A Participação da Marinha Grande no 18 de Janeiro de 1934
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10437/4730 |
Resumo: | Portugal viveu um dos períodos mais sombrios da sua História no Século XX, com o regime autoritário liderado por António de Oliveira Salazar, que governou o país com «mão de ferro» durante mais de três décadas, concretamente entre 1933 e 1968, uma vez que se considera que há alteração de regime sempre que muda o referencial e a Constituição do Estado Novo é de 1933. Para além da ausência de democracia e liberdade, o povo português conviveu com a fome e a ignorância durante décadas, foi perseguido e torturado nas prisões continentais e ultramarinas, nomeadamente no Tarrafal, que se localiza no arquipélago de Cabo Verde. Em 18 de janeiro de 1934, o movimento operário português saiu à rua em várias cidades e vilas de Portugal, entre as quais a Marinha Grande. Na origem do movimento revolucionário esteve a decisão do Presidente do Conselho, através da Constituição de 1933, de impedir o funcionamento de sindicatos livres. Contudo, aquela que se previa ser unicamente uma greve geral contra a decisão do regime acabou por ir mais além, sobretudo na cidade vidreira, onde o quartel da GNR foi tomado, tal como a estação dos Correios, existindo ainda hoje dúvidas sobre a constituição de um soviete. Mais de sete décadas após o ato insurrecional continua muito por esclarecer. Esta Dissertação visa, precisamente, obter respostas a questões tão diversas como quem esteve realmente por detrás do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande, que consequências teve para a política do Estado Novo e, finalmente, que importância teve na conjuntura. Importa ainda esclarecer por que razão esta derrota do movimento operário português é hoje recordada, com pompa e circunstância, na Marinha Grande, como se tivesse sido uma vitória. De facto, na atualidade, fala-se de uma jornada heroica, mas o Partido Comunista Português praticamente ignorou esse movimento até abril de 1974 e o seu líder à época, Bento Gonçalves (1971, p. 138), apelidou-o de “anarqueirada”. |
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A Participação da Marinha Grande no 18 de Janeiro de 1934CIÊNCIA POLÍTICAMOVIMENTOS SOCIAISESTADO NOVOMOVIMENTO OPERÁRIOMESTRADO EM CIÊNCIA POLÍTICA - CIDADANIA E GOVERNAÇÃOPOLITICAL SCIENCESOCIAL MOVEMENTSESTADO NOVOLABOUR MOVEMENTPortugal viveu um dos períodos mais sombrios da sua História no Século XX, com o regime autoritário liderado por António de Oliveira Salazar, que governou o país com «mão de ferro» durante mais de três décadas, concretamente entre 1933 e 1968, uma vez que se considera que há alteração de regime sempre que muda o referencial e a Constituição do Estado Novo é de 1933. Para além da ausência de democracia e liberdade, o povo português conviveu com a fome e a ignorância durante décadas, foi perseguido e torturado nas prisões continentais e ultramarinas, nomeadamente no Tarrafal, que se localiza no arquipélago de Cabo Verde. Em 18 de janeiro de 1934, o movimento operário português saiu à rua em várias cidades e vilas de Portugal, entre as quais a Marinha Grande. Na origem do movimento revolucionário esteve a decisão do Presidente do Conselho, através da Constituição de 1933, de impedir o funcionamento de sindicatos livres. Contudo, aquela que se previa ser unicamente uma greve geral contra a decisão do regime acabou por ir mais além, sobretudo na cidade vidreira, onde o quartel da GNR foi tomado, tal como a estação dos Correios, existindo ainda hoje dúvidas sobre a constituição de um soviete. Mais de sete décadas após o ato insurrecional continua muito por esclarecer. Esta Dissertação visa, precisamente, obter respostas a questões tão diversas como quem esteve realmente por detrás do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande, que consequências teve para a política do Estado Novo e, finalmente, que importância teve na conjuntura. Importa ainda esclarecer por que razão esta derrota do movimento operário português é hoje recordada, com pompa e circunstância, na Marinha Grande, como se tivesse sido uma vitória. De facto, na atualidade, fala-se de uma jornada heroica, mas o Partido Comunista Português praticamente ignorou esse movimento até abril de 1974 e o seu líder à época, Bento Gonçalves (1971, p. 138), apelidou-o de “anarqueirada”.Portugal lived one of the darkest periods of its history in the twentieth century, under the authoritarian regime led by António de Oliveira Salazar, who ruled the country with "iron hand" for more than three decades, particularly between 1933 and 1968, once it’s considered to exist a change of regime only when there is a change of its referential and the Constitution of Estado Novo is from 1933. In addition to the absence of democracy and freedom, Portuguese people dealt with hunger and ignorance for decades and they were persecuted and tortured in continental and overseas prisons, particularly in Tarrafal, which is located in the archipelago of Cape Verde. On January 18th 1934, the Portuguese labour movement came to the streets in several cities and towns in Portugal, including Marinha Grande. The origin of the revolutionary movement was the decision of the President of the Council to forbid the functioning of free trade unions, according to the new Constitution. However, that demonstration which was expected to be only a general strike against the regime's decision turned out to go further, especially in the «glass city» where the GNR headquarter, as well as the Post Office, were taken, in spite of some doubts concerning the establishment of a soviet still persist. After more than seven decades, the insurrection act still remains very unclear. This dissertation intends to get answers to different questions, for instance, who was really behind the January 18th, 1934 in Marinha Grande, which were its consequences to the policy of Estado Novo and finally, its real importance in the conjuncture. It should also explain why this defeat of the Portuguese labour movement is now remembered, with pomp and circumstance, in Marinha Grande as if it had been a victory. In fact, nowadays, it’s considered a heroic journey, but the Portuguese Communist Party almost ignored this movement until April 1974 and its leader at the time, Bento Gonçalves (1971, p. 138), dubbed it as “anarqueirada”.2014-05-13T15:19:36Z2012-01-01T00:00:00Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10437/4730porFerreira, António José Lopesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-09T14:09:06Zoai:recil.ensinolusofona.pt:10437/4730Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:16:12.239419Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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