Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peres, Marcos Flamínio
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.21814/diacritica.672
Resumo: Obra da primeira fase da produção machadiana, Helena agradou a crítica num primeiro momento por aproximar-se do melodrama, gênero de muita aceitação no século XIX, embora ao longo do século XX tenha passado a ser criticado por não cumprir as expectativas que se esperava do gênero, sobretudo ao conceber um vilão que está longe de encarnar plenamente a polarização entre extremos, como bem e mal, puro e impuro, etc.. No entanto, tem se prestado pouco atenção à heroína que dá título ao romance, que, embora se apresente como a típica vítima inocente perseguida pelo malfeitor, ela apresenta uma cisão interna inaceitável para o gênero, a crermos em seus principais estudiosos (Heilman, Sharp, Brooks). Transigindo com o vilão, ela acaba por tentar manipular personagens e enredo em seu próprio benefício, colocando seriamente em risco os fundamentos do gênero. Isso sugere mais do que uma falha de concepção por parte de Machado, mas, sim, um questionamento deliberado ao gênero e da própria natureza da narrativa, questionamento que será deliberadamente aprofundado em seus romances maduros, como Dom Casmurro e Esaú e Jacó.
id RCAP_2dbca9f53910ab54334502b5180114d7
oai_identifier_str oai:journals.uminho.pt:article/5143
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)Gestos da dissimulação. O melodrama negociado em Helena (1876), de Machado de AssisSéculo XIXMelodramaRomanceGesto19th centuryMelodramaRomanceGestureObra da primeira fase da produção machadiana, Helena agradou a crítica num primeiro momento por aproximar-se do melodrama, gênero de muita aceitação no século XIX, embora ao longo do século XX tenha passado a ser criticado por não cumprir as expectativas que se esperava do gênero, sobretudo ao conceber um vilão que está longe de encarnar plenamente a polarização entre extremos, como bem e mal, puro e impuro, etc.. No entanto, tem se prestado pouco atenção à heroína que dá título ao romance, que, embora se apresente como a típica vítima inocente perseguida pelo malfeitor, ela apresenta uma cisão interna inaceitável para o gênero, a crermos em seus principais estudiosos (Heilman, Sharp, Brooks). Transigindo com o vilão, ela acaba por tentar manipular personagens e enredo em seu próprio benefício, colocando seriamente em risco os fundamentos do gênero. Isso sugere mais do que uma falha de concepção por parte de Machado, mas, sim, um questionamento deliberado ao gênero e da própria natureza da narrativa, questionamento que será deliberadamente aprofundado em seus romances maduros, como Dom Casmurro e Esaú e Jacó.A novel of the first phase of Machado de Assis´s production, Helena first appealed to the critic for approaching melodrama, a genre of great acceptance in the 19th century, although throughout the 20th century it came to be criticized for not fulfilling the expectations of the gender, especially when conceiving a villain who is far from fully incarnating the polarization between extremes, as good and evil, pure and impure, etc. However, little attention has been paid to the heroine who gives the novel its title, which, although she is read as the typical innocent victim pursued by the malefactor, she has an unacceptable inner conflict for the genre, if we believe in its main scholars (Heilman, Sharp, Brooks). Compromising with the villain, she ends up trying to manipulate characters and plot for her own benefit, seriously jeopardizing the genre's fundamentals. This suggests more than a failure of conception on the part of Machado, but, rather, a deliberate questioning of the genre and of the very nature of the narrative, a question that will be deliberately deepened in his mature novels, such as Dom Casmurro and Esaú and Jacó.CEHUM2023-07-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.21814/diacritica.672https://doi.org/10.21814/diacritica.672Diacrítica; Vol. 35 N.º 3 (2021): Literaturas de Viagem / Migração / Exílio; 153-168Diacrítica; Vol. 35 No. 3 (2021): Travel / Migration / Exile Literature; 153-1682183-91740870-896710.21814/diacritica.35.3reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5143https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5143/5673Direitos de Autor (c) 2023 Marcos Flamínio Peresinfo:eu-repo/semantics/openAccessPeres, Marcos Flamínio2023-08-04T07:45:40Zoai:journals.uminho.pt:article/5143Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:34:44.776511Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)
Gestos da dissimulação. O melodrama negociado em Helena (1876), de Machado de Assis
title Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)
spellingShingle Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)
Peres, Marcos Flamínio
Século XIX
Melodrama
Romance
Gesto
19th century
Melodrama
Romance
Gesture
title_short Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)
title_full Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)
title_fullStr Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)
title_full_unstemmed Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)
title_sort Gestures of Dissimulation. Negotiated Melodrama in Machado de Assis’s Helena (1876)
author Peres, Marcos Flamínio
author_facet Peres, Marcos Flamínio
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Peres, Marcos Flamínio
dc.subject.por.fl_str_mv Século XIX
Melodrama
Romance
Gesto
19th century
Melodrama
Romance
Gesture
topic Século XIX
Melodrama
Romance
Gesto
19th century
Melodrama
Romance
Gesture
description Obra da primeira fase da produção machadiana, Helena agradou a crítica num primeiro momento por aproximar-se do melodrama, gênero de muita aceitação no século XIX, embora ao longo do século XX tenha passado a ser criticado por não cumprir as expectativas que se esperava do gênero, sobretudo ao conceber um vilão que está longe de encarnar plenamente a polarização entre extremos, como bem e mal, puro e impuro, etc.. No entanto, tem se prestado pouco atenção à heroína que dá título ao romance, que, embora se apresente como a típica vítima inocente perseguida pelo malfeitor, ela apresenta uma cisão interna inaceitável para o gênero, a crermos em seus principais estudiosos (Heilman, Sharp, Brooks). Transigindo com o vilão, ela acaba por tentar manipular personagens e enredo em seu próprio benefício, colocando seriamente em risco os fundamentos do gênero. Isso sugere mais do que uma falha de concepção por parte de Machado, mas, sim, um questionamento deliberado ao gênero e da própria natureza da narrativa, questionamento que será deliberadamente aprofundado em seus romances maduros, como Dom Casmurro e Esaú e Jacó.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-07-10
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.21814/diacritica.672
https://doi.org/10.21814/diacritica.672
url https://doi.org/10.21814/diacritica.672
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5143
https://revistas.uminho.pt/index.php/diacritica/article/view/5143/5673
dc.rights.driver.fl_str_mv Direitos de Autor (c) 2023 Marcos Flamínio Peres
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Direitos de Autor (c) 2023 Marcos Flamínio Peres
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv CEHUM
publisher.none.fl_str_mv CEHUM
dc.source.none.fl_str_mv Diacrítica; Vol. 35 N.º 3 (2021): Literaturas de Viagem / Migração / Exílio; 153-168
Diacrítica; Vol. 35 No. 3 (2021): Travel / Migration / Exile Literature; 153-168
2183-9174
0870-8967
10.21814/diacritica.35.3
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799132073533898752