Relação entre pressão plantar, mobilidade, equilíbrio e risco de queda em idosos diabéticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Saraiva, Marina Sofia Oliveira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/18831
Resumo: INTRODUÇÃO: A Diabetes Mellitus (DM) é um problema de saúde pública que tem aumentado globalmente. A literatura sugere que os idosos diabéticos tendem a apresentar aumento da pressão plantar (PP), diminuição da mobilidade funcional, diminuição de equilíbrio e aumento do risco de queda, comparativamente aos idosos sem DM. OBJETIVOS: Determinar a relação entre PP, mobilidade funcional, equilíbrio e risco de queda em idosos com DM tipo 2. Analisar a influência do índice de massa corporal (IMC) e da idade nessas variáveis. Identificar os parâmetros que possam estar mais comprometidos e associados, com vista a auxiliar a implementação de estratégias de intervenção futuras. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, transversal, descritivo-correlacional, sendo a amostra de conveniência. Após verificação dos critérios de inclusão e exclusão, avaliaram-se 101 idosos com DM tipo 2 provenientes da Unidade de Saúde Familiar Topázio com uma média e desvio padrão (DP) de idades de 73,95±6,16 anos. Os instrumentos utilizados para avaliar o risco de queda, a mobilidade funcional, o equilíbrio e a PP estática, foram: a Falls Eficacy Scale (FES), o Time Up & Go Test (TUG), a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e a plataforma de pressão plantar EcoWalk, respetivamente. Para averiguar as correlações entre essas variáveis utilizou-se o teste rho de Spearman. Utilizou-se o teste Mann-Whitney U para verificar a diferença existente entre grupos. Para a análise estatística, utilizou-se o programa estatístico IBM SPSS software, versão 21, considerando-se um nível de significância de p˂0,05. RESULTADOS: A amostra apresenta uma média e DP de 94,10±10,05 pontos na FES; 49,07±7,09 pontos na EEB e 14,58±4,97 s no TUG. A média e DP da PP (kgf/cm2) no pé esquerdo foi de 60,28±11,60 e no pé direito de 62,27±11,17. Na correlação entre PP, equilíbrio, mobilidade e risco de queda, verificou-se que a PP não apresenta relação estatisticamente significativa com essas variáveis (p>0,05). O equilíbrio e o risco de queda correlacionam-se negativamente com a mobilidade (ρ=-0,657 e p=0,000; ρ=-0,530 e p=0,000, respetivamente). Entre o equilíbrio e o risco de queda verificou-se uma correlação positiva e estatisticamente significativa (ρ=0,552 e p=0,000). Na correlação do IMC e da idade com a PP não se verificaram diferenças estatisticamente significativas (p>0,05). Obteve-se uma correlação inversa estatisticamente significativa entre o IMC e o equilíbrio (ρ=-0,248 e p= 0,012) e entre o IMC e o risco de queda (ρ=-0,330 e p=0,001), o mesmo se verificou para a variável idade (ρ=-0,545 e p=0,000 na correlação com o equilíbrio; ρ=-0,307 e p=0,002 na correlação com o risco de queda). Relativamente à correlação do IMC e da Idade com a mobilidade obteve-se uma correlação estatisticamente significativa (ρ=0,302 e p=0,002; ρ=0,396 e p=0,000, respetivamente). CONCLUSÃO: A pressão plantar não se correlaciona com a mobilidade funcional, o equilíbrio e o risco de queda nos idosos com DM tipo 2. Existem algumas componentes da pressão plantar, nomeadamente, a pressão plantar do antepé e a percentagem de distribuição de carga do retropé e do mediopé que se correlacionam com o equilíbrio e a mobilidade funcional. A mobilidade, o equilíbrio e o risco de queda correlacionam-se forte e significativamente. O avançar da idade e o aumento do IMC não se correlacionam com a pressão plantar, mas influenciam negativamente o equilíbrio, o risco de queda e a mobilidade funcional. Tendo em consideração as alterações verificadas nos idosos com DM tipo 2 torna-se relevante a implementação de estratégias que visem minimizar ou prevenir o agravamento desses parâmetros.
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