Levantamento de hipóteses para a identificação e funcionalidade dos dois naufrágios do sítio Caldeira, Anchieta - Espírito Santo, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/28583 |
Resumo: | ANTUNES, V.C. 2017. Levantamento de hipóteses para a identificação e funcionalidade dos dois naufrágios do sítio Caldeira, Anchieta – Espirito Santo, Brasil. Pós-graduação de Arqueologia, Gestão e Educação Patrimonial. Instituto Politécnico de Tomar. 91p. A cidade de Anchieta está localizada no sul do Espírito Santo a cerca de 80 quilômetros da capital Vitória. Com uma área territorial de aproximadamente 420 km², o município faz divisa com Guarapari, Alfredo Chaves, Piúma e Iconha. Na região de Anchieta existem naufrágios bem conhecidos e estudados, porém existe uma região denominada de caldeira que não tem uma história oral definida, sendo que desde 2016, uma equipa coordenada pelo IPT e Windive tem desenvolvido trabalhos de interpretação na região sobre os naufrágios ali descobertos, alguns trabalhos foram já publicados, sendo Costa, 2016; Figueiredo & Costa, 2017 e Antunes, 2017. O local do naufrágio trata-se de um ponto reconhecido pela comunidade por suas qualidades pesqueiras, baixa profundidade e potencial perigo à navegação. Contudo, não eram conhecidos ou reconhecidos vestígios arqueológicos na área, até ao início dos trabalhos desta equipa. A pesquisa histórica documental mostra que no período definido para os naufrágios o Porto de Benevente, em Anchieta, era muito ativo no transporte de cargas, escravos e imigrantes, tendo o Porto de Itapemirim, que se localiza bem próximo ao Porto de Benevente, sido o principal Porto de transporte e exportação de cargas de açúcar, aguardente e café, sendo maior que o da capital Vitória. Desta forma esta dissertação abordará o contexto histórico e arqueológico que será subdividido em dois pontos principais, registando num o envolvimento histórico da região da cidade de Anchieta e do Porto de Benevente e noutro os Naufrágios no estado do Espírito Santo e levantamento das hipóteses dos destroços observados no sítio arqueológico Caldeira. Expressamos o histórico da região da cidade de Anchieta e do Porto de Benevente iniciando com a chegada dos portugueses a Espírito Santo, resultando na colonização e numa ação sócio-política no sul do Espírito Santo e posteriormente sobre a região de Anchieta. Em Anchieta são apresentadas as etapas desde a atuação dos jesuítas, II sua colonização, a escravização dos indígenas, os negros escravizados e a chegada dos imigrantes. Neste ponto daremos destaque ao final do século XIX, com a chegada dos imigrantes italianos e o desenvolvimento da cultura cafeeira por estes na Vila de Benevente. Devido a sua vasta malha hidrográfica o rio Benevente vai representar o principal elemento de ligação das pequenas propriedades de cultivo com o mar. Assim, o Porto de Benevente torna-se, nesta altura, a área privilegiada para a saída e exportação de açúcar, aguardente e café de toda a região. Este novo dinamismo comercial, como iremos ver, traduziu-se num desenvolvimento econômico, levando a Vila de Benevente a elevar-se a cidade em 1883, com o nome de Anchieta. É neste contexto, que algures neste período, se terão dados os dois naufrágios registados no sítio de Caldeira. No outro ponto optamos por inventariar e analisar os vestígios subaquáticos reconhecidos no Estado do Espírito Santo em geral e seus principais dados encontrados. Ao todo, de diversas bases de pesquisa, estão registados cento e quinze naufrágios. A pesquisa desenvolvida no sítio arqueológico da Caldeira pela empresa WINDIVE e o Instituto Politécnico de Tomar, permitiram integrar mais dois no panorama conhecido. Estes foram georeferenciados e integrados num quadro cronológico, pelo reconhecimento do seu posicionamento e vestígios que apresentavam, mas não estão claramente identificados. Isto é, até ao momento a equipa não conseguiu atribuir uma conexão dos vestígios a uma ou outra designada embarcação. De acordo com as interpretações dos vestígios e sua relação com arquitetura naval é apontada que os mesmos navegariam na segunda metade do século XIX, tendo naufragado entre esta altura e a primeira metade do século XX. No desenvolvimento do trabalho reconhecemos, com base em alguns documentos, 8 possíveis naufrágios para a região de Anchieta – ES, desta forma destacámo-los e realizamos uma discussão individual para uma possível conexão com os naufrágios da Caldeira. Foi ainda nosso objetivo empreender uma análise, apontando três hipóteses sobre as atividades que os navios naufragados na zona da Caldeira desenvolviam, no sentido de poder articular ou percecionar alguma analogia com os destroços observados. Dentre as hipóteses levantas regista-se a possibilidade para um navio cargueiro, um navio de imigração ilegal e/ou de trafico de escravos. |
