Ninhadas de tamanho invariável em Squamata: adaptações nos traços reprodutivos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Filipa Teixeira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/36569
Resumo: A história evolutiva dos répteis é extensa, e a sua ecologia reprodutiva diversificada, sendo por isso um grupo ideal para estudos de reprodução. Uma das estratégias reprodutivas mais curiosas é o recurso a ninhadas de tamanho invariável, por norma de 1 a 2 ovos, condição que nos Squamata evoluiu independentemente mais de 20 vezes. Espécies com tamanho de ninhada invariável estão associadas a ambientes insulares, havendo relatos de alguns dos seus traços reprodutivos sofrerem reversão da síndrome insular. Para explicar este fenómeno têm sido apresentadas várias hipóteses que carecem de verificação empírica, nomeadamente: i) em ilhas com aves nidificantes a frequência de ninhada é maior; ii) em ilhas, as espécies produzem ovos de maior volume; iii) esse volume está negativamente correlacionado com a área da ilha. De forma a testar cada uma dessas hipóteses, foi feita uma recolha de dados na literatura e posterior análise estatística. Verificou-se que houve maior frequência de ninhada na presença de aves, contudo não em Gekkonidae. Análises por família não revelaram diferenças entre o volume do ovo em ilha vs continente. Não houve também correlação entre o volume do ovo e área da ilha, concordando com a literatura existente. Estes resultados evidenciam nuances da síndrome insular, e complexidades das histórias evolutivas dos Squamata. O estudo dos impactos de taxas de mortalidade específicas ao longo da ontogenia pode trazer novos dados que permitem compreender melhor a síndrome insular e também sobre outras variações nos traços reprodutivos, nomeadamente a invariabilidade do tamanho de ninhada, cuja causa ainda é incerta.
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