Ação de extratos de Ageratina adenophora na quimioterapia do cancro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: André, Rebeca Alexandra Oliveira Esperança
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/31805
Resumo: Tese de mestrado, Bioquímica (Bioquímica) Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2017
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spelling Ação de extratos de Ageratina adenophora na quimioterapia do cancroAgeratina adenophoraEuptox ACisplatinaAtividade cancerígenaTeses de mestrado - 2017Departamento de Química e BioquímicaTese de mestrado, Bioquímica (Bioquímica) Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2017O cancro é uma das principais causas de morte a nível mundial, fomentando investigação ativa para tratamentos mais eficazes. Diversas espécies vegetais são alvos de estudo, com o objetivo de se encontrar compostos naturais que tenham atividade anticancerígena e que possam vir a ser utilizados em substituição, ou em atuação sinergística, com fármacos utilizados nos tratamentos convencionais atuais, ou na atenuação dos efeitos secundários tóxicos de terapias atuais. O presente trabalho foca o sumo de Ageratina adenophora, usado nas tradições medicinais na região da Madeira, devido ao efeito curativo sobre doenças cancerígenas. Apesar dos conhecimentos tradicionais sobre esta planta, são necessários estudos que se foquem no efeito da planta a nível celular e no efeito de administração combinada com fármacos de quimioterapia. Ao longo do trabalho estudou-se a constituição dos extratos aquosos, preparados de forma tradicional, de folhas de A. adenophora colhidas na primavera, e no fim do verão numa zona de terreno húmido, e numa zona de terreno seco. Observou-se que a constituição dos extratos é alterada com as condições climatéricas, destacando-se a presença de ácido clorogénico (ácido 5-O-cafeoilquínico) e de euptox A (9-oxo-10,11-desidroageroforona) em diferentes concentrações. A concentração de ácido clorogénico no extrato de folhas de terreno seco é de 281,6 μM, de zona húmida 50,9 μM e de folhas da primavera 4,6 μM. Quanto ao euptox A, a sua concentração é semelhante no extrato das folhas da primavera e de zona húmida, sendo 3 a 4 vezes inferior no extrato de folhas de terreno seco. Estudou-se a atividade antioxidante dos vários extratos, onde se observou que o extrato que apresenta maior atividade é o extrato das folhas de zona seca (11,7 ± 0,2 μg/mL) e o que tem menor atividade é o das folhas da primavera (213,4 ± 10,3 μg/mL). Realizou-se um método de extração metanólica de sesquiterpenos, com um rendimento de 90% de extração de euptox A, a partir do extrato aquoso completo. O extrato aquoso completo rico em euptox A não mostrou sofrer alterações significativas com os ensaios in vitro de metabolismo gástrico e pancreático. Nos estudos de citotoxicidade observou-se que o IC50 do extrato aquoso completo rico em euptox A é de 0,95 ±0,07, 2,89 ±0,12 e 3,02 ±0,16 mg/mL nas células HeLa, Caco-2 e MCF-7, respetivamente, e que o extrato purificado demonstrou ser mais eficiente, tendo valores de IC50 de 0,55 ±0,05 1,43 ±0,08 1,63 ±0,08 para as células HeLa, Caco-2 e MCF-7, respetivamente. Com os estudos por espetroscopia de FTIR e de FTIR-ATR em células HeLa e em DNA, observou-se que o extrato aquoso completo rico em euptox A causa apoptose nas células, havendo alterações significativas ao nível dos fosfolípidos e lípidos, e que tem a capacidade de se intercalar no DNA. Com os estudos a nível celular do efeito simultâneo de sumo de A. adenophora com a cisplatina observou -se que a cisplatina, ao atuar sozinha, causa a morte celular por indução de stress oxidativo e, ao atuar na presença de extrato também tem a capacidade de induzir a morte celular, mas com um efeito menor. Também se observou que o extrato aquoso completo rico em euptox A tem a capacidade de alterar a forma de ligação da cisplatina ao DNA. Neste trabalho é possível concluir que A. adenophora atua a nível celular, apresentando um elevado potencial terapêutico anticancerígeno, sendo o euptox A um dos seus principais componentes que contribui para esta atividade. A toma deste sumo em combinação com cisplatina modula a atividade do fármaco quimioterápico, pelo que não se recomenda a toma não controlada de sumo durante a quimioterapia. No entanto, ao modularem o efeito de fármacos, os compostos ativos do sumo poderão potencialmente fazer