Tratamento Cirúrgico da Parésia do Quarto Par Craniano: Uma Série de Casos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vilares-Morgado, Rodrigo
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Moleiro, Ana Filipa, Freitas-Costa, Paulo, Santos-Silva, Renato, Faria, Olinda, Falcão-Reis, Fernando, Breda, Jorge, Magalhães, Augusto
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.48560/rspo.28787
Resumo: INTRODUÇÃO: O nosso objetivo foi descrever 4 casos distintos de parésia do quarto par craniano com diferentes apresentações clínicas e diferentes tratamentos cirúrgicos dirigidos, com o propósito de corrigir o alinhamento ocular, diplopia e/ou posições cefálicas anómalas compen- satórias. MÉTODOS: Estudo retrospetivo e observacional do tipo série de casos. Todos os casos foram seguidos na secção de Estrabismo do departamento de Oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário de S. João. RESULTADOS: O primeiro caso aborda uma parésia congénita de longa duração do quarto par num doente de 48 anos, com hiperação significativa do oblíquo inferior (OI), corrigida com sucesso com uma retro-inserção do OI. O segundo caso aborda uma parésia iatrogénica subaguda do quarto par num doente de 43 anos, corrigida com sucesso com uma prega do oblíquo superior (OS), dada a laxidão significativa do tendão do OS detetada intra-operatoriamente com o teste dasducções forcadas. O terceiro caso retrata uma parésia congénita do quarto par craniano num doente de 2 anos, com persistência de posição anómala da cabeça após transposição anterior do OI, devido à presença de exciclotropia residual. Esta foi posteriormente corrigida com uma cirurgia de Harada-Ito. O quarto caso aborda uma parésia idiopática subaguda do quarto par, num indi- víduo saudável de 32 anos sem história de trauma, sem hiperação do OI e com baixo potencial de resolução através de técnicas de fortalecimento do OS. Foram realizadas retro-inserções do reto superior (RS) ipsilateral e do reto inferior (RI) contralateral com transposições nasais de largura equivalente à dos próprios músculos, com sucesso. CONCLUSÃO: As parésias do quarto par craniano apresentam múltiplas alterações da motilidade ocular, com graus variáveis de hipoação do OS, hiperação do OI e ciclodesvios. Para as corrigir com sucesso, é necessário estudar extensivamente o doente afetado e perceber a anomalia predominante, com tratamento cirúrgico individualizado.
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