O Impacto do Financiamento Externo no Crescimento das PME

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinto, Maria Beatriz da Silva Neto de Sousa
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/11456
Resumo: A temática sobre o crescimento das empresas tem sido um tópico investigado por vários autores. De acordo com a literatura, as Pequenas e Médias Empresas (PME) passam por diferentes estádios de crescimento e desenvolvimento e enfrentam restrições de financiamento ao longo dos mesmos. As restrições de financiamento podem ser uma consequência da existência de assimetria de informação entre as PME e os credores. Apesar do vasto número de estudos realizados em contexto de PME, não existe convergência dos resultados assim, com este estudo pretendemos contribuir para o aprofundamento desta temática. O presente estudo tem como objetivo principal analisar o relacionamento entre o financiamento externo e o crescimento das PME Portuguesas. Para além do objetivo principal, analisamos a relação entre os determinantes dimensão, idade, produtividade, endividamento e rendibilidade, e o crescimento das PME Portuguesas. Para atingir os objetivos de investigação recolheram-se dados referentes a 3309 PME Portuguesas com recurso à base de dados SABI para o período 2010-2019. Relativamente à metodologia utilizada na presente investigação, recorreu-se a modelos de dados em painel dinâmicos, concretamente ao método generalizados de momentos (GMM-Sys) de Bond e Blundell (1998). Identificamos uma relação positiva entre endividamento e crescimento, por isso o financiamento externo parece ser um fator que estimula o crescimento das PME. Os resultados obtidos mostram que existe uma relação negativa entre rendibilidade e crescimento. No entanto, quando analisamos o relacionamento entre a variável rendibilidade quadrática e o crescimento, concluímos que a relação passa a ser positiva, sugerindo a existência de uma relação não linear entre rendibilidade e crescimento. Relativamente aos restantes determinantes analisados, verifica-se uma relação positiva entre as variáveis idade, produtividade e crescimento. Já a dimensão tem um efeito negativo no crescimento das PME, sugerindo que as empresas de maior dimensão apresentam menores taxas de crescimento, o que pode ser consequência de terem atingido a escala mínima de eficiência que lhes permite sobreviver. Podemos assim concluir que as PME Portuguesas tendem a seguir a Teoria da Pecking Order, pois recorrem ao financiamento externo quando os lucros retidos se esgotam ou são insuficientes para suprir as suas necessidades. No entanto, a longo prazo, seguem a Teoria do Trade-off, pois tendem a seguir um nível de endividamento ótimo que lhes proporciona um certo nível de crescimento.
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Para além do objetivo principal, analisamos a relação entre os determinantes dimensão, idade, produtividade, endividamento e rendibilidade, e o crescimento das PME Portuguesas. Para atingir os objetivos de investigação recolheram-se dados referentes a 3309 PME Portuguesas com recurso à base de dados SABI para o período 2010-2019. Relativamente à metodologia utilizada na presente investigação, recorreu-se a modelos de dados em painel dinâmicos, concretamente ao método generalizados de momentos (GMM-Sys) de Bond e Blundell (1998). Identificamos uma relação positiva entre endividamento e crescimento, por isso o financiamento externo parece ser um fator que estimula o crescimento das PME. Os resultados obtidos mostram que existe uma relação negativa entre rendibilidade e crescimento. No entanto, quando analisamos o relacionamento entre a variável rendibilidade quadrática e o crescimento, concluímos que a relação passa a ser positiva, sugerindo a existência de uma relação não linear entre rendibilidade e crescimento. Relativamente aos restantes determinantes analisados, verifica-se uma relação positiva entre as variáveis idade, produtividade e crescimento. Já a dimensão tem um efeito negativo no crescimento das PME, sugerindo que as empresas de maior dimensão apresentam menores taxas de crescimento, o que pode ser consequência de terem atingido a escala mínima de eficiência que lhes permite sobreviver. Podemos assim concluir que as PME Portuguesas tendem a seguir a Teoria da Pecking Order, pois recorrem ao financiamento externo quando os lucros retidos se esgotam ou são insuficientes para suprir as suas necessidades. No entanto, a longo prazo, seguem a Teoria do Trade-off, pois tendem a seguir um nível de endividamento ótimo que lhes proporciona um certo nível de crescimento.The theme about firm’s growth has been a topic investigated by several authors. According to the literature, Small and Medium-sized Enterprises (SME) go through different stages of growth and development and face financing constraints throughout these stages. Financing restrictions can be a consequence of the existence of information asymmetry between SME and lenders. Despite the large number of studies carried out in SME context, there is no convergence of results, so with this study we intend to contribute to the deepening of this theme. The main objective of this study is to analyze the relationship between external financing and the growth of Portuguese SME. In addition to the main objective, we analyze the relationship between the determinants size, age, productivity, debt and profitability, and the growth of Portuguese SME. To achieve the research objectives, we collected data on 3309 Portuguese SME using the SABI database for the period 2010-2019. Regarding the methodology used in this research, we resorted to dynamic panel data models, specifically the Generalized Method of Moments system (GMM) estimator of Bond and Blundell (1998). The results show that there is a negative relationship between profitability and growth. However, when we analyze the relationship between the squared profitability and growth variable, we conclude that the relationship becomes positive, suggesting the existence of a non-linear relationship between profitability and growth. We identified a positive relationship between debt and growth, so debt financing seems to be a factor that stimulates SME growth. Regarding the remaining determinants analyzed, there is a positive relationship between the variables age, productivity and growth. Size has a negative effect on SME growth, suggesting that larger firms have lower growth rates, which may be a consequence of having reached the minimum scale of efficiency that allows them to survive. We can thus conclude that Portuguese SME tend to follow the Pecking Order Theory, as they resort to external financing when retained profits are exhausted or insufficient to meet their needs. However, in the long run, they follow the Trade-Off Theory, as they tend to search for an optimal debt level that allows them to fund their growth.Teixeira, Zélia Maria da Silva SerrasqueirouBibliorumPinto, Maria Beatriz da Silva Neto de Sousa2021-12-15T11:00:29Z2021-10-192021-07-292021-10-19T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11456TID:202812030porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:55Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11456Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:14.735670Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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