Actividade física, obesidade e saúde : uma perspectiva evolutiva
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/100884 |
Resumo: | RESUMO - Vários estudos epidemiológicos têm mostrado uma clara relação entre a actividade física e o risco de doenças cárdio- vasculares, a doença das artérias coronárias, a diabetes de tipo 2 e alguns tipos de cancros na mulher. Apesar do acumular de investigação no sentido da confirmação da importância da actividade física na saúde, as tendências actuais demonstram um aumento do sedentarismo nas sociedades desenvolvidas. Em paralelo com este sedentarismo generalizado das populações ocidentais, a prevalência de obesidade tem também aumentado dramaticamente, tendo sido considerada pela Organização Mundial de Saúde a epidemia do século XX. Portugal apresenta uma evolução semelhante à generalidade dos países europeus, com aumentos de obesidade em jovens adultos recrutas de 0,9% em 1985 para 2,9% em 1998. Estes valores não são alarmantes no contexto das sociedades actuais; contudo, a velocidade de aumento em tão pouco tempo em pessoas tão jovens é preocupante. Numa amostra de estudantes da Universidade de Coimbra, 2835 rapazes e 3366 raparigas com idades compreendidas entre os 18 e 23 anos e observados entre 1995 e 2001, o excesso de peso foi de 20,3% nos rapazes e 10,5% nas raparigas e a obesidade foi de 2,7% nos rapazes e 1,3% nas raparigas. À semelhança do que acontece nos países desenvolvidos, nesta amostra de universitários verificou-se uma maior percentagem de obesidade em filhos cujos pais possuem um baixo grau de instrução e uma menor percentagem nos filhos de pais com um grau de instrução superior. O nível de sedentarismo das sociedades actuais deriva, entre outros factores, da evolução cultural da humanidade. Durante 95% a 99% da história da humanidade, as populações viveram com um padrão de subsistência de caçadores-recolectores em que despendiam muita energia para adquirir alimentos para a sua subsistência. Actualmente, os alimentos estão disponíveis em abundância, sendo necessário um pequeno dispêndio de energia para os adquirir, o que provoca um acentuado desequilíbrio do nosso balanço energético. |
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Actividade física, obesidade e saúde : uma perspectiva evolutivaPhysical activity, obesity and health : an evolutionary perspectiveRESUMO - Vários estudos epidemiológicos têm mostrado uma clara relação entre a actividade física e o risco de doenças cárdio- vasculares, a doença das artérias coronárias, a diabetes de tipo 2 e alguns tipos de cancros na mulher. Apesar do acumular de investigação no sentido da confirmação da importância da actividade física na saúde, as tendências actuais demonstram um aumento do sedentarismo nas sociedades desenvolvidas. Em paralelo com este sedentarismo generalizado das populações ocidentais, a prevalência de obesidade tem também aumentado dramaticamente, tendo sido considerada pela Organização Mundial de Saúde a epidemia do século XX. Portugal apresenta uma evolução semelhante à generalidade dos países europeus, com aumentos de obesidade em jovens adultos recrutas de 0,9% em 1985 para 2,9% em 1998. Estes valores não são alarmantes no contexto das sociedades actuais; contudo, a velocidade de aumento em tão pouco tempo em pessoas tão jovens é preocupante. Numa amostra de estudantes da Universidade de Coimbra, 2835 rapazes e 3366 raparigas com idades compreendidas entre os 18 e 23 anos e observados entre 1995 e 2001, o excesso de peso foi de 20,3% nos rapazes e 10,5% nas raparigas e a obesidade foi de 2,7% nos rapazes e 1,3% nas raparigas. À semelhança do que acontece nos países desenvolvidos, nesta amostra de universitários verificou-se uma maior percentagem de obesidade em filhos cujos pais possuem um baixo grau de instrução e uma menor percentagem nos filhos de pais com um grau de instrução superior. O nível de sedentarismo das sociedades actuais deriva, entre outros factores, da evolução cultural da humanidade. Durante 95% a 99% da história da humanidade, as populações viveram com um padrão de subsistência de caçadores-recolectores em que despendiam muita energia para adquirir alimentos para a sua subsistência. Actualmente, os alimentos estão disponíveis em abundância, sendo necessário um pequeno dispêndio de energia para os adquirir, o que provoca um acentuado desequilíbrio do nosso balanço energético.ABSTRACT - Several epidemiological studies show a strong relationship between physical activity and the risk for cardiovascular diseases, coronary heart disease, non insulin dependent diabetes and some cancers in women. Despite the evidence showing the importance of physical activity in health, the actual trend shows an increase in sedentary lifestyles. At the same time that sedentary lifestyles take place, the prevalence of obesity is also increasing in the industrialized nations, leading the World Health Organization to consider this the epidemic of this century. Portugal shows a similar trend to other European countries with an increase in obesity in young conscripts. In this young adult males obesity increased from 0.9% in 1985 to 2.9% in 1998. Although these values are not very high in the contemporary context of our societies, the increase in a such short period of time can be a health risk in the future. In a sample of students from the University of Coimbra, 2835 males and 3366 females aged between 18 and 23 years observed between 1995 and 2001, overweight was 20.3% in males and 10.5% in females and obesity was 2.7% in males and 1.3 in females. Like in many other industrialized countries, in our sample, obesity was higher in sons and daughters of parents with a low educational level than in those with parents with high education. Our present lifestyle is a consequence, among many other factors, of our cultural evolution. For 95 to 99% of the mankind history of people were huntergathers, spending a large amount of energy in the capture of food for subsistence. Today, food is available everywhere and we don’t need to spend much energy to have it. This fact disrupts our energetic balance.Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde PúblicaRUNPadez, Cristina2020-07-15T09:05:07Z2002-012002-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/100884porPadez, Cristina - Actividade física, obesidade e saúde : uma perspectiva evolutiva = Physical activity, obesity and health : an evolutionary perspective. Revista Portuguesa de Saúde Pública. ISSN 0870-9025. Vol. 20, Nº 1 (Janeiro/Junho 2002), p. 11-200870-9025info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:47:10Zoai:run.unl.pt:10362/100884Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:39:25.999217Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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