Autovigilância da doença e qualidade de vida dos doentes diabéticos: estudo observacional em farmácias comunitárias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes,Zilda
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Guedes,Sandra, Guerreiro,José Pedro, Inês,Monica, Sousa,Ana, Miranda,Ana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-90252016000100003
Resumo: Objetivos O estudo, realizado em doentes diabéticos, teve como objetivo descrever as comorbilidades e complicações associadas à diabetes, e caracterizar a frequência com que os doentes diabéticos fazem autovigilância da sua doença. Adicionalmente, pretendeu-se caracterizar a qualidade de vida do doente diabético, bem como os fatores que a influenciam. Métodos Estudo observacional transversal. Foram convidadas a participar neste estudo 800 farmácias, com cobertura geográfica a nível nacional. Utentes das farmácias aderentes, com uma prescrição para uso próprio de, pelo menos, um medicamento com indicação para a diabetes (grupo A10 da classificação ATC da Organização Mundial de Saúde (OMS)), foram convidados a participar no estudo, através do preenchimento de 2 questionários. A avaliação dos fatores que influenciam a qualidade de vida foi efetuada através da modelação em 2 fases utilizando propensity scores. Resultados Duzentas e onze farmácias aceitaram participar no estudo (26,4%). Foram recrutados 1.479 doentes diabéticos adultos, 53,7% do sexo feminino e com idade média de 64,1 anos. Neuropatia (27,3%), retinopatia (22,4%) e nefropatia (11,9%) foram as complicações associadas à diabetes mais frequentemente reportadas. Na maioria dos doentes, a autovigilância da glicemia foi referida com frequência superior a uma ou 2 vezes por mês. Em cerca de 28% dos casos, a autovigilância dos pés nunca ou raramente foi efetuada e 27% dos doentes declarou nunca ter feito uma consulta de oftalmologia. Análises à glicemia e hemoglobina glicosilada foram realizadas anualmente em 25% dos participantes. A maioria dos doentes fazia terapêutica com antidiabéticos orais (ADO). O questionário ADDQoL foi preenchido por 1.151 participantes. A pontuação obtida revelou que o impacto ponderado da diabetes na qualidade de vida é percecionado como negativo. As variáveis que influenciam a qualidade de vida foram: nefropatia (Odds Ratio (OR) = 2,2 (intervalo de confiança 95% {IC95%}: 1,28-3,86)), toma de insulina (OR = 2,2 (IC95%: 1,35-3,50)), idade (OR = 1,9 (IC95%: 1,21-3,05)), retinopatia (OR = 1,8 (IC95%: 1,12-2,91)) e exercício físico (OR = 0,5 (IC95%: 0,33-0,83)). Conclusões Os resultados do estudo são importantes para um melhor conhecimento das comorbilidades, complicações e a forma como o doente faz a vigilância da doença. Verificou-se que esta doença tem uma carga negativa para os doentes, principalmente nos que tomam insulina, sendo agravada com a idade e melhorando com a realização de exercício físico. Neste estudo, o modelo com propensity scores, utilizando como potenciais variáveis de confundimento a presença de nefropatia e retinopatia, revelou melhor poder preditivo.
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