Violência Doméstica na População Imigrante em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Codinha, Soraia Bombas
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/7255
Resumo: Esta investigação começou num conjunto de inquietações, que mais tarde se viriam a tornar numa esfera de experiência e aprendizagem sobre um tema em que eu, enquanto cidadã, e, principalmente, técnica social, já me questionava há muito tempo. A mesma revela-se, numa procura constante, em perceber qual a história de vida e as perspetivas de futuro de pessoas que experimentam esta chaga social que é a violência doméstica. A violência doméstica é um problema transversal a toda a sociedade, uma doença social. Na tentativa de prevenção, proteção e extinção desta realidade, surgem os gabinetes de apoio à vítima e os técnicos que diariamente apoiam as vítimas de violência doméstica. Como investigadora, o meu trabalho teve como ponto obrigatório escutar estes técnicos e, sobretudo, escutar as vítimas. De outra forma como é que poderia perceber a dinâmica, no seu todo, dos serviços de apoio? Como é que poderia perceber a relação que os técnicos conseguem estabelecer com as vítimas, num período tão frágil ? Como é que poderia perceber se estas vítimas se sentem motivadas para mudar a sua vida e o que as motiva? Só escutando quem realmente vive envolvido(a) nesta condição, e eu, escutei… De modo a conseguir atingir os objetivos a que me propus, esta investigação emerge como um estudo qualitativo, realizado em colaboração com a Associação Mulher Séc. XI. Nesta associação, foi possível entrevistar duas psicólogas e três vítimas de violência doméstica (todas com nacionalidades diferentes). Os resultados vêm mostrar que os gabinetes de apoio à vítima são essenciais para qualquer pessoa que se cruze com a violência durante a sua vida, mas para as vítimas imigrantes, os técnicos sociais e os gabinetes onde os mesmos exercem funções são imprescindíveis porque, para além de ajudar as vítimas a verem um futuro longe do presente em que se encontram, acolhem, ouvem e, ainda, inserem socialmente estas mulheres que, para além de tudo o que viveram em consequência de uma relação de violência, são ainda discriminadas pela sociedade, devido à sua nacionalidade. Como principal conclusão, entendi que é fundamental a intervenção social, não só com as vítimas, mas também com a sociedade em geral, de forma a preparar-nos para ter um olhar mais atento e essencialmente, proativo na ajuda para com os outros.
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