Spatial distribution and temporal trends of the otter in south-central Portugal: conservation implications

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fialho, Renato Marques
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/25806
Resumo: Tese de mestrado, Biologia da Conservação, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2016
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spelling Spatial distribution and temporal trends of the otter in south-central Portugal: conservation implicationsLutra lutraDistribuição geográficaBacias hidrogáficasDisponibilidade de águaConservaçãoTeses de mestrado - 2016Departamento de Biologia AnimalTese de mestrado, Biologia da Conservação, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2016O reconhecimento do declínio acentuado da população global de lontra euroasiática (Lutra lutra Linnaeus, 1758) que se verificou na década de 70, intimamente ligado a factores que ainda hoje influenciam o seu habitat, como poluição dos ambientes aquáticos, pressão humana e degradação da vegetação ripícola, originou vários estudos a nível europeu que sustentaram a classificação da lontra como espécie internacionalmente protegida. Em Portugal Continental, a população de lontra é tida como uma das mais viáveis da Europa. Embora protegida legalmente, a lontra é hoje considerada uma espécie de estatuto Pouco Preocupante, sendo a maioria dos estudos sobre a espécie restritos geograficamente. O único estudo acerca da distribuição da espécie à larga escala, em Portugal, foi realizado em 1995 sob a responsabilidade do Instituto de Conservação da Natureza e adoptando a metodologia recomendada pelo grupo de especialistas da lontra da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Segundo esta metodologia, a área de estudo é dividida numa grelha de 10 km por 10 km e em cada quadrícula deverão ser feitos transectos de no máximo 600 m ao longo de corpos de água (rios, ribeiras, reservatórios, lagoas, etc) previamente selecionados por apresentar potencialmente melhores condições para a presença de lontra. Nesta metodologia, para além de identificação visual de indivíduos, contam também para um resultado positivo vestígios inegáveis da sua presença como excrementos, latrinas e pegadas. Tratando-se de uma espécie territorial, a lontra efectua as marcações do seu território recorrendo a dejectos/latrinas e marcações odoríferas (secreções gelatinosas), geralmente ao longo das linhas de água em locais secos/abrigados da água e elevados. Deste modo grandes blocos de pedra, troncos de árvores, pontes e bifurcações de linhas de água são locais ideais para a marcação e assim para se efectuarem as prospecções. Estudos ao nível de efectivos populacionais em Portugal não são comuns, pois exigem muitos recursos financeiros e humanos para além de exigirem muito tempo de amostragem especialmente se se focarem, em áreas de grande dimensão. Actualmente a lontra euroasiática está classificada globalmente como Quase Ameaçada (NT) segundo o IUCN, estando listada no Anexo I da Convenção de Washington (CITES), Anexo II da Convenção de Berna e Anexos II e IV da Directiva Habitats. Já em Portugal continental, até então com Informação Insuficiente (DD) esta espécie passou, em 2005, para Pouco Preocupante (LC). Foi objectivo do presente estudo reavaliar a distribuição da lontra na região centro-sul de Portugal onde, segundo o estudo de 1995 e com base em variáveis ambientais e humanas, se definiram duas vastas áreas críticas para a presença de lontra, assim como outras dezoito áreas importantes para a sua conservação. Pretendeu-se averiguar a evolução da distribuição da espécie após duas décadas, identificar que fatores influenciam a mesma, e propor medidas de conservação a adotar em eventuais locais de risco ou de ausência da espécie. Recorrendo a uma metodologia similar à sugerida pelo IUCN e semelhante ao estudo de 1995, foi efetuado um transecto até 600 metros num corpo de água, que caso fosse negativo, seria seguido da execução até um máximo de três pontos de amostragem (spot checks) com comprimentos de 20-25m, em locais ideais para identificação de presença de lontra. Em cada prospecção foram identificadas variáveis como o tipo de substrato, percentagem de cobertura arbórea e arbustiva, poluição e nível e capacidade do recurso hídrico amostrado. As prospeções foram efetuadas entre Setembro de 2014 a Abril de 2015. A análise comparativa dos estudos da distribuição de lontra (1995 e 2014/2015) foi predominantemente descritiva, considerando as limitações do uso de uma variável binária como a presença/ausência da lontra. No entanto, foi usado o teste de qui-quadrado de McNemar para a verificar se houve mudanças significativas na presença/ausência do lontra entre os anos e entre as sub-bacias amostradas. De igual forma a regressão logística multivariada foi usada para determinar o efeito das variáveis de macro habitat na presença/ausência de lontra em cada quadricula e, identificar a combinação de variáveis que explicam a distribuição da lontra. A associação entre as variáveis explicativas e a presença/ausência de lontra foi testada usando o método de máxima verossimilhança e aplicou-se um processo de selecção por etapas (stepwise forward), com base no teste do Wald. Finalmente uma Análise de Componente Principais foi aplicada para entender as relações entre variáveis de macro habitat e distribuição da lontra, em cada quadrícula, complementando as anteriores análises, codificando as amostras com base na presença/ausência de lontra e as sub-bacias amostradas. Os resultados obtidos evidenciam uma expansão de 9% da área geográfica de ocupação pela lontra com colonização de novas áreas, com principal foco na região entre a margem direita do rio Tejo e a costa Atlântica. Esta expansão parece estar relacionada com uma melhoria generalizada das condições de habitat e uma maior disponibilidade de presas, principalmente do lagostim-vermelho do Louisiana (Procambarus clarkii Girard, 