Estudo da protecção de lesões dopaminérgicas exercidas por meios condicionados por células estaminais e por astrócitos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Parente, Ana Rita Nunes
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/2856
Resumo: A doença de Parkinson (DP) é causada por uma progressiva e selectiva perda de neurónios dopaminérgicos mesencefálicos da via nigroestriatal. Para além da perda de neurónios dopaminérgicos, inclusões proteicas intraneurais citoplasmáticas denominadas por “Corpos de Lewy”, contendo α-sinucleína e ubiquitina, são também características desta patologia. Os mecanismos moleculares e celulares responsáveis pelo desenvolvimento da DP não se encontram totalmente compreendidos. Estudos anteriores sugeriram, que os astrócitos exercem um efeito neuroprotector na DP, nomeadamente na protecção dos neurónios dopaminérgicos da toxicidade exercida pela 6OHDA. Os astrócitos secretam vários factores neurotróficos que estão envolvidos na sobrevivência neuronal quer durante o desenvolvimento quer após lesões cerebrais. Por outro lado, tem havido tentativas de aplicar a terapia com células estaminais em várias doenças neurodegenerativas, como por exemplo a DP. Pensa-se que um dos possíveis mecanismos envolvidos na acção destas células envolve a libertação de citocinas, factores de crescimento e moléculas neuroreguladoras. Com base nestes dados neste trabalho propusemos comparar o efeito neuroprotector exercido por meios condicionados por astrócitos e por células estaminais do cordão umbilical humano, em lesões dopaminérgicas promovidas por exposição à toxina 6OHDA ou pela remoção de soro do meio de cultura. Com o objectivo de avaliar a capacidade neuroprotectora do meio condicionado por astrócitos, incubaram-se as células da linha celular N27 com meios de cultura expostos aos astrócitos durante diferentes períodos de tempo, 24, 48 e 72 horas, sendo de seguida adicionado ao mesmo meio a toxina 6OHDA durante mais 24h. Este ensaio permitiu constatar que o meio condicionado por astrócitos durante 24 a 72 horas não exerceu qualquer tipo de protecção relativamente à lesão causada por 6OHDA, na linha celular N27. Porém, em culturas primárias de neurónios do mesencéfalo ventral os meios condicionados pelos astrócitos durante 24 a 96 horas foram eficazes em proteger as células da lesão promovida pela 6OHDA. Os meios condicionados por astrócitos foram ainda capazes de proteger os neurónios dopaminérgicos de um outro tipo de lesão, a remoção do soro do meio de cultura das células N27. Numa de tentativa de identificar os mediadores responsáveis pela protecção exercida pelos meios condicionados procedemos ao fraccionamento do meio condicionado (sem soro) tendo os resultados obtidos mostrado que os componentes do MCA com acção neuroprotectora contra os efeitos provocados pela ausência de soro, têm um peso molecular inferior a 10 KDa. Por último, analisámos a capacidade protectora de meios condicionado por células perivasculares do cordão umbilical em proteger as células N27 da lesão induzida por remoção do soro do meio de cultura. Os resultados deste estudo permitiram concluir que o meio condicionado por astrócitos possui maior capacidade neuroprotectora que o meio condicionado por células perivasculares do cordão umbilical. Alguns dos factores presentes no meio condicionados de astrócitos poderão, no futuro, ser identificados e ser utilizados como moléculas protectoras na terapia de doenças neurodegenerativas, como a DP.
