Uma cartografia do ódio no Facebook: gatilhos, insultos e imitações
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://journals.openedition.org/cp/11367 |
Resumo: | A popularização das redes sociais digitais veio introduzir facilidade e instantaneidade na expressão pública dos atores. Tal proporcionou um aumento de debates na internet. Esta popularização deu maior visibilidade aos discursos de ódio e à intolerância, expondo insultos e modos de violência (Waldron, 2010). Estão em causa responsabilidades, individuais e regulatórias, de âmbito nacional, internacional e empresarial (Silva,Nichel, Martins & Borchardt, 2011). Todavia, neste artigo aborda-se o tema do ódio por uma perspetiva de interação: dinâmica entre notícias publicadas no Facebook e interações conflituosas. O objetivo foi o de perceber alguns gatilhos para a ativação de conversações em que insultos e ódios tomassem a dianteira. Partindo dos conceitos de imitação (Tarde, 1978), coligação (Simmel, 1950) e associação (Latour, 2012), estudamos o ódio em 350 comentários, 913 respostas geradas e 23 959 palavras contidas nas publicações do Jornal de Notícias mais partilhadas, mais comentadas e com mais gostos em 2017, 2018 e 2019. Os resultados revelam forte presença de discursos de ódio e de insultos face a temas, notícias, ideias, opiniões ou dilemas. Em um terço da amostra, notou-se forte presença de discursos de ódio, estando estes mais presentes nas publicações mais comentadas (16,7%). Os índices de ódio mais elevados foram encontrados no tema do “futebol” e no “crime/agressão”. Numa variante mais qualitativa, percebemos que os discursos de ódio se imitam, tanto na lógica dos argumentos como no tipo de insultos usados. |
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