1852). Para além da falta de sistemas de água doce, também linhas de água caracterizadas por forte corrente e falta de vegetação aquática, intervenções humanas (alteração das margens, poluição) e salinização da água são factores que resultaram estar relacionados com a ausência de lontra euroasiática. Esta ausência da espécie está assim restrita a zonas altamente intervencionadas pelo Homem ou com falta de disponibilidade de água. Estas áreas, já eram designadas no estudo anterior (de 1995) por Áreas Críticas para a conservação da lontra em Portugal. Os resultados do presente trabalho revelam que das duas zonas críticas para a conservação de lontra englobadas na área de estudo, a zona da Península de Setúbal não sofreu alterações, contrariamente à zona Norte de Lisboa onde é visível um aumento da distribuição da população de lontra, formando duas áreas de menores dimensões, uma em redor de Lisboa, outra em torno de Porto de Mós. Devido à sua inclusão nos Anexos II e IV da Directiva Habitats, a lontra euroasiática é classificada como espécie de fauna de valor comunitário e é previsto que sejam designadas Zonas Especiais de Conservação. Com base em critérios de selecção como o estado de conservação e dimensão do local, a diversidade de ambientes aquáticos e abundância relativa da espécie, no estudo de 1995 foram definidos 86 sítios importantes para a conservação de lontra divididos em três classes (prioritários, importantes e a considerar). Dos 18 sítios importantes para a conservação de lontra situados na área de estudo, apenas os sítios de baixa prioridade apresentam resultados negativos para a presença de lontra, resultado que se mantem sensivelmente igual em comparação com os dados obtidos em 1995. Numa avaliação à metodologia utilizada no trabalho de campo e com base nos resultados obtidos, sugere-se que a prospecção de vestígios de lontra seja feita em transectos com um máximo de 400 m por oposição aos 600 m uma vez que para além dos 250 m poucos vestígios de lontra foram encontrados. Por sua vez um aumento da distância percorrida nos spot checks de 25 m para 50 m (dado que 81% dos transectos revelaram-se positivos até aos 50m) deve incrementar a probabilidade de encontrar vestígios de lontra, agilizando a prospecção em cada quadrícula. Sugere-se também uma alteração da ordem de prospecção devendo efectuar-se primeiramente os spot checks e só depois, e em caso destes terem sido negativos, os transectos. Embora o estado de conservação da lontra se mantenha como não preocupante na área de estudo, e potencialmente também em Portugal, a pressão exercida por factores que actuam a uma escala global, em particular as alterações climáticas e os seus efeitos na escassez de água, sugere a necessidade de uma monitorização periódica e preocupação com a qualidade dos recursos hídricos. Deste modo são sugeridas algumas medidas que visam a promover a conservação da espécie e do seu habitat, nomeadamente através da monitorização da população de lontra com alguma periocidade de modo a permitir descortinar eventuais alterações populacionais da espécie, estabelecer medidas conservativas de modo a minimizar os atropelamentos nas estradas (um dos principais factores de ameaça em acção) e as modificações/canalizações dos sistemas aquáticos, conservar e melhorar os sítios importantes para a conservação de lontra e promover a educação ambiental junto da população humana fase aos risco de poluição e sobrepesca nos sistemas aquáticos.The acknowledgment of the marked decline of Eurasian otter (Lutra lutra Linnaeus, 1758) global population in the 70’s led to many studies that resulted in the classification of the otter as internationally protected species. In mainland Portugal, otter population is considered as one of the most viable of Europe and despite being legally protected, the otter is now considered a species of least concern status with the majority of studies on the species geographically restricted. The only study on the wide range of species distribution was carried out in 1995 under the Nature Conservation Institute and adopting the methodology recommended by the Otter Specialist Group of the International Union for Conservation of Nature. This study aims to re-evaluate the distribution of the otter in the south-central region of Portugal where, according to the 1995 study, two large critical areas for the presence of otter were defined, as well as other important areas for their conservation. Using the same methodology, we sought to investigate the evolution of the species distribution after two decades, identify what factors influence it, and propose conservation measures to be adopted especially in risk areas or of species absence. The results show an increase of 9% of the geographical area of occupation by the otter with colonization of new areas, with a primary focus in the area between the right bank of the Tejo river and the Atlantic coast. This increase of otter’s distributions seems to be related to a general improvement of habitat condition and higher prey availability and is only limited by the absence of freshwater and high human density. The absence of the species is thus restricted to human modified areas or lack of continued water. Although the otter conservation status in Portugal is Least Concern, the pressure exerted by factors that act on a global scale, in particular climate change and its effects on water scarcity, suggests the need for periodic monitoring and concern for the quality of water resources.Reis, Margarida Santos, 1955-Pedroso, Nuno MiguelRepositório da Universidade de LisboaFialho, Renato Marques2017-01-10T11:02:42Z201620162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/25806TID:201623196enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:15:33Zoai:repositorio.ul.pt:10451/25806Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:42:36.798264Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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