Experiências Traumáticas, Dificuldades de Regulação Emocional e Ingestão Alimentar Compulsiva
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/850 |
Resumo: | Introdução: O crescente interesse pela perturbação de ingestão alimentar compulsiva (PIAC; binge eating) e seus sintomas, associa-se: à sua elevada comorbilidade com diferentes condições (como a obesidade) e com sintomas psiquiátricos; às complicações decorrentes; e ao aumento dos índices de prevalência. Como fenómeno complexo, multideterminado e multifacetado torna-se fundamental continuar a explorar os seus correlatos. O próprio corpo pode potenciar o despertar de memórias traumáticas, dado o sofrimento psicológico e emocional associado a essas memórias. Assim, as dificuldades de processamento emocional para além de serem marcadores dos processos traumáticos vividos, limitam a capacidade de regular a satisfação das necessidades, potenciando desregulação emocional e aumentando o distress e a sintomatologia, nomeadamente a alimentar, conduzindo a episódios de binge eating. São, então, objetivos centrais deste estudo: explorar se a vivência de experiências traumáticas (diferentes áreas) e as dificuldades de regulação emocional se associam entre si e com sintomas de binge eating; analisar se as dificuldades de regulação emocional medeiam a relação entre a vivência de experiências traumáticas e os sintomas de binge eating. Metodologia: 421 alunos do ensino superior e adultos da população geral (mulheres, n = 300, 71,3%) preencheram um questionário sociodemográfico, a Traumatic Events Checklist (TEC), a Escala Dificuldades de Regulação Emocional (EDRE) e a Lista de Hábitos Alimentares (LHA). Resultados: Verificaram-se valores de prevalência de IAC de gravidade ligeira a moderada (5,9%) e grave (2,6%) semelhantes aos valores de estudos nacionais que utilizaram o LHA. A pontuação total de LHA associou-se positivamente ao trauma familiar, total de experiências traumáticas (TEC), impulsos, não-aceitação, falta de consciência, clareza emocional (EDRE) e IMC. O peso relatado na infância, o IMC, o total de experiências traumáticas e o fator estratégias (EDRE) foram preditoras da pontuação total de LHA/binge eating. Não foi encontrada nenhuma relação de mediação. Discussão: Este estudo com estudantes universitários e indivíduos da população geral revelou a importância de, potencialmente, em contextos de intervenção clínica, e em pessoas que apresentem sintomas de binge eating, avaliar e considerar a vivência de experiências traumáticas e o acesso limitado, por parte dos sujeitos, a estratégias de regulação emocional. / Introduction: The growing interest in the disturbance or symptoms of the binge eating is associated to its high comorbidity with different conditions, like obesity, as well as psychiatric symptoms, inherent complications once the disease is identified and growing prevalence rates. As a complex, multidetermined and multifaceted phenomenon, it is crucial to continue exploring its correlates. The body itself can potentiate the awakening of traumatic memories, due to the psychological and emotional pain related to those memories. Therefore, the difficulties of emotional processing (which are true markers of the traumatic processes lived by the individual) limit the ability of the individual to regulate the satisfaction of its basic needs. That leads to emotional deregulation and increases distress and symptomatology, leading to binge eating. Said that, the main goals of this study are: to explore if the living of traumatic experiences (different areas) and the difficulties in emotional regulation are associated with each other and with symptoms of binge eating; to analyze if the difficulties of emotional regulation mediate the relation between traumatic experiences and binge eating symptoms. Methodology: 421 college students and adults from the general population (women, n = 300, 71,3%) answered to a social-demographic quiz, the Traumatic Events Checklist (TEC), the Difficulties in Emotion Regulation Scale (DERS) and the Binge Eating Scale (BES). Results: There were identified light and moderate binge eating prevalence values (5,9%), as well as severe binge eating prevalence values (2,6%), which are similar to the results found in national studies that used BES. The total BES score is positively associated with family trauma, total of traumatic experiences (TEC), impulses, self-rejection, lack of consciousness, emotional lucidity (DERS) and BMI. The total score of BES/binge eating was significantly built by the weight as a child, the BMI, the total of traumatic experiences and the strategies factor (DERS). It was not found any relation of mediation. Discussion: This study with college students and individuals from the general population revealed how important it can be to evaluate and consider the traumatic life experiences of the ill individual. It allowed a better perception of the difficulties these people face when trying to create an emotional regulation when being treated and in a case where there are binge eating symptoms. |
