Avaliação da qualidade de vida dos doentes após o internamento na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/5360 |
Resumo: | Introdução: A maioria dos estudos sobre a qualidade de vida dos doentes após o seu internamento numa unidade de cuidados intensivos focam-se principalmente no período dos 3 meses após a alta desta unidade hospitalar em diante. Objetivo: Pretendeu-se com este estudo avaliar a qualidade de vida dos doentes 2 meses após o seu internamento na UCI do CHCB, bem como analisar a sua relação com fatores demográficos e de saúde relativos aos doentes avaliados. Metodologia: Aplicação oportunista de dois questionários aos doentes previamente internados na UCI - o SF-36 v2 e outro elaborado por nós - durante as consultas de Medicina Intensiva habitualmente realizadas no CHCB, 2 meses após o referido internamento. Análise crítica da relação dos resultados obtidos, através do questionário SF-36 v2, acerca da qualidade de vida dos doentes, com fatores demográficos e de saúde relativos aos doentes da amostra selecionada, recorrendo às respostas dadas ao segundo questionário e a dados do internamento recolhidos dos processos clínicos. Resultados: A média de idades dos doentes que participaram no estudo foi de 66,8 anos. Relativamente ao estado de saúde física prévio ao internamento, a percentagem de doentes crónicos sem incapacidade foi de 30,8% e a de doentes crónicos com incapacidade de 41%. Para além disto, 28,2% afirmaram ser ansiosos, 7,7% deprimidos e 10,3% disseram sofrer de ansiedade e depressão, previamente ao internamento. O tempo de internamento foi, em média, de 3,8 dias. Quinze por cento dos doentes estiveram internados numa UCI mais uma vez para além da atual. Foram sedados 17,9% dos doentes e 23,1% experienciou dor durante o internamento. As recordações do internamento foram más em 15,4% dos doentes. Após a alta do internamento, 45,45% dos doentes retomaram a sua atividade profissional. As médias da MSF e MSM foram, 37 e 53,4, respetivamente. Obtiveram-se correlações significativas entre algumas das dimensões da qualidade de vida e o tempo de internamento e os índices de gravidade de doença. Foram detetadas diferenças significativas na MSF dos doentes sedados e ventilados de forma invasiva (valor-p = 0,044). As dimensões da qualidade de vida mais afetadas nos doentes incluídos na amostra foram a função e o desempenho físicos. Conclusão: A qualidade de vida dos doentes internados na UCI do CHCB, 2 meses após a alta, é inferior à da população portuguesa, em geral. Os doentes sujeitos a sedação e ventilação mecânica invasiva apresentam uma MSF inferior à dos restantes doentes da amostra. A função e o desempenho físicos são as dimensões da qualidade de vida mais afetadas nestes doentes, embora as dimensões mentais também tenham sido afetadas. Posto isto, o seguimento destes doentes, desde cedo, pela equipa médica responsável pelos cuidados intensivos aplicados, em cooperação com uma equipa responsável pela reabilitação física e psicológica destes doentes, é de extrema importância. |
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Avaliação da qualidade de vida dos doentes após o internamento na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB)Consulta de SeguimentoCuidados IntensivosInternamentoQualidade de VidaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A maioria dos estudos sobre a qualidade de vida dos doentes após o seu internamento numa unidade de cuidados intensivos focam-se principalmente no período dos 3 meses após a alta desta unidade hospitalar em diante. Objetivo: Pretendeu-se com este estudo avaliar a qualidade de vida dos doentes 2 meses após o seu internamento na UCI do CHCB, bem como analisar a sua relação com fatores demográficos e de saúde relativos aos doentes avaliados. Metodologia: Aplicação oportunista de dois questionários aos doentes previamente internados na UCI - o SF-36 v2 e outro elaborado por nós - durante as consultas de Medicina Intensiva habitualmente realizadas no CHCB, 2 meses após o referido internamento. Análise crítica da relação dos resultados obtidos, através do questionário SF-36 v2, acerca da qualidade de vida dos doentes, com fatores demográficos e de saúde relativos aos doentes da amostra selecionada, recorrendo às respostas dadas ao segundo questionário e a dados do internamento recolhidos dos processos clínicos. Resultados: A média de idades dos doentes que participaram no estudo foi de 66,8 anos. Relativamente ao estado de saúde física prévio ao internamento, a percentagem de doentes crónicos sem incapacidade foi de 30,8% e a de doentes crónicos com incapacidade de 41%. Para além disto, 28,2% afirmaram ser ansiosos, 7,7% deprimidos e 10,3% disseram sofrer de ansiedade e depressão, previamente ao internamento. O tempo de internamento foi, em média, de 3,8 dias. Quinze por cento dos doentes estiveram internados numa UCI mais uma vez para além da atual. Foram sedados 17,9% dos doentes e 23,1% experienciou dor durante o internamento. As recordações do internamento foram más em 15,4% dos doentes. Após a alta do internamento, 45,45% dos doentes retomaram a sua atividade profissional. As médias da MSF e MSM foram, 37 e 53,4, respetivamente. Obtiveram-se correlações significativas entre algumas das dimensões da qualidade de vida e o tempo de internamento e os índices de gravidade de doença. Foram detetadas diferenças significativas na MSF dos doentes sedados e ventilados de forma invasiva (valor-p = 0,044). As dimensões da qualidade de vida mais afetadas nos doentes incluídos na amostra foram a função e o desempenho físicos. Conclusão: A qualidade de vida dos doentes internados na UCI do CHCB, 2 meses após a alta, é inferior à da população portuguesa, em geral. Os doentes sujeitos a sedação e ventilação mecânica invasiva apresentam uma MSF inferior à dos restantes doentes da amostra. A função e o desempenho físicos são as dimensões da qualidade de vida mais afetadas nestes doentes, embora as dimensões mentais também tenham sido afetadas. Posto isto, o seguimento destes doentes, desde cedo, pela equipa médica responsável pelos cuidados intensivos aplicados, em cooperação com uma equipa responsável pela reabilitação física e psicológica destes doentes, é de extrema importância.Introduction: Most studies on quality of life of patients after their intensive care stay are focused mainly in the period of three months after discharge from this hospital unit on. Objective: The aim of this study was to evaluate the quality of life of patients two months after their ICU stay, at the CHCB, as well as to analyze its relation with demographic and health data from those patients. Methodology: Opportunistic application of two questionnaires to the patients who previously had their intensive care stay at the CHCB – the SF-36 v2 and an original questionnaire developed by us – during the Intensive Medicine consultations usually carried out in this hospital two months after the aforementioned intensive care stay. Analysis of the results obtained from the SF-36 v2 questionnaire about the patient’s quality of life and its relation with demographic and health data, using patient’s responses to the second questionnaire and data about their ICU stay collected from patient’s clinical processes. Results: The average age of the patients enrolled in the study was 66,8 years. Regarding physical health prior to admission to the ICU, 30,8% of patients said they were chronically ill, but without any disability, whereas 41% said they were chronically ill with at least some disability. In addition, 28,2% of patients said they were anxious, 7,7% depressed and 10,3% reported suffering from anxiety and depression prior to admission. The intensive care stay was, on average, 3,8 days. Before the current stay, 15% of patients were hospitalized in an ICU one more time. Sedation was used in 17,9% of patients and 23,1% suffered from pain during their intensive care stay. Memories from the ICU stay were rated as bad in 15,4% of patients. After discharge from the ICU, 45,45% of patients resumed their professional activity. The means of PCS and MCS were 37 and 53,4, respectively. Statistically significant correlations were observed between some dimensions of quality of life and the length of intensive care stay, as well as with the disease severity scores. Significant differences were found in the PCS from sedated and invasively ventilated patients (p-value = 0,044). The most affected dimensions of patient’s quality of life were physical function and physical role. Conclusion: The quality of life of patients admitted to the CHCB’S ICU, two months after their discharge, is poorer than the Portuguese population’s norm. Patients who have undergone sedation and invasive mechanical ventilation have a PCS lower than those who have not. Physical function and physical role were the most affected dimensions of these patient’s quality of life, although mental dimensions were also affected. Therefore, the follow-up of these patients early on by the medical team responsible for the intensive care applied, in cooperation with a team responsible for these patient’s physical and psychological rehabilitation, is of utmost importance.Coxo, Cristina Maria Veiga douBibliorumNogueira, Rui Filipe Duarte Ferreira2018-07-23T15:20:53Z2016-5-162016-06-232016-06-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5360TID:201774020porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:43:11Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5360Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:17.578073Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: A maioria dos estudos sobre a qualidade de vida dos doentes após o seu internamento numa unidade de cuidados intensivos focam-se principalmente no período dos 3 meses após a alta desta unidade hospitalar em diante. Objetivo: Pretendeu-se com este estudo avaliar a qualidade de vida dos doentes 2 meses após o seu internamento na UCI do CHCB, bem como analisar a sua relação com fatores demográficos e de saúde relativos aos doentes avaliados. Metodologia: Aplicação oportunista de dois questionários aos doentes previamente internados na UCI - o SF-36 v2 e outro elaborado por nós - durante as consultas de Medicina Intensiva habitualmente realizadas no CHCB, 2 meses após o referido internamento. Análise crítica da relação dos resultados obtidos, através do questionário SF-36 v2, acerca da qualidade de vida dos doentes, com fatores demográficos e de saúde relativos aos doentes da amostra selecionada, recorrendo às respostas dadas ao segundo questionário e a dados do internamento recolhidos dos processos clínicos. Resultados: A média de idades dos doentes que participaram no estudo foi de 66,8 anos. Relativamente ao estado de saúde física prévio ao internamento, a percentagem de doentes crónicos sem incapacidade foi de 30,8% e a de doentes crónicos com incapacidade de 41%. Para além disto, 28,2% afirmaram ser ansiosos, 7,7% deprimidos e 10,3% disseram sofrer de ansiedade e depressão, previamente ao internamento. O tempo de internamento foi, em média, de 3,8 dias. Quinze por cento dos doentes estiveram internados numa UCI mais uma vez para além da atual. Foram sedados 17,9% dos doentes e 23,1% experienciou dor durante o internamento. As recordações do internamento foram más em 15,4% dos doentes. Após a alta do internamento, 45,45% dos doentes retomaram a sua atividade profissional. As médias da MSF e MSM foram, 37 e 53,4, respetivamente. Obtiveram-se correlações significativas entre algumas das dimensões da qualidade de vida e o tempo de internamento e os índices de gravidade de doença. Foram detetadas diferenças significativas na MSF dos doentes sedados e ventilados de forma invasiva (valor-p = 0,044). As dimensões da qualidade de vida mais afetadas nos doentes incluídos na amostra foram a função e o desempenho físicos. Conclusão: A qualidade de vida dos doentes internados na UCI do CHCB, 2 meses após a alta, é inferior à da população portuguesa, em geral. Os doentes sujeitos a sedação e ventilação mecânica invasiva apresentam uma MSF inferior à dos restantes doentes da amostra. A função e o desempenho físicos são as dimensões da qualidade de vida mais afetadas nestes doentes, embora as dimensões mentais também tenham sido afetadas. Posto isto, o seguimento destes doentes, desde cedo, pela equipa médica responsável pelos cuidados intensivos aplicados, em cooperação com uma equipa responsável pela reabilitação física e psicológica destes doentes, é de extrema importância. |
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