parte de quimioterapias combinatórias de cancro, necessitando-se mais estudos para esse efeito.Cancer is one of the leading causes of death worldwide, promoting active research for more effective treatments. Many plant species are studied with the objective of finding natural compounds with anticancer activity. That maybe can be used in substitution or in synergistic action with drugs used in current conventional treatments, or can be used to decrease the toxic side effects of current therapies. The main point of this work is the study of the juice of Ageratina adenophora used in traditional Madeira medicine due to curative effect of this juice on cancerous diseases. Despite the traditional knowledge about this plant, more studies are needed to understand the plant effect at the cellular level and the effects of combinatory administration with chemotherapy drugs. During this work, the constitution of the aqueous extracts of leaves of A. adenophora harvested in spring and late summer in a damp soil area and in a dry soil area prepared by traditional method was studied. The results demonstrate that the composition of the extracts are different due to the climatic conditions, standing out the presence of chlorogenic acid (5-O-caffeoyloquinic acid) and euptox A (9-oxo-10,11-dehydroageroforone) in different concentrations. The concentration of chlorogenic acid in leaf extract of dry soil area is 281,6 μM, in the leaf extract of damp soil area is 50,9 μM and in the leaf extract of spring is 4,6 μM. the concentration of euptox A is similar in the leaves extract of spring and of damp soil area, being 3 to 4 times lower in the extract of leaves of dry soil area. Antioxidant activity of the three extracts was studied, and was observed that the extract with higher antioxidant activity is the extract of leaves of dry soil area (11,7 ± 0,2 μg/mL) and the extract with lower activity is the extract of leaves of spring (213,4 ± 10,3 μg/mL). A methanolic extraction method of sesquiterpenes with a yield of 90% extraction of euptox A from the complete aqueous extract was carried out. The complete aqueous extract rich in euptox A did not show significant changes with the in vitro assays of gastric and pancreatic metabolism. The results of cytotoxicity activity studies show that the IC50 value of complete aqueous extract rich in euptox A against HeLa, CaCo-2 and MCF-7 cells is 0,95 ±0,07, 2,89 ±0,12 e 3,02 ±0,16 mg/mL, respectively. The purified extract exhibited more potent cytotoxicity activity, the results indicated that the IC50 value of this extract against HeLa, CaCo-2 and MCF-7 cells is 0,55 ±0,05 1,43 ±0,08 1,63 ±0,08, respectively. With the FTIR and FTIR-ATR spectroscopy studies in HeLa cells and with DNA was demonstrated that the complete aqueous extract rich in euptox A causes apoptosis in cells, inducing significant changes in the phospholipids and in the lipids, and can bind with DNA via intercalation. The results of cellular studies of the simultaneous effect of A. adenophora juice with cisplatin show that when cisplatin act alone causes cell death by inducing oxidative stress and, when cisplatin acting in the presence of extract also can induce cell death but with a lesser effect. It has also been found that the aqueous extract rich in euptox A can alter the binding form of cisplatin to DNA. With this work, it is possible to conclude that A. adenophora acts at the cellular level presenting a high anticancer therapeutic potential. Euptox A is one of the main components of the plant that contributes to this activity. Drinking this juice in combination with cisplatin modulates the activity of the chemotherapeutic drug, so it is not recommended to drink this juice in an uncontrolled way during chemotherapy treatments. However, by modulating drug effects, the active compounds of the juice may potentially be part of combination therapies for cancer treatment, requiring further studies to that effect.Falé, Pedro Luís Vieira, 1982-Repositório da Universidade de LisboaAndré, Rebeca Alexandra Oliveira Esperança2020-10-21T00:30:13Z201720172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/31805TID:201857324porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:25:35Zoai:repositorio.ul.pt:10451/31805Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:47:11.621678Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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