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Na região de Anchieta existem naufrágios bem conhecidos e estudados, porém existe uma região denominada de caldeira que não tem uma história oral definida, sendo que desde 2016, uma equipa coordenada pelo IPT e Windive tem desenvolvido trabalhos de interpretação na região sobre os naufrágios ali descobertos, alguns trabalhos foram já publicados, sendo Costa, 2016; Figueiredo & Costa, 2017 e Antunes, 2017. O local do naufrágio trata-se de um ponto reconhecido pela comunidade por suas qualidades pesqueiras, baixa profundidade e potencial perigo à navegação. Contudo, não eram conhecidos ou reconhecidos vestígios arqueológicos na área, até ao início dos trabalhos desta equipa. A pesquisa histórica documental mostra que no período definido para os naufrágios o Porto de Benevente, em Anchieta, era muito ativo no transporte de cargas, escravos e imigrantes, tendo o Porto de Itapemirim, que se localiza bem próximo ao Porto de Benevente, sido o principal Porto de transporte e exportação de cargas de açúcar, aguardente e café, sendo maior que o da capital Vitória. Desta forma esta dissertação abordará o contexto histórico e arqueológico que será subdividido em dois pontos principais, registando num o envolvimento histórico da região da cidade de Anchieta e do Porto de Benevente e noutro os Naufrágios no estado do Espírito Santo e levantamento das hipóteses dos destroços observados no sítio arqueológico Caldeira. Expressamos o histórico da região da cidade de Anchieta e do Porto de Benevente iniciando com a chegada dos portugueses a Espírito Santo, resultando na colonização e numa ação sócio-política no sul do Espírito Santo e posteriormente sobre a região de Anchieta. Em Anchieta são apresentadas as etapas desde a atuação dos jesuítas, II sua colonização, a escravização dos indígenas, os negros escravizados e a chegada dos imigrantes. Neste ponto daremos destaque ao final do século XIX, com a chegada dos imigrantes italianos e o desenvolvimento da cultura cafeeira por estes na Vila de Benevente. Devido a sua vasta malha hidrográfica o rio Benevente vai representar o principal elemento de ligação das pequenas propriedades de cultivo com o mar. Assim, o Porto de Benevente torna-se, nesta altura, a área privilegiada para a saída e exportação de açúcar, aguardente e café de toda a região. Este novo dinamismo comercial, como iremos ver, traduziu-se num desenvolvimento econômico, levando a Vila de Benevente a elevar-se a cidade em 1883, com o nome de Anchieta. É neste contexto, que algures neste período, se terão dados os dois naufrágios registados no sítio de Caldeira. No outro ponto optamos por inventariar e analisar os vestígios subaquáticos reconhecidos no Estado do Espírito Santo em geral e seus principais dados encontrados. Ao todo, de diversas bases de pesquisa, estão registados cento e quinze naufrágios. A pesquisa desenvolvida no sítio arqueológico da Caldeira pela empresa WINDIVE e o Instituto Politécnico de Tomar, permitiram integrar mais dois no panorama conhecido. Estes foram georeferenciados e integrados num quadro cronológico, pelo reconhecimento do seu posicionamento e vestígios que apresentavam, mas não estão claramente identificados. Isto é, até ao momento a equipa não conseguiu atribuir uma conexão dos vestígios a uma ou outra designada embarcação. 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Dentre as hipóteses levantas regista-se a possibilidade para um navio cargueiro, um navio de imigração ilegal e/ou de trafico de escravos.Figueiredo, Alexandra Águeda deRepositório ComumAntunes, Vanessa Cardoso2019-05-20T10:31:08Z2018-112018-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/28583TID:202242412porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-10-20T10:52:23Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/28583Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:37:01.567150Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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