Síndromes paraneoplásicas endocrinológicas no idoso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melo, João Daniel Gaspar de
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/16149
Resumo: O aumento da esperança média de vida leva ao consequente aumento do número de indivíduos com mais de 65 anos (idosos) o que faz com que aumente a incidência de doenças neoplásicas e, também, de síndromes paraneoplásicas. Assim, este trabalho tem como objectivo alertar para estas síndromes no idoso e demonstrar a utilidade do seu conhecimento. O envelhecimento é um processo complexo e que ocorre durante toda a vida, sendo fruto de alterações endógenas e agressões exógenas. Estas alterações a nível celular repercutem-se a nível orgânico, com deterioração funcional dos diversos sistemas, notória principalmente na diminuição da reserva funcional. Também a percepção e as manifestações de doença, quer aguda quer crónica, são diferentes no doente idoso, o que pode, muitas vezes, confundir ou dificultar o diagnóstico. As síndromes paraneoplásicas endocrinológicas, caracterizadas pela produção tumoral de uma hormona peptídica ou de um peptídeo com acções semelhantes a hormonas, também aumentam a sua incidência com a idade, devido ao aumento da incidência de neoplasias que estão na sua origem. A hipercalcémia da malignidade, complicação frequente na doença neoplásica, é causada maioritariamente pela produção tumoral de Peptídeo relacionado com a Hormona Paratiróide (PTHrP), que tem acções semelhantes à Hormona Paratiróide (PTH). As principais manifestações clínicas são neurológicas, sendo o diagnóstico feito principalmente através dos doseamentos da calcémia e da PTH. A Secreção Inapropriada de Hormona Antidiurética (SIADH), causa frequente de hiponatrémia, pode ter origem num tumor que produz Hormona Antidiurética (ADH) havendo, assim, incapacidade renal de diluição da urina. Também aqui a sintomatologia é maioritariamente neurológica, sendo o diagnóstico feito através da detecção de hiponatrémia hipoosmolar euvolémica, com hiperosmolalidade urinária, sem outras alterações clínicas. 5 A Síndrome de Cushing é causada pela produção tumoral de Adrenocorticotropina (ACTH), que estimula a síntese supra-renal de cortisol. O quadro é dominado por manifestações secundárias, sendo, no caso de tumores não neuroendócrinos, diferente do quadro habitual. O diagnóstico baseia-se no aumento da ACTH e do cortisol sem resposta às provas de supressão. A hipoglicémia causada por tumores não-insulinomas é extremamente rara, sendo provocada pela produção aumentada e processamento anormal de Factor de Crescimento semelhante à Insulina 2 (IGF-2) pelo tumor, o que afecta a homeostasia insulínica e da Hormona do Crescimento (GH). Manifesta-se com sinais e sintomas neurológicos, sendo diagnosticada através de uma prova de jejum. As manifestações atípicas e a maior incidência destas síndromes nos idosos obriga a colocálas sempre como hipótese, permitindo assim o diagnóstico e a intervenção precoces.
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