Estimativa da dose absorvida em doentes pediátricos devido a procedimentos de cintigrafia renal e renogramas, utilizando medidas 'IN VIVO', modelos biocinéticos e técnicas de Monte Carlo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Vanessa Marie Mendes de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/25169
Resumo: Na Europa, todos os anos mais de 6 milhões de doentes pediátricos realizam um exame de Medicina Nuclear de diagnóstico[1]. Não existem dados para doentes pediátricos em Portugal. No entanto, e apesar da utilização de radiofármacos para fins de diagnóstico ser fundamental, e por vezes indispensável para a orientação dos doentes, é necessário equilibrar o benefício destas práticas com os potenciais riscos associados à utilização de radiação ionizante, em especial em doentes pediátricos, que possuem uma radiossensibilidade 2 a 10 vezes superior à dos adultos[2]. Desta forma, e no sentido de diminuir o risco inerente à utilização de radiações ionizantes, é necessária a implementação cuidadosa dos três pilares associados à proteção radiológica:  Justificação: qualquer aplicação da radiação que conduz a um aumento de exposição deve ser justificada para garantir que o benefício decorrente dessa prática é mais importante que o risco devido ao aumento de exposição;  Otimização: a exposição deve ser mantida “tão baixo quanto razoavelmente exequível” (ALARA) de forma a minimizar as doses de radiação, sem no entanto comprometer a qualidade do exame;  Limitação de dose: existe um valor máximo de dose, abaixo do qual os riscos decorrentes da exposição à radiação são considerados aceitáveis. Nomeadamente no que concerne o princípio de otimização, e no caso da Medicina Nuclear, salienta-se a importância de uma correta avaliação da dose absorvida de forma a potenciar uma melhor otimização das atividades administradas aos doentes, em particular em crianças. Pretende-se assim, com este trabalho, avaliar a dose absorvida em doentes pediátricos submetidos à administração dos dois radiofármacos utilizados em Nefrologia Nuclear: 99mTc-DMSA (para realização de cintigrafia renais) e 99mTc-MAG3 (utilizado para renogramas). Apesar da sua elevada frequência de utilização, existe ainda uma falta de dados biocinéticos e dosimétricos para os dois procedimentos selecionados. Além disso, muitos estudos correspondem a uma pequena amostra de sujeitos ou foram realizados há mais de 20 anos[3]. A avaliação de doses incorporadas internamente utiliza três grandes grupos de ferramentas essenciais – métodos de deteção de radiação, modelos biocinéticos e técnicas iv computacionais, incluindo técnicas de Monte Carlo. Para a realização desta dissertação foram utilizadas estas mesmas ferramentas, simultaneamente. Foram então realizadas medidas ‘in vivo’ de atividade incorporada utilizando um detetor portátil de NaI(TI) previamente calibrado. Posteriormente foram aplicados os modelos biocinéticos do ICRP para cada um dos procedimentos selecionados, de forma a construir curvas de atividade em função do tempo nos rins e restantes órgãos afetados. As medidas ‘in vivo’ foram então comparadas com os valores previstos pelos modelos biocinéticos. Por último, foram também utilizadas técnicas de Monte Carlo (utilizando o programa MCNPX 2.7.0 representativo do estado-da-arte computacional para a simulação do transporte de partículas) para modelar o detetor utilizado, assim como as medições realizadas experimentalmente com recurso a dois fantomas de voxel pediátricos. Este estudo é inovador na medida em que se aplicam simultaneamente modelos biocinéticos, medições ‘in vivo’ e métodos de Monte Carlo, para tentar obter resultados mais precisos para a dose absorvida nos doentes pediátricos do que aqueles que se esperaria obter utilizando a informação biocinética e dosimétrica existente, e normalmente utilizada para a elaboração de guidelines. Palavras-chave: Medicina Nuclear, Dosimetria Interna, Radiofármacos, Modelos Biocinéticos, Simulações Monte Carlo, Fantoma de Voxel.
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