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Por outro lado, tem havido tentativas de aplicar a terapia com células estaminais em várias doenças neurodegenerativas, como por exemplo a DP. Pensa-se que um dos possíveis mecanismos envolvidos na acção destas células envolve a libertação de citocinas, factores de crescimento e moléculas neuroreguladoras. Com base nestes dados neste trabalho propusemos comparar o efeito neuroprotector exercido por meios condicionados por astrócitos e por células estaminais do cordão umbilical humano, em lesões dopaminérgicas promovidas por exposição à toxina 6OHDA ou pela remoção de soro do meio de cultura. Com o objectivo de avaliar a capacidade neuroprotectora do meio condicionado por astrócitos, incubaram-se as células da linha celular N27 com meios de cultura expostos aos astrócitos durante diferentes períodos de tempo, 24, 48 e 72 horas, sendo de seguida adicionado ao mesmo meio a toxina 6OHDA durante mais 24h. Este ensaio permitiu constatar que o meio condicionado por astrócitos durante 24 a 72 horas não exerceu qualquer tipo de protecção relativamente à lesão causada por 6OHDA, na linha celular N27. Porém, em culturas primárias de neurónios do mesencéfalo ventral os meios condicionados pelos astrócitos durante 24 a 96 horas foram eficazes em proteger as células da lesão promovida pela 6OHDA. Os meios condicionados por astrócitos foram ainda capazes de proteger os neurónios dopaminérgicos de um outro tipo de lesão, a remoção do soro do meio de cultura das células N27. Numa de tentativa de identificar os mediadores responsáveis pela protecção exercida pelos meios condicionados procedemos ao fraccionamento do meio condicionado (sem soro) tendo os resultados obtidos mostrado que os componentes do MCA com acção neuroprotectora contra os efeitos provocados pela ausência de soro, têm um peso molecular inferior a 10 KDa. Por último, analisámos a capacidade protectora de meios condicionado por células perivasculares do cordão umbilical em proteger as células N27 da lesão induzida por remoção do soro do meio de cultura. Os resultados deste estudo permitiram concluir que o meio condicionado por astrócitos possui maior capacidade neuroprotectora que o meio condicionado por células perivasculares do cordão umbilical. Alguns dos factores presentes no meio condicionados de astrócitos poderão, no futuro, ser identificados e ser utilizados como moléculas protectoras na terapia de doenças neurodegenerativas, como a DP.Parkinson's disease (PD) is caused by the progressive and selective loss of mesencephalic dopaminergic neurons of the nigrostriatal pathway. Besides the loss of dopaminergic neurons, intraneuronal proteinaceous cytoplasmic inclusions known as "Lewy Bodies", containing α-synuclein and ubiquitin, are also characteristic of PD. The molecular and cellular mechanisms responsible for the development of PD are not fully understood. Previous studies suggested that astrocytes have a neuroprotective effect in PD, particularly in the protection of dopaminergic neurons from the toxicity exerted by 6OHDA. Astrocytes secrete various neurotrophic factors that are involved in neuronal survival either during the development or after brain damage. Moreover, the stem cell therapy has been applied in several neurodegenerative diseases, such as in PD and it is thought that one possible mechanism involved in the neuroprotection mediated by these cells is the release of cytokines, growth factors and neuroregulatory molecules. Therefore, the purpose of this study was to compare the neuroprotective effect exerted by media conditioned by astrocytes and by stem cells from human umbilical cord, in the dopaminergic lesions promoted by exposure to the toxin 6OHDA or by removal of serum from the culture media. In order to evaluate the neuroprotective capacity of media conditioned by astrocytes, N27 cells were incubated, with media obtained after different periods of conditioning: 24, 48 and 72 hours and then treated with 6OHDA. The results obtained showed that the media conditioned by astrocytes for 24 to 72 hours did not exert any protection from the injury caused by 6OHDA, in the N27 cell line. However, exposure of primary cultures of neurons of the substantia nigra to media conditioned by astrocytes from 24-96 hours protected the cells from the injury promoted by 6OHDA. Although astrocyte conditioned was unable to protect N27 from the 6OHDA lesion, it was capable of inhibiting N27 cell damage promoted by a different stimulus, the removal of serum from the culture media. Fractionation of the astrocyte conditioned media showed that the components with neuroprotective capabilities against the effects caused by the absence of serum possess a molecular weight below 10 KDa. Lastly, incubation of the N27 cell line with media conditioned by perivascular cells from the umbilical cord did not confer any protection for the removal of serum from the media. Taken together, the results obtained in this study showed that the media conditioned by astrocytes have a bigger neuroprotective capacity to protect dopaminergic cells than media conditioned by umbilical cord perivascular cells. Some of the factors present in media conditioned by astrocytes may in future be identified and used as protective molecules in the therapy of neurodegenerative diseases such as PD.Baltazar, Graça Maria FernandesuBibliorumParente, Ana Rita Nunes2015-01-07T21:02:15Z201020102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/2856porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:39:03Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/2856Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:44:26.862224Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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