A China em transição de dimensão – estabilidade ou transformação dinâmica?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paiva, Rui
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11144/3302
Resumo: A transição de dimensão da República Popular da China não se confi na à dimensão num sentido económico e fi nanceiro, mas a uma dimensão global, integrada. Questiona-se num âmbito estratégico global se a ascensão da China, enquanto superpotência mundial, será pacífi ca, mas também se será em crescendo, nas ópticas externa e interna. Na externa, se a China garante um percurso no sentido de assunção do papel de primeira potência mundial, em ambiente de eventual hostilização face aos EUA, jogos de aproximação-retaliação com a Europa, dualidade posicional em relação aos países do SE Asiático (integração político-económica vs. observação em ambiente de suspeição por parte daqueles países), reacções no capítulo da segurança mas também na óptica económica. Na vertente interna medir-se-á a consistência desse desenvolvimento. As exportações, o imobiliário, o consumo privado crescente são alguns dos dados de um modelo até agora de sucesso, mas susceptível de incorrer em situações de ruptura de mercados. A China vem prosseguindo um roteiro de grandes projectos. Serão os mesmos estruturantes, com impacto no PIB, e eventualmente geradores de novas dinâmicas? A aposta na sociedade estrategicamente assente na inovação, os desafi os de sustentabilidade social, e a “preocupação” ambiental, são outras facetas de uma realidade complexa e com uma invulgar mobilidade. Ademais, importa efectuar a análise do actual modelo de desenvolvimento, numa perspectiva global, integrada, de desenvolvimento humano e social, com uma avaliação/ diagnóstico de mais relevantes fragilidades, analisando o impacto das chamadas “dores de crescimento” (como Hu Jintao terá chamado no seu discurso de 1 de Julho), de uma economia com taxas (de crescimento) tão elevadas, mesmo em contexto de crise mundial. Os 90 anos do Partido Comunista Chinês vieram colocar de novo em foco a sua pujança, uma poderosa organização política com 80 milhões de membros, o seu ascendente político, mas também o seu papel na sociedade e na economia. O tecido social vai evoluindo teoricamente no sentido de uma “melhoria”, mas importa saber se há uma melhoria clara, consistente, com esbatimento de dicotomias, ou se pelo contrário se agravarão as assimetrias, com a deterioração da atmosfera nos campos do trabalho, a ocorrência de fenómenos de natureza social, manifestações, acontecimentos ou desordens, eventual reacção de cariz organizativo mais lato, com explicitação ou reforço do movimento sindical. Perante tais pressupostos, será testado o processo de crescimento, num sentido mais amplo, processo este inserido num contexto mais geral de integração mundial, identifi cando zonas de estabilidade e/ou franjas de “chamada” transformação dinâmica
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