Abelheira, passado e futuro ..
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/150504 |
Resumo: | Esta dissertação de mestrado tem como principal objeto a fábrica da Abelheira e a sua importância no contexto local e nacional, destacando o contributo das principais figuras ligadas à sua gestão, em especial a Casa Graham, e as relações estabelecidas com o poder central e local. A Abelheira, localizada em São Julião do Tojal, está associada desde o século XVIII, à produção de papel, com a vinda dos cónegos agostinhos para a região, para se protegerem dos estragos causados na capital pelo terramoto de 1755, possibilitando os avanços das atividades pré-industriais. A extinção das ordens religiosas masculinas, em 1834, e a nacionalização dos seus bens, marcou uma nova etapa na história da fábrica, comprada, em hasta pública, por João Gualberto de Oliveira, futuro Conde do Tojal, equipando-a com máquinas em sistema contínuo e tornando-a uma das mais importantes da indústria nacional. Após a sua morte, em 1852, a fábrica ficou a cargo do seu irmão, Alexandre de Oliveira, e, posteriormente, de William Smith, seu cunhado, que continuou o investimento, tornando-se a única indústria papeleira, do distrito de Lisboa, com mais de 100 trabalhadores. Em 1899, Astley Campbell Smith, herdeiro de William Smith, decidiu vender a propriedade à Casa Graham. Esta rentabilizou o investimento, enfrentando os diversos desafios nacionais e internacionais com que se depararam. Em 1968, a fábrica foi comprada pelo grupo Champalimaud, mas acabou por encerrar, em janeiro de 1973, levando para o desemprego e miséria famílias inteiras, que dependiam dela para o seu sustento, reabrindo, posteriormente, passando a designar-se - Fapajal. Com o 25 de abril de 1974, foi nacionalizada e passou a pertencer ao Grupo Portucel. Os investimentos feitos foram avultados, mas o retorno não compensou e as dívidas aumentaram. Em 1999, foi lançado um concurso público para a sua privatização, já transformada em sociedade anónima e sem a Quinta da Abelheira, entregue para pagar dívidas. O concurso foi ganho por um grupo de acionistas privados nacionais, na figura da Dr.ª Helen Gray, vendendo-a, em 2016, a investidores nacionais com uma nova visão da sua gestão. |
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Abelheira, passado e futuro ..Indústria do papelFábrica da AbelheiraCasa GrahamPortugal contemporâneoPaper industryAbelheira FactoryGraham HouseContemporary PortugalDomínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaEsta dissertação de mestrado tem como principal objeto a fábrica da Abelheira e a sua importância no contexto local e nacional, destacando o contributo das principais figuras ligadas à sua gestão, em especial a Casa Graham, e as relações estabelecidas com o poder central e local. A Abelheira, localizada em São Julião do Tojal, está associada desde o século XVIII, à produção de papel, com a vinda dos cónegos agostinhos para a região, para se protegerem dos estragos causados na capital pelo terramoto de 1755, possibilitando os avanços das atividades pré-industriais. A extinção das ordens religiosas masculinas, em 1834, e a nacionalização dos seus bens, marcou uma nova etapa na história da fábrica, comprada, em hasta pública, por João Gualberto de Oliveira, futuro Conde do Tojal, equipando-a com máquinas em sistema contínuo e tornando-a uma das mais importantes da indústria nacional. Após a sua morte, em 1852, a fábrica ficou a cargo do seu irmão, Alexandre de Oliveira, e, posteriormente, de William Smith, seu cunhado, que continuou o investimento, tornando-se a única indústria papeleira, do distrito de Lisboa, com mais de 100 trabalhadores. Em 1899, Astley Campbell Smith, herdeiro de William Smith, decidiu vender a propriedade à Casa Graham. Esta rentabilizou o investimento, enfrentando os diversos desafios nacionais e internacionais com que se depararam. Em 1968, a fábrica foi comprada pelo grupo Champalimaud, mas acabou por encerrar, em janeiro de 1973, levando para o desemprego e miséria famílias inteiras, que dependiam dela para o seu sustento, reabrindo, posteriormente, passando a designar-se - Fapajal. Com o 25 de abril de 1974, foi nacionalizada e passou a pertencer ao Grupo Portucel. Os investimentos feitos foram avultados, mas o retorno não compensou e as dívidas aumentaram. Em 1999, foi lançado um concurso público para a sua privatização, já transformada em sociedade anónima e sem a Quinta da Abelheira, entregue para pagar dívidas. O concurso foi ganho por um grupo de acionistas privados nacionais, na figura da Dr.ª Helen Gray, vendendo-a, em 2016, a investidores nacionais com uma nova visão da sua gestão.This MH dissertation is centered around the Abelheira factory, and its social importance both local and national wise, by everyone involved in it’s ownership, especially the Graham House and the relations developed with the central and local powers. The Factory, located in São Julião do Tojal is associated, ever since the XVIII century, to the production of paper, due to the fixation of monks in the region, as a way to escape the destruction of the 1755 earthquake. The extinction of the male religious orders, in 1834, and the nationalization of its assets, marked a new era in the factory’s history and it’s new owner, João Gualberto de Oliveira, future count of Tojal, who spared no expenses, on the pursuit of modernization and national relevance. After his death, in 1852, the factory was headed by his brother, Alexandre and later on by William Smith, his brother-in-law, who continued the investment. It soon became the only paper plant, in the district, counting over 100 employees. In 1899, Astley Campbell Smith, heir to William Smith, decided to sell the property to the Graham House, who in turn, improved the profits, while facing the national and international challenges on the way. In 1968, the factory was acquired by the Champalimaud group, but it ended up closing in January 1973, throwing to unemployment and misery whole families, who rellied on it to survive. It soon opened again, this time named Fapajal. With the Carnation Revolution, in April 1974, it was nationalized and was absorbed into the Grupo Portucel. The investment was high but without return. In 1999, a contest for privatization was launched, this time as a private endeavour, but without the Quinta da Abelheira, used to pay debts. It was won by a collective of private national shareholders, represented by Drª Helen Gray, who sold it yet again, to another national consortium.Rollo, Maria Fernanda Fernandes GarciaRUNOliveira, Maria Salomé Pinheiro de2022-12-122022-09-062025-12-12T00:00:00Z2022-12-12T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/150504TID:203146786porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:32:30Zoai:run.unl.pt:10362/150504Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:54:09.561823Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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