando pelas questões identitárias e profissionalizantes das RP. A investigação segue os moldes de um estudo de caso e tem nas entrevistas em profundidade o método de pesquisa adotado. Entrevistaram-se profissionais de Relações Públicas, Consultores de Comunicação e Assessores de Imprensa, em cargos de liderança, cuja contribuição foi muito relevante para as conclusões da investigação. Os estudos que têm por base a relação entre estes dois profissionais do mundo da Comunicação sendo, ainda, algo parcos e recentes, não permitem encontrar resultados conclusivos sobre os imperativos éticos e deontológicos que regem esta interação. A investigação sobre a temática da profissionalização das Relações Públicas em Portugal é, igualmente recente, tendo-se verificado uma evolução lenta e pouco regular. Também a figura do Relações Públicas permanece um pouco indefinida e incompreendida, tanto para os próprios profissionais, como para os seus pares e até, para o público em geral. Na sociedade portuguesa atual, permanece vívida a conceção do RP “porteiro de discoteca” e “organizador de eventos”. Porém, este estratega da comunicação acaba por exercer uma influência sobre a construção da agenda pública, na medida em que lida com clientes, jornalistas e diversos stakeholders que não se confundem com os públicos a que, normalmente, é associado. Em Portugal, o setor das Relações Públicas foi-se institucionalizando a partir dos anos 70 num processo, porém, pouco linear. Principalmente, quando comparado aos movimentos profissionalizantes e associativistas dos jornalistas, cuja função social parece ter ficado, desde o seu nascimento, mais clara para todos. Todavia, observa-se a crescente importância da função do profissional de RP em Portugal que foi fazendo depender a atividade jornalística - cada vez mais precária e sujeita a variadíssimas pressões -, do seu trabalho. 4 Tendo-se estabelecido um modus operandi que consiste no envio de press releases, de um lado, e na publicação de notícias, do outro, resta saber como se entendem profissionais que desempenham funções fundamentalmente distintas. Um, atuando em prol do interesse público e outro, agindo, sobretudo, com o intuito de corresponder às ambições e objetivos traçados pelos seus clientes. A partir da recolha e análise dos dados, pôde verificar-se que nem nos dias de hoje se tornou mais clara a definição de RP para os profissionais da área, permanecendo a sua identidade incompreendida também aos olhos da sociedade. A união setorial também não parece não estar no horizonte das RP portuguesas graças às questões concorrenciais que assolam a profissão. Ainda, a regular a sua interação quotidiana com os jornalistas, os inquiridos afirmam não ser necessário um código deontológico que imponha regras e limites, bastando: não mentir, não faltar aos compromissos e ser honesto para que a relação seja duradoura.
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