A Caminho de Roma? – A Sardenha e a Córsega nos fluxos de circulação das ânforas lusitanas no mediterrâneo ocidental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bombico, Sónia
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Nervi, Cristina, Piccardi, Eliana, Allegrini-Simonetti, Franck
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/12562
Resumo: Os territórios insulares da Córsega e da Sardenha, localizados estrategicamente no centro do Mediterrâneo Ocidental, desempenharam um papel importante no apoio às grandes rotas de navegação da Antiguidade. Ao largo das ilhas cruzavam-se grandes fluxos de circulação de produtos, nos quais se incluíam as ânforas de preparados de peixe da Lusitânia. A Carta de naufrágios com ânforas de “tipo lusitano” revela uma importante concentração de registos no Estreito de Bonifácio e na costa Norte Ocidental da Sardenha, sítios tradicionalmente associados às rotas com destino a Roma. As grandes vítimas dos perigos para a navegação, criados pela presença de inúmeras ilhas e baixas rochosas, são os navios provenientes da Península Ibérica e que destinados aos mercados de Roma são obrigados a atravessar o difícil fretum Gallicum. No entanto, o conjunto de dados subaquáticos e o registo arqueológico das principais cidades portuárias da Sardenha permitem equacionar várias hipóteses alternativas, colocando as ânforas lusitanas no seio de um conjunto de rotas de navegação e circuitos económicos alternativos à travessia do Estreito de Bonifácio. Todavia a interpretação desses dados não está isenta de problemas. A identificação dos fabricos lusitanos tem-se revelado problemática, principalmente devido à evolução dos conhecimentos científicos sobre os centros oleiros hispânicos. Sabemos hoje que as ânforas de “tipo lusitano”, entre as quais as formas de maior difusão, a Dressel 14 e as séries Almagro 50 e 51, foram produzidas igualmente em alguns dos centros oleiros do denominado “Círculo do Estreito de Gibraltar”, bem como da quase totalidade da zona sul hispânica. Devemos, por isso, interpretar os dados, das décadas de 70, 80 e 90 do século XX, com as devidas reservas. Tentaremos apresentar uma leitura arqueológica actualizada que estará inevitavelmente condicionada pelo estado actual dos conhecimentos e limitada, em grande medida, aos dados editados.
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