Cultura na Primeira Página - apocalípticos e integrados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
DOI: | 10.34624/sopcom.v0i0.15472 |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34624/sopcom.v0i0.15472 |
Resumo: | Esta comunicação apresenta resultados do projecto de investigação “A Cultura na Primeira Página - um estudo dos jornais portugueses na primeira década do século XXI (2000-2010)” (PTDC/CCI-COM/122309/2010). Os dados recolhidos através da análise de conteúdo de todas as notícias sobre temas culturais publicadas na primeira página de seis publicações portuguesas, ao longo da primeira década do século XXI (2000-2010), nomeadamente Público, Diário de Notícias, Correio da Manhã, Jornal de Notícias, Expresso e Visão, apontam para uma mudança nas narrativas do jornalismo cultural. Entre outras, destacamos as seguintes: a redução do espaço e da visibilidade da cultura; o fim de muitos suplementos culturais especializados; um maior centramento nas notícias sobre música e cinema em detrimento das restantes artes; o alargamento das antigas editorias de cultura para espaços mais permeáveis a outros conteúdos, como histórias sobre personalidades, tendências de consumo e estilo de vida, viagens e lazer; a transformação dos suplementos dedicados à crítica especializada em roteiros orientadores do gosto e das formas de ocupação do tempo livre. A partir desta análise, iremos refletir, de forma “apocalíptica” e “integrada”, sobre os impactos destas alterações na qualidade do espaço público deliberativo e no papel do jornalismo enquanto campo de reforço e exercício de práticas cívicas de participação e escrutínio democrático (Faro: 2009). Procuraremos ainda traçar as distinções principais que continuam a marcar os enquadramentos dominantes da cultura realizados por jornais populares e por jornais de referência, definindo o jornalismo cultural como uma das últimas marcas distintivas da imprensa de qualidade, num contexto marcado pelo esbatimento das fronteiras entre géneros jornalísticos, pela convergência dos meios tecnológicos e por novas formas de recepção e partilha dos conteúdos culturais. Concluímos que a forma como as publicações analisadas tratam os temas de cultura não significa o fim do jornalismo especializado nesta área mas obriga à sua redefinição conceptual, integrando as potencialidades do ambiente digital, a proliferação de meios de comunicação, profissionais ou não, dedicados à cultura e a sua relação com as indústrias culturais e criativas (Hartley: 2005; Hesmondhalgh: 2007; Flew: 2010). |
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