As mutações do Jornalismo profissional no novo ambiente dos Mass Media
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34624/sopcom.v0i0.16102 |
Resumo: | O mundo do jornalismo sofreu profundas mutações nas últimas três décadas. Com alterações estruturais profundas, submetidas a lógicas económicas e políticas tão fortes, que obrigam a repensar o que se entende por informação jornalística e em que consiste o trabalho dos jornalistas nestas sociedades de capitalismo avançado. A concentração e privatização em curso no sector dos media, gerida por gigantescas corporações e conglomerados empresariais, tem vindo a cultivar um tipo de jornalismo aprisionado na lógica do infotainment, tornando cada vez mais difícil a garantia do direito individual e inalienável dos cidadãos de acesso ao conhecimento, à cultura, à formação de opinião e capacidade de tomadas de decisão públicas, em consciência. Trata-se de uma nova ordem económicotecnológica onde o complexo industrial parece, aliás, considerar legítimo que o jornalista deixe de ser um mediador, e olhe para a informação não como um bem público, mas totalmente como uma mercadoria. Aceita produzir informação de forma semelhante a uma linha de montagem, serializada, rotinizada, organizativa e veloz, destinada a ser consumida também rapida e mecanicamente. Envolvidos pelas “maravilhas tecnológicas” e pelo negócio que a “informação” acarreta, a mediação jornalística e o jornalismo têm vindo a perder o objectivo de se vincular ao conhecimento e à cultura, em que fundaram a sua legitimidade, para passarem a meros comunicadores. Colocados perante fortes constrangimentos que exigem renovados paradigmas de acção profissional, os jornalistas contemporâneos enfrentam tensões, inquietudes identitárias e espaços de resistência que é necessário analisar: a adaptação aos imperativos tecnológicos; o jornalismo em linha (ciberjornalismo); à concorrência directa de outros profissionais; aos ritmos de trabalho acelerados e ao curto-circuito empresarial que os cerca. |
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