Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pedro, Joana de Jesus Colaço
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/5270
Resumo: O aumento da população e as crescentes necessidades que a sociedade de consumo impõe têm desencadeado um aumento do número de projectos como estradas, barragens ou minerações. Muitos deles levam ao desalojamento de populações que, sem voz, são levadas para outros locais por processos de reassentamento forçados, transformando-se em “refugiados do desenvolvimento”. O Banco Mundial defende que as populações reassentadas devem melhorar as suas condições de vida. Neste trabalho analisou-se, à luz de indicadores de qualidade de vida, o reassentamento efectuado pela empresa Vale em Moatize, no noroeste de Moçambique. Embora seja ainda cedo para perceber se a qualidade de vida irá melhorar ou piorar no futuro, registaram-se progressos em termos de condições básicas de vida como educação, saúde ou acesso a água e energia, mas em contrapartida, houve deterioração ao nível da identidade cultural da população, bem como das suas estratégias de sobrevivência – o que se reflecte agora no empobrecimento de algumas famílias e no sentimento, por parte da população, de viver como hóspede e de os novos bairros não lhe pertencerem. Sendo este apenas um dos exemplos de reassentamentos forçados nesta região, o trabalho procurou delinear pistas de análise ao nível regional, concluindo-se pela necessidade de criar mecanismos de ordenamento do território que garantam espaços de continuidade dos modos de vida tradicionais e identitários das populações, e de olhar os novos reassentamentos como oportunidades de desenvolvimento, pela formação de pequenos centros urbanos que reduzam o êxodo rural e funcionem como estímulo ao desenvolvimento rural regional.
id RCAP_2a9c65963d8a92c5717d9691ecc82013
oai_identifier_str oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/5270
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidadesReassentamentos involuntáriosReassentamentos forçadosRefugiados do desenvolvimentoPequenos e médios centros urbanosSmall and medium sized urban centersInvoluntary resettlementsForced resettlementsDevelopment refugeesO aumento da população e as crescentes necessidades que a sociedade de consumo impõe têm desencadeado um aumento do número de projectos como estradas, barragens ou minerações. Muitos deles levam ao desalojamento de populações que, sem voz, são levadas para outros locais por processos de reassentamento forçados, transformando-se em “refugiados do desenvolvimento”. O Banco Mundial defende que as populações reassentadas devem melhorar as suas condições de vida. Neste trabalho analisou-se, à luz de indicadores de qualidade de vida, o reassentamento efectuado pela empresa Vale em Moatize, no noroeste de Moçambique. Embora seja ainda cedo para perceber se a qualidade de vida irá melhorar ou piorar no futuro, registaram-se progressos em termos de condições básicas de vida como educação, saúde ou acesso a água e energia, mas em contrapartida, houve deterioração ao nível da identidade cultural da população, bem como das suas estratégias de sobrevivência – o que se reflecte agora no empobrecimento de algumas famílias e no sentimento, por parte da população, de viver como hóspede e de os novos bairros não lhe pertencerem. Sendo este apenas um dos exemplos de reassentamentos forçados nesta região, o trabalho procurou delinear pistas de análise ao nível regional, concluindo-se pela necessidade de criar mecanismos de ordenamento do território que garantam espaços de continuidade dos modos de vida tradicionais e identitários das populações, e de olhar os novos reassentamentos como oportunidades de desenvolvimento, pela formação de pequenos centros urbanos que reduzam o êxodo rural e funcionem como estímulo ao desenvolvimento rural regional.The combination of increasing population and expansion of needs imposed by consumer society has triggered an increase in the number of projects such as roads, dams and mines. Many of these projects lead to the displacement of populations which, voiceless, are taken to other locations through forced resettlements, thus becoming “development refugees”. The World Bank contends that it should be ensured that resettled populations have their living conditions improved. The current study analyses the resettlement by mining company Vale in Moatize, North western Mozambique. Although it is still very early, certain results can be identified at present. On one hand, progress was registered in some basic living conditions such as education, health or access to water and energy. On the other hand, there were deteriorations in the level of cultural identity of the population and in their survival strategies – which is reflected today in the impoverishment of some families and in the feeling, by part of the population, of living as guests and of the new neighbourhood not belonging to them. This project being only one of many examples of forced resettlements made in this region of Mozambique, this study furthermore attempts to draw new lines of analysis at the regional level, concluding with the necessity to create territorial planning mechanisms which guarantee continuity in the identity and traditional lifestyle of populations, and to consider new resettlements as new development opportunities, through the formation of small urban centers that reduce rural exodus and stimulate regional rural development.2013-07-04T13:50:53Z2011-01-01T00:00:00Z20112011-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/octet-streamapplication/octet-streamhttp://hdl.handle.net/10071/5270porPedro, Joana de Jesus Colaçoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:31:17Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/5270Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:14:03.999017Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades
title Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades
spellingShingle Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades
Pedro, Joana de Jesus Colaço
Reassentamentos involuntários
Reassentamentos forçados
Refugiados do desenvolvimento
Pequenos e médios centros urbanos
Small and medium sized urban centers
Involuntary resettlements
Forced resettlements
Development refugees
title_short Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades
title_full Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades
title_fullStr Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades
title_full_unstemmed Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades
title_sort Reassentamentos forçados: dos impactes às oportunidades
author Pedro, Joana de Jesus Colaço
author_facet Pedro, Joana de Jesus Colaço
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pedro, Joana de Jesus Colaço
dc.subject.por.fl_str_mv Reassentamentos involuntários
Reassentamentos forçados
Refugiados do desenvolvimento
Pequenos e médios centros urbanos
Small and medium sized urban centers
Involuntary resettlements
Forced resettlements
Development refugees
topic Reassentamentos involuntários
Reassentamentos forçados
Refugiados do desenvolvimento
Pequenos e médios centros urbanos
Small and medium sized urban centers
Involuntary resettlements
Forced resettlements
Development refugees
description O aumento da população e as crescentes necessidades que a sociedade de consumo impõe têm desencadeado um aumento do número de projectos como estradas, barragens ou minerações. Muitos deles levam ao desalojamento de populações que, sem voz, são levadas para outros locais por processos de reassentamento forçados, transformando-se em “refugiados do desenvolvimento”. O Banco Mundial defende que as populações reassentadas devem melhorar as suas condições de vida. Neste trabalho analisou-se, à luz de indicadores de qualidade de vida, o reassentamento efectuado pela empresa Vale em Moatize, no noroeste de Moçambique. Embora seja ainda cedo para perceber se a qualidade de vida irá melhorar ou piorar no futuro, registaram-se progressos em termos de condições básicas de vida como educação, saúde ou acesso a água e energia, mas em contrapartida, houve deterioração ao nível da identidade cultural da população, bem como das suas estratégias de sobrevivência – o que se reflecte agora no empobrecimento de algumas famílias e no sentimento, por parte da população, de viver como hóspede e de os novos bairros não lhe pertencerem. Sendo este apenas um dos exemplos de reassentamentos forçados nesta região, o trabalho procurou delinear pistas de análise ao nível regional, concluindo-se pela necessidade de criar mecanismos de ordenamento do território que garantam espaços de continuidade dos modos de vida tradicionais e identitários das populações, e de olhar os novos reassentamentos como oportunidades de desenvolvimento, pela formação de pequenos centros urbanos que reduzam o êxodo rural e funcionem como estímulo ao desenvolvimento rural regional.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-01-01T00:00:00Z
2011
2011-09
2013-07-04T13:50:53Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10071/5270
url http://hdl.handle.net/10071/5270
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/octet-stream
application/octet-stream
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134697563881472