Arthur ainda vive? O problema da crença em seu retorno no século XII

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins,Isadora Cristine
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2022000200135
Resumo: Resumo Há uma tradição historiográfica que associa a figura do Rei Arthur com o messianismo régio, expresso pela esperança de alguns grupos étnicos insulares que carregaram em comum um substrato de traços culturais celtas (córnicos, bretões e galeses) em seu retorno. Essa esperança, conhecida na historiografia como “espera bretã”1, foi apontada em algumas fontes dos séculos XII e XIII, nas quais os cronistas assinalavam que Arthur não estaria, de fato, morto para alguns grupos étnicos dentro do território da Grã-Bretanha. Desde a década de 1990, a discussão sobre a tese da espera bretã se transformou. Virginie Greene questiona a pertinência de utilizar o termo “messianismo” para referir-se à realidade medieval e argumenta que ele não se aplica com o mesmo sentido que os historiadores utilizam para se referir à modernidade2. Neste ensaio, tentamos retirar a análise do escopo de sua reprodução dentro do espaço cortês através da análise de crônicas selecionadas, partindo da perspectiva do movimento historiográfico conhecido como “A História Vista de Baixo”, para depreender quem é o povo que espera por Arthur e se essa espera é mais do que um discurso construído pelos cronistas. A partir de um cruzamento entre crônicas e estudos arqueológicos, tentamos mapear tradições de culto, peregrinação e folclore associadas a Arthur, circulando pela Grã-Bretanha dominada pelos normandos. Executamos uma leitura das fontes observando referências laterais a Arthur e prestando atenção nas relações de poder que as crônicas ensejam.
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