O dia-a-dia de uma Urgência Pediátrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Caldeira, Teresa
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Santos, Gina, Pontes, Etelvina, Dourado, Rui, Rodrigues, Lúcia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2006.4735
Resumo: Objectivos: Verificar a adequação do recurso à urgência pediátrica num hospital de apoio perinatal diferenciado da região do Grande Porto, nos dias 4 de Fevereiro e 9 de Setembro de 2003. Metodologia: Foram revistas as fichas de admissão e analisadas variáveis epidemiológicas, modo e hora de admissão, diagnósticos, exames auxiliares e tratamentos efectuados, orientação, e factores relacionados com procura inadequada. Resultados: Recorreram ao serviço de urgência pediátrica (SU) nos dias estudados 231 crianças. Das crianças admitidas, 123 (53,2%) eram do sexo masculino; a mediana para a idade foi de 3 anos. O recurso ao SU foi em 81,8% dos casos por iniciativa própria e apenas 14,7% das crianças vinham referenciadas. Registou-se um pico de afluência entre as 19:30h e as 23:30h. Os diagnósticos mais frequentes foram: infecção das vias aéreas superiores (19,0%), dificuldade respiratória (16,5%), traumatismos, intoxicações e queimaduras (15,6%), gastrenterite aguda (12,6%) e febre sem foco (11,3%). Um terço das crianças não realizou qualquer exame auxiliar de diagnóstico ou terapêutica; 84,4% teve alta do serviço de urgência, mais de metade delas sem qualquer medicação. A procura do SU foi considerada inadequada, segundo os critérios de urgência hospitalar da OMS, em 58,4% dos doentes, o que se relacionou com: recorrer por iniciativa própria, idade inferior a 6 anos, evolução dos sintomas superior a 24 horas e admissão após as 23 horas. Conclusão: Verificou-se neste estudo uma elevada proporção de situações não urgentes ou que constituem urgências extrahospitalares, evidenciando a necessidade de reforço dos cuidados de saúde primários com meios materiais e humanos (nomeadamente pediatra de ambulatório), e de implementação de companhas de sensibilização e educação para a saúde, de forma a optimizar a utilização do SU pediátrico por parte dos utentes.
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