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Experiências Traumáticas, Dificuldades de Regulação Emocional e Ingestão Alimentar CompulsivaExperiências traumáticas - Traumatic experiencesDificuldades de regulação emocional - Difficulties in emotion regulationIngestão alimentar compulsiva - Binge eatingIntrodução: O crescente interesse pela perturbação de ingestão alimentar compulsiva (PIAC; binge eating) e seus sintomas, associa-se: à sua elevada comorbilidade com diferentes condições (como a obesidade) e com sintomas psiquiátricos; às complicações decorrentes; e ao aumento dos índices de prevalência. Como fenómeno complexo, multideterminado e multifacetado torna-se fundamental continuar a explorar os seus correlatos. O próprio corpo pode potenciar o despertar de memórias traumáticas, dado o sofrimento psicológico e emocional associado a essas memórias. Assim, as dificuldades de processamento emocional para além de serem marcadores dos processos traumáticos vividos, limitam a capacidade de regular a satisfação das necessidades, potenciando desregulação emocional e aumentando o distress e a sintomatologia, nomeadamente a alimentar, conduzindo a episódios de binge eating. São, então, objetivos centrais deste estudo: explorar se a vivência de experiências traumáticas (diferentes áreas) e as dificuldades de regulação emocional se associam entre si e com sintomas de binge eating; analisar se as dificuldades de regulação emocional medeiam a relação entre a vivência de experiências traumáticas e os sintomas de binge eating. Metodologia: 421 alunos do ensino superior e adultos da população geral (mulheres, n = 300, 71,3%) preencheram um questionário sociodemográfico, a Traumatic Events Checklist (TEC), a Escala Dificuldades de Regulação Emocional (EDRE) e a Lista de Hábitos Alimentares (LHA). Resultados: Verificaram-se valores de prevalência de IAC de gravidade ligeira a moderada (5,9%) e grave (2,6%) semelhantes aos valores de estudos nacionais que utilizaram o LHA. A pontuação total de LHA associou-se positivamente ao trauma familiar, total de experiências traumáticas (TEC), impulsos, não-aceitação, falta de consciência, clareza emocional (EDRE) e IMC. O peso relatado na infância, o IMC, o total de experiências traumáticas e o fator estratégias (EDRE) foram preditoras da pontuação total de LHA/binge eating. Não foi encontrada nenhuma relação de mediação. Discussão: Este estudo com estudantes universitários e indivíduos da população geral revelou a importância de, potencialmente, em contextos de intervenção clínica, e em pessoas que apresentem sintomas de binge eating, avaliar e considerar a vivência de experiências traumáticas e o acesso limitado, por parte dos sujeitos, a estratégias de regulação emocional. / Introduction: The growing interest in the disturbance or symptoms of the binge eating is associated to its high comorbidity with different conditions, like obesity, as well as psychiatric symptoms, inherent complications once the disease is identified and growing prevalence rates. As a complex, multidetermined and multifaceted phenomenon, it is crucial to continue exploring its correlates. The body itself can potentiate the awakening of traumatic memories, due to the psychological and emotional pain related to those memories. Therefore, the difficulties of emotional processing (which are true markers of the traumatic processes lived by the individual) limit the ability of the individual to regulate the satisfaction of its basic needs. That leads to emotional deregulation and increases distress and symptomatology, leading to binge eating. Said that, the main goals of this study are: to explore if the living of traumatic experiences (different areas) and the difficulties in emotional regulation are associated with each other and with symptoms of binge eating; to analyze if the difficulties of emotional regulation mediate the relation between traumatic experiences and binge eating symptoms. Methodology: 421 college students and adults from the general population (women, n = 300, 71,3%) answered to a social-demographic quiz, the Traumatic Events Checklist (TEC), the Difficulties in Emotion Regulation Scale (DERS) and the Binge Eating Scale (BES). Results: There were identified light and moderate binge eating prevalence values (5,9%), as well as severe binge eating prevalence values (2,6%), which are similar to the results found in national studies that used BES. The total BES score is positively associated with family trauma, total of traumatic experiences (TEC), impulses, self-rejection, lack of consciousness, emotional lucidity (DERS) and BMI. The total score of BES/binge eating was significantly built by the weight as a child, the BMI, the total of traumatic experiences and the strategies factor (DERS). It was not found any relation of mediation. Discussion: This study with college students and individuals from the general population revealed how important it can be to evaluate and consider the traumatic life experiences of the ill individual. It allowed a better perception of the difficulties these people face when trying to create an emotional regulation when being treated and in a case where there are binge eating symptoms.ISMTRepositório ISMTBernardo, Cidália Maria Luzia AlvesMarques, Mariana (Orientadora)Castilho, Paula (Coorientadora)2018-05-08T15:01:17Z20182018-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/850porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-14T13:50:52Zoai:repositorio.ismt.pt:123456789/850Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-14T13:50:52Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: O crescente interesse pela perturbação de ingestão alimentar compulsiva (PIAC; binge eating) e seus sintomas, associa-se: à sua elevada comorbilidade com diferentes condições (como a obesidade) e com sintomas psiquiátricos; às complicações decorrentes; e ao aumento dos índices de prevalência. Como fenómeno complexo, multideterminado e multifacetado torna-se fundamental continuar a explorar os seus correlatos. O próprio corpo pode potenciar o despertar de memórias traumáticas, dado o sofrimento psicológico e emocional associado a essas memórias. Assim, as dificuldades de processamento emocional para além de serem marcadores dos processos traumáticos vividos, limitam a capacidade de regular a satisfação das necessidades, potenciando desregulação emocional e aumentando o distress e a sintomatologia, nomeadamente a alimentar, conduzindo a episódios de binge eating. São, então, objetivos centrais deste estudo: explorar se a vivência de experiências traumáticas (diferentes áreas) e as dificuldades de regulação emocional se associam entre si e com sintomas de binge eating; analisar se as dificuldades de regulação emocional medeiam a relação entre a vivência de experiências traumáticas e os sintomas de binge eating. Metodologia: 421 alunos do ensino superior e adultos da população geral (mulheres, n = 300, 71,3%) preencheram um questionário sociodemográfico, a Traumatic Events Checklist (TEC), a Escala Dificuldades de Regulação Emocional (EDRE) e a Lista de Hábitos Alimentares (LHA). Resultados: Verificaram-se valores de prevalência de IAC de gravidade ligeira a moderada (5,9%) e grave (2,6%) semelhantes aos valores de estudos nacionais que utilizaram o LHA. A pontuação total de LHA associou-se positivamente ao trauma familiar, total de experiências traumáticas (TEC), impulsos, não-aceitação, falta de consciência, clareza emocional (EDRE) e IMC. O peso relatado na infância, o IMC, o total de experiências traumáticas e o fator estratégias (EDRE) foram preditoras da pontuação total de LHA/binge eating. Não foi encontrada nenhuma relação de mediação. Discussão: Este estudo com estudantes universitários e indivíduos da população geral revelou a importância de, potencialmente, em contextos de intervenção clínica, e em pessoas que apresentem sintomas de binge eating, avaliar e considerar a vivência de experiências traumáticas e o acesso limitado, por parte dos sujeitos, a estratégias de regulação emocional. / Introduction: The growing interest in the disturbance or symptoms of the binge eating is associated to its high comorbidity with different conditions, like obesity, as well as psychiatric symptoms, inherent complications once the disease is identified and growing prevalence rates. As a complex, multidetermined and multifaceted phenomenon, it is crucial to continue exploring its correlates. The body itself can potentiate the awakening of traumatic memories, due to the psychological and emotional pain related to those memories. Therefore, the difficulties of emotional processing (which are true markers of the traumatic processes lived by the individual) limit the ability of the individual to regulate the satisfaction of its basic needs. That leads to emotional deregulation and increases distress and symptomatology, leading to binge eating. Said that, the main goals of this study are: to explore if the living of traumatic experiences (different areas) and the difficulties in emotional regulation are associated with each other and with symptoms of binge eating; to analyze if the difficulties of emotional regulation mediate the relation between traumatic experiences and binge eating symptoms. Methodology: 421 college students and adults from the general population (women, n = 300, 71,3%) answered to a social-demographic quiz, the Traumatic Events Checklist (TEC), the Difficulties in Emotion Regulation Scale (DERS) and the Binge Eating Scale (BES). Results: There were identified light and moderate binge eating prevalence values (5,9%), as well as severe binge eating prevalence values (2,6%), which are similar to the results found in national studies that used BES. The total BES score is positively associated with family trauma, total of traumatic experiences (TEC), impulses, self-rejection, lack of consciousness, emotional lucidity (DERS) and BMI. The total score of BES/binge eating was significantly built by the weight as a child, the BMI, the total of traumatic experiences and the strategies factor (DERS). It was not found any relation of mediation. Discussion: This study with college students and individuals from the general population revealed how important it can be to evaluate and consider the traumatic life experiences of the ill individual. It allowed a better perception of the difficulties these people face when trying to create an emotional regulation when being treated and in a case where there are binge eating symptoms. |
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