“Estudo de uma população de imigrantes VIH-1 positivos dos PALOP em seguimento em hospitais portugueses: comparação das características sociodemográficas, laboratoriais e genotípicas da resistência transmitida a antirretrovirais”
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/159186 |
Resumo: | RESUMO Introdução: O Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), agente etiológico da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), 40 anos após sua descoberta continua a ser um desafio no século XXI. Em 2021, o total de indivíduos a viver com VIH rondava os 38,4 milhões, sendo que 1,5 milhões corresponde a novas infeções, sendo que destes 75% tiveram acesso a terapia antirretroviral. Apesar dos fármacos antirretrovirais se mostrarem notavelmente eficazes no controle da progressão da doença do VIH aumentando a qualidade e o tempo de vida dos indivíduos VIH-positivos, estes benefícios podem ser comprometidos pelo desenvolvimento da resistência aos antirretrovirais. Em Portugal, a prevalência de resistência transmitida (TDR) aumentou de 2003 para 2017, enquanto a resistência adquirida (ADR) tem vindo a diminuir, verificando-se que o aumento da TDR em Portugal é significativamente maior ao nível dos imigrantes proveniente de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) quando comparada com os imigrantes provenientes do Brasil. Objetivo: Este trabalho pretende analisar e comparar as características sociodemográficas, laboratoriais e genotípicas da população de migrantes provenientes dos PALOP infetados por VIH-1 não expostos a tratamento e que são clinicamente seguidos em Portugal. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal e retrospetivo utilizando a base de dados RegaDB portuguesa, localizada no hospital Egas Moniz (Lisboa/Portugal). Foram incluídos 1346 indivíduos VIH-1 positivos (naïves) seguidos nos Hospitais portugueses entre outubro de 2001 e abril de 2021. Os indivíduos foram categorizados em cinco grupos de acordo com o país de origem (Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), de forma a se proceder à análise estatística recorrendo ao software SPSS. A classificação dos subtipos foi obtida por consenso entre os algoritmos Rega, Comet e JpHMM e para análise do perfil das mutações de resistência foi utilizada a ferramenta CPR. Resultados: A TDR total observada foi igual 11%, tendo-se observado um aumento de 4,5% em 2001-2005 para 15,5% em 2021 (p< 0,001) nos imigrantes provenientes dos PALOP. Isso deveu-se a um aumento significativo tanto na resistência NNRTIs, quanto aos NRTIs. A TDR é mais prevalente no subtipo F1 e tende a aumentar ao longo dos anos sobretudo no país de origem Guiné-Bissau, não se tendo, no entanto, verificado diferenças estatisticamente diferentes da TDR entre países. Conclusões: A prevalência da TDR continua a aumentar nos imigrantes provenientes dos PALOP com maior significância para os provenientes de Guiné-Bissau. É urgente desenvolver programas de saúde pública para monitorar os níveis e padrões de TDR neste grupo recém-diagnosticados. |
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“Estudo de uma população de imigrantes VIH-1 positivos dos PALOP em seguimento em hospitais portugueses: comparação das características sociodemográficas, laboratoriais e genotípicas da resistência transmitida a antirretrovirais”Saúde públicaVIH-SidaImigrantes dos PALOPEpidemiologia molecularTRDPortugalDomínio/Área Científica::Ciências MédicasRESUMO Introdução: O Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), agente etiológico da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), 40 anos após sua descoberta continua a ser um desafio no século XXI. Em 2021, o total de indivíduos a viver com VIH rondava os 38,4 milhões, sendo que 1,5 milhões corresponde a novas infeções, sendo que destes 75% tiveram acesso a terapia antirretroviral. Apesar dos fármacos antirretrovirais se mostrarem notavelmente eficazes no controle da progressão da doença do VIH aumentando a qualidade e o tempo de vida dos indivíduos VIH-positivos, estes benefícios podem ser comprometidos pelo desenvolvimento da resistência aos antirretrovirais. Em Portugal, a prevalência de resistência transmitida (TDR) aumentou de 2003 para 2017, enquanto a resistência adquirida (ADR) tem vindo a diminuir, verificando-se que o aumento da TDR em Portugal é significativamente maior ao nível dos imigrantes proveniente de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) quando comparada com os imigrantes provenientes do Brasil. Objetivo: Este trabalho pretende analisar e comparar as características sociodemográficas, laboratoriais e genotípicas da população de migrantes provenientes dos PALOP infetados por VIH-1 não expostos a tratamento e que são clinicamente seguidos em Portugal. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal e retrospetivo utilizando a base de dados RegaDB portuguesa, localizada no hospital Egas Moniz (Lisboa/Portugal). Foram incluídos 1346 indivíduos VIH-1 positivos (naïves) seguidos nos Hospitais portugueses entre outubro de 2001 e abril de 2021. Os indivíduos foram categorizados em cinco grupos de acordo com o país de origem (Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), de forma a se proceder à análise estatística recorrendo ao software SPSS. A classificação dos subtipos foi obtida por consenso entre os algoritmos Rega, Comet e JpHMM e para análise do perfil das mutações de resistência foi utilizada a ferramenta CPR. Resultados: A TDR total observada foi igual 11%, tendo-se observado um aumento de 4,5% em 2001-2005 para 15,5% em 2021 (p< 0,001) nos imigrantes provenientes dos PALOP. Isso deveu-se a um aumento significativo tanto na resistência NNRTIs, quanto aos NRTIs. A TDR é mais prevalente no subtipo F1 e tende a aumentar ao longo dos anos sobretudo no país de origem Guiné-Bissau, não se tendo, no entanto, verificado diferenças estatisticamente diferentes da TDR entre países. Conclusões: A prevalência da TDR continua a aumentar nos imigrantes provenientes dos PALOP com maior significância para os provenientes de Guiné-Bissau. É urgente desenvolver programas de saúde pública para monitorar os níveis e padrões de TDR neste grupo recém-diagnosticados.ABSTRACT Introduction: The Human Immunodeficiency Virus (HIV), the etiological agent of the Acquired Immunodeficiency Syndrome (AIDS), 40 years after its discovery continues to be a challenge in the 21st century. By 2021, the total number of individuals living with HIV was around 38.4 million, with 1.5 million new infections, of which 75% had access to antiretroviral therapy. Although antiretroviral drugs have proven remarkably effective in controlling the progression of HIV disease by increasing the quality and length of life of HIV-positive individuals, these benefits can be compromised by the development of antiretroviral resistance. In Portugal, the prevalence of transmitted resistance (TDR) increased from 2003 to 2017, while acquired resistance (ADR) has been decreasing. The increase of TDR in Portugal is significantly higher among immigrants from African Portuguese-speaking countries (APSC) when compared to immigrants from Brazil. Objective: This study aims to analyze and compare the sociodemographic, clinical and genotypic characteristics of the untreated HIV-1 infected PALOP migrant population clinically followed in Portugal. Methods: This cross-sectional observational and retrospective study uses the RegaDB Portuguese database located at Egas Moniz Hospital (Lisbon/Portugal). We included 1346 HIV-1 positive (naïve) individuals followed at Portuguese Hospitals between October 2001 and April 2021. Individuals were categorized into five groups according to country of origin (Angola, Cape Verde, Guinea-Bissau, Mozambique and São Tomé and Príncipe) in order to perform statistical analysis using SPSS software. The classification of subtypes was obtained by consensus between the Rega, Comet and JpHMM algorithms and for analysis of the profile of resistance mutations the CPR tool was used. Results: The observed total TDR was equal to 11%, and an increase from 4.5% in 2001- 2005 to 15.5% in 2021 (p< 0.001) was observed in immigrants from PALOP. This was due to a significant increase in both NNRTIs and NRTIs resistance. TDR is more prevalent in the F1 subtype and tends to increase over the years, especially in the country of origin Guinea-Bissau, but there were no statistically different differences in TDR between countries. Conclusions: The prevalence of RDT continues to increase in immigrants from PALOP countries, with greater significance for those from Guinea-Bissau. There is an urgent need to develop public health programs to monitor TDR levels and patterns in this newly diagnosed group.PINGARRILHO, Marta Sofia PereiraMIRANDA, Mafalda Nunes da SilvaRUNSILVA, Ruth da Costa dos Santos da2023-042023-042023-04-01T00:00:00Z2025-04-22T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/159186TID:203371704porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:41:38Zoai:run.unl.pt:10362/159186Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:57:26.